13 Julho 2021
“As Forças Armadas vêm sinalizando obediência primeiro ao presidente (da República) e seu projeto político, e não ao País”, denunciam entidades e institutos brasileiros, que repudiaram a nota da cúpula militar, emitida pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, na noite de 7 de julho, criticando a CPI da Covid.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
O “Pacto pela Democracia” destaca que os chefes militares, ao afirmarem que “não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições”, e prometerem uma reação “mais dura” caso a CPI volte a fazer citações suspeitas de corrupção envolvendo militares, “transgridem fronteiras estruturantes de qualquer regime efetivamente democrático”.
Militares estão participando cada vez mais da política e a política “tem entrado cada vez mais nos quartéis, autorizados por membros da alta cúpula, como o general da ativa Eduardo Pazuello, que frequentou ato político do presidente da República sem ser punido, contrariando o regimento militar”, diz a nota das entidades.
Nos último anos, prossegue o texto, “a prática da intimidação dos poderes da República tem sido crescente por parte das Forças Armadas no Brasil”. A nota responsabiliza o governo federal pela “desastrosa gestão da pandemia” e condena o seu autoritarismo, com ambições golpistas.
A nota vem assinada por 60 entidade, entre elas a Associação Brasileira de Imprensa, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, a Frente Evangélica pelo Estado de Direito, o Instituto de Estudos Socioeconômicos, Oxfam Brasil, e o Observatório Judaico de Direitos Humanos no Brasil.
Nesta quinta-feira, 15-07, às 17h, o IHU realiza a webconferência Regulações pela violência: impacto das operações policiais e as ações das milícias, com o Prof. Dr. Daniel Hirata.
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A política invade os quartéis e os militares se apropriam da política, diz nota de organizações civis - Instituto Humanitas Unisinos - IHU