11 Dezembro 2020
“Gostaria de terminar com um poema que li na quarentena, enviado por um amigo da Argentina”. Assim começa a contar o próprio papa Francisco o seu “idílio” com o poema do cubano Alexis Valdés, que tanto enganchou que até chamou seu autor, para felicitá-lo e pedir-lhe permissão para colocar ao final de seu último livro (escrito em conjunto com Austen Ivereigh) “Vamos sonhar Juntos”.
A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada por Religión Digital, 09-12-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O próprio Papa reconhece que “houve certa confusão sobre o autor, o que finalmente descobri: é um ator e comediante cubano”. Uma vez descoberto e, como costuma fazer, Francisco telefonou para ele: “Quando falei por telefone com Alexis Valdés, disse-me que escreveu ‘Esperanza’ de uma só vez, sem mudar as palavras, como se Deus o tivesse usado como um canal. Viralizou e comoveu muitos, inclusive eu”.
E é porque, segundo o Papa, o poema de Alexis “ilustra o caminho a um futuro melhor”. E conclui: “Deixemos que seja a poesia e sua beleza que tenha sua última palavra; essa poesia capaz de nos ajudar a nos descentralizarmo-nos e transcendermos para que nossos povos tenham vida (Jo 10, 10)”.
Por outro lado, o apresentador cubano, que viveu mais de 15 anos na Espanha, contou assim, no programa ‘Zapeando’ do canal La Sexta, sobre a chamada do Papa: “Telefonou-me do Vaticano. Telefonaram do Vaticano me dizendo que o Papa queria falar comigo, eu pensei que era uma piada, mas era verdade. Ao fim da conversa pediu-me se eu poderia lhe dar o poema para publicar no fechamento do seu novo livro, que sairia em dezembro, e o que encerra o livro é o meu poema Esperanza. Sinto-me muito honrado com isto”.
Esperanza
Cuando la tormenta pase
Y se amansen los caminos
y seamos sobrevivientes
de un naufragio colectivo.
Con el corazón lloroso
y el destino bendecido
nos sentiremos dichosos
tan sólo por estar vivos.
Y le daremos un abrazo
al primer desconocido
y alabaremos la suerte
de conservar un amigo.
Y entonces recordaremos
todo aquello que perdimos
y de una vez aprenderemos
todo lo que no aprendimos.
Ya no tendremos envidia
pues todos habrán sufrido.
Ya no tendremos desidia
Seremos más compasivos.
Valdrá más lo que es de todos
Que lo jamas conseguido
Seremos más generosos
Y mucho más comprometidos
Entenderemos lo frágil
que significa estar vivos
Sudaremos empatía
por quien está y quien se ha ido.
Extrañaremos al viejo
que pedía un peso en el mercado,
que no supimos su nombre
y siempre estuvo a tu lado.
Y quizás el viejo pobre
era tu Dios disfrazado.
Nunca preguntaste el nombre
porque estabas apurado.
Y todo será un milagro
Y todo será un legado
Y se respetará la vida,
la vida que hemos ganado.
Cuando la tormenta pase
te pido Dios, apenado,
que nos devuelvas mejores,
como nos habías soñado.
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“Esperanza”, o poema que comoveu o papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU