17 Mai 2021
No dia 15 de maio, amigos e familiares do Pe. Stan Swamy exigiram cuidados médicos imediatos para o ativista jesuíta de 84 anos de idade, depois que ele desenvolveu sintomas de infecção por Covid-19.
A reportagem é de Jose Kavi, publicada em Matters India, 16-05-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“O estado de saúde do Pe. Swamy está piorando. Ele está com um forte resfriado, febre, dores no corpo e diarreia”, disse Irudaya Swamy, irmão mais velho do padre.
Irudaya Swamy ressaltou ainda que o Pe. Stan não pôde atender ao telefonema do seu advogado no dia 15 de maio. “Temos dúvidas sobre se que está ou não infectado por Covid-19. Estamos preocupados”, disse o homem de 90 anos de idade, de Tamil Nadu, a uma coletiva de imprensa online.
O padre jesuíta Arockiasamy Santhanam, porta-voz do Fórum Nacional de Advogados de Religiosos e Padres, disse ao Matters India que planejam instar a Comissão Nacional de Direitos Humanos (NHRC, na sigla em inglês) a enviar uma equipe de médicos à prisão para examinar a situação e orientar as autoridades do governo e da prisão para atender às necessidades de saúde de prisioneiros como o Pe. Stan.
“O NHRC emitiu muitos protocolos a serem rigorosamente seguidos nas prisões. Mas parece que a prisão de Taloja não segue nenhum dos protocolos da Covid, e as autoridades penitenciárias não têm nenhum respeito pelo NHRC”, alegou o Pe. Santhanam, que também participou da coletiva de imprensa online, junto com parentes e amigos do Pe. Stan e de outros 15 pessoas presas com ele no caso Bhima-Koregaon.
O advogado jesuíta quer que o NHRC crie imediatamente um alto escalão composto por juízes aposentados da Suprema Corte, médicos e lideranças da sociedade civil para fazer um estudo in loco sobre a situação dos presos na prisão de Taloja, situada nos arredores de Mumbai, a oeste da Índia.
O Pe. Santhanam também disse que os amigos e parentes do Pe. Swamy querem que a prisão transfira imediatamente o jesuíta octogenário e outros prisioneiros gravemente enfermos para hospitais privados.
“Se o governo não for capaz de fornecer cuidados médicos ao Pe. Stan, exigimos que ele seja libertado sob fiança ou liberdade condicional para obter melhores cuidados médicos. Caso contrário, o governo será totalmente responsável caso algum incidente imprevisto aconteça”, disse ele.
O advogado jesuíta quer que as autoridades prisionais “respeitem os direitos de saúde dos prisioneiros. O direito à saúde de qualquer pessoa é um direito fundamental e parte do Artigo 21 da Constituição indiana. Esperamos que a prisão de Taloja não se torne um Auschwitz”, acrescentou.
O padre jesuíta Joseph Xavier, diretor do Instituto Social Indiano, com sede em Bengaluru, que participou da coletiva de imprensa, observou que o Pe. Swamy nunca se queixou da sua saúde nos últimos meses.
“Mas, no dia 14 de maio, pela primeira vez, ele falou sobre a sua saúde deteriorada. Além disso, ele está perturbado com o que está vendo dentro da prisão. Os jesuítas e os familiares estão profundamente preocupados com a sua saúde”, disse o Pe. Xavier na entrevista coletiva.
O jesuíta disse que o Pe. Stan já sofria de mal de Parkinson e de perda de audição. Como também sente febre, tosse e problemas de estômago, é necessário que lhe sejam fornecidos medicamentos alopáticos e um médico para diagnóstico e tratamento, disse o Pe. Xavier. Ele também quer que o Pe. Stan seja vacinado contra a Covid-19 com urgência.
Outras pessoas que falaram na coletiva de imprensa afirmaram que a medicina ayurvédica está disponível dentro da prisão de Taloja, mas que não é indicada para tratar a Covid-19.
Elas também falaram de uma situação de pânico que prevalece nas prisões de Taloja e Byculla, onde os acusados do caso Bhima-Koregaon são mantidos. A maioria dos funcionários das duas prisões, especialmente aqueles que trabalham na cozinha, testou positivo para a Covid-19. “Vários prisioneiros em julgamento também contraíram o coronavírus”, disseram na coletiva de imprensa.
O Pe. Swamy foi preso pela Agência Nacional de Investigação, a organização antiterrorismo da Índia, no dia 8 de outubro de 2020, em sua residência perto de Ranchi, capital do estado indiano de Jharkhand. Ele foi acusado de ter ligações com os maoístas e de conspirar para derrubar o governo indiano. A agência o levou de avião para Mumbai, onde um tribunal o mandou reenviar para a prisão um dia depois da sua prisão.
Dezesseis pessoas foram presas de acordo com várias seções do Código Penal Indiano e da Lei de Prevenção às Atividades Ilícitas de 1967.
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Índia: Stan Swamy SJ pode ter contraído Covid na prisão. Jesuítas e família estão preocupados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU