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13 Junho 2020

No final da Segunda Guerra Mundial, uma jornalista estadunidense fez a seguinte pergunta a uma jovem negra para uma reportagem em que estava trabalhando: “O que podemos fazer para punir Hitler?” A resposta da garota foi direta: “Pintá-lo de negro e trazê-lo para viver aqui”. A anedota é contada por Bryn O'Callaghan, em seu livro An Illustrated History of The USA, e nos serve para termos uma remota ideia de como eram as condições de vida dos mais de 13 milhões de pessoas da raça negra que viviam no país (não somente os afro-americanos sofriam racismo, mas também asiáticos, nativos americanos, latinos, etc.), que tiveram que suportar a extrema pobreza, o racismo, a segregação no trabalho, nas ruas, nas escolas, etc. E tudo isso simplesmente porque a cor da pele era mais escura que a dos brancos.

A reportagem é de Rafael Calero, publicada por Rebelión, 12-06-2020. A tradução é do Cepat.

Conto tudo isso, a propósito do que está acontecendo nestes dias na América do Norte. Em 25 de maio, ocorreu na cidade de Minneapolis, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, um fato que criou um ponto de inflexão na defesa dos direitos civis. O cidadão afro-americano George Floyd foi morto pela polícia em outro ato de violência policial indiscriminada contra cidadãos de raça negra. No entanto, essa morte parece que não será apenas mais uma, já que milhares de negros, brancos, asiáticos, latinos, etc., foram às ruas para exigir mudanças reais, para exigir que a polícia, principalmente branca, pare de ter atitudes racistas contra pessoas não brancas, para gritar alto e claramente que estão enojados pelo racismo policial.

E há coisas que parecem não mudar nunca. Hoje, gostaria de lembrar uma mulher corajosa, que não tinha medo de enfrentar o poder estabelecido e que não hesitava em defender seu direito à igualdade, sem importar que sua pele fosse da cor negra. Uma mulher que fez algo tão simples como se sentar no banco do ônibus e não se levantar quando solicitado, um gesto tão simples, mas ao mesmo tempo de tal grandeza, que levou a mudanças radicais na vida de milhões de pessoas. Essa mulher se chamava Rosa Parks e essa é sua história.

Em 4 de fevereiro de 1913, veio ao mundo em Tuskegee, Alabama, no sul dos Estados Unidos, uma menininha negra chamada Rosa Louise McCauley. Sua mãe, Leona, era professora e seu pai, James, ganhava a vida como carpinteiro. O casal também teve outro filho, o pequeno Sylvester. Infelizmente, para eles, aquele lugar era um dos piores em que uma garota negra podia crescer. Lá, ser racista era a coisa mais natural do mundo, algo que as leis protegiam, há vários séculos. Quando Rosa era pequena, seus pais se divorciaram e, junto com sua mãe e irmão, a menina foi morar em Pine Level, uma pequena cidade vizinha, onde moravam seus avós maternos, com quem foram morar Leona, Rosa e Sylvester.

Como já dissemos, a mãe de Rosa era professora. Por esse motivo, tinha fé cega no poder da educação. Ela sabia que a única chance de seus filhos prosperarem na vida era através dos estudos. Depois de terminar a escola primária no povoado, Rosa foi para a Montgomery Industrial School, uma escola para meninas, e depois para o Alabama State Teacher College for Negroes, com a intenção de obter seu diploma do ensino médio. Infelizmente, isso nunca aconteceu, pois a mãe de Rosa adoeceu e ela teve que abandonar os estudos para cuidar dela.

Em 1932, já encontramos a jovem Rosa casada com Raymond Parks, um barbeiro de Montgomery. Rosa trabalha aqui e ali, onde pode, geralmente em empregos mal remunerados e menos considerados, até que finalmente consegue obter o tão esperado diploma do ensino médio, algo que sempre a encheu de orgulho.

Como todos sabem, durante grande parte do século XX, os Estados Unidos eram um país onde a segregação racial era absolutamente aceita. Os brancos e os negros não compravam nas mesmas lojas, nem bebiam nos mesmos bares, nem estudavam nas mesmas escolas, nem se tratavam nos mesmos hospitais, nem ouviam o mesmo tipo de música. Havia lugares para brancos e lugares para negros. O normal era que na porta de cada estabelecimento houvesse uma placa com o aviso “Somente para pessoas de cor” ou “Somente para brancos”. E ai daqueles negros que pensassem que poderiam quebrar as regras. Linchamento estava na ordem do dia. Para isso existiam os membros da KKK, Ku Klux Klan, a organização racista, antissemita e fascista, para pendurar em uma árvore qualquer alguém que pisasse fora da linha, como cantava Billie Holiday em sua música “Strange Fruit”.

Uma das coisas que não estavam permitidas para as pessoas de raça negra naquele sul segregado em que Rosa Parks tinha que morar, era entrar pela parte dianteira de um ônibus. A parte dianteira era para os brancos, enquanto os negros tinham que se sentar na parte traseira. Em certa ocasião, Rosa havia presenciado uma terrível surra que um motorista de ônibus deu em um negro por se sentar onde não lhe correspondia. Rosa e seu marido decidiram que havia chegado o momento de lutar por seus direitos e que era necessário fazer alguma coisa. Eles começaram ingressando na NAACP, a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor, uma associação que reuniu um grande número de mulheres e homens que acreditavam na luta pacífica para alcançar a igualdade e que estava bastante difundida em todo o território dos Estados Unidos.

Contudo, o evento mais importante na vida de Rosa ocorreu na quinta-feira, 1º de dezembro de 1955. Naquele dia, essa brava mulher de 42 anos, cansada das humilhações permanentes, insultos e risadinhas maliciosas, decidiu reagir. Rosa Parks entrou para a História, escrita com um H maiúsculo bem grande, por seu enfrentamento com o motorista de um ônibus.

Os eventos ocorreram, como dissemos, em 1º de dezembro de 1955. Rosa voltava para casa, após um dia duro no trabalho. A mulher ganhava a vida como costureira em uma loja de departamentos. Como sempre, sentou-se nos assentos reservados para as pessoas de raça negra. Em uma das paradas, subiu um homem branco. Como todos os assentos estavam ocupados, o motorista mandou Rosa se levantar para que o homem branco ocupasse seu assento, mas a mulher se recusou categoricamente. Então, o motorista ameaçou chamar a polícia, mas essa ameaça não fez Rosa desistir. Pela primeira vez em sua vida, estava disposta a ir até o fim. O motorista cumpriu sua ameaça e chamou a polícia, que acabou prendendo a mulher.

Quatro dias depois do incidente do ônibus, Rosa Parks foi considerada culpada por alteração da ordem pública e condenada a pagar uma multa de 10 dólares e mais 4 por custas judiciais. Mas a mulher se recusou a pagar, argumentando que não havia feito nada. Então, decidiu apelar. Ao mesmo tempo, decidiu-se fazer um grande boicote aos ônibus da cidade. Martin Luther King e outros líderes negros apoiaram o boicote, e apesar do fato de que a maioria das pessoas de raça negra não tinha outra maneira de ir ao trabalho ou se deslocar pela cidade, o boicote foi um sucesso absoluto.

Por 381 dias, nenhuma mulher ou homem negro entrou em um ônibus. Além disso, o boicote foi se espalhando aos poucos: lojas, grandes armazéns, bares, cinemas e outras empresas foram afetadas pela recusa dos afro-americanos em deixar seu dinheiro lá. Finalmente, em novembro de 1956, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou inconstitucionais as leis segregacionistas dos ônibus de Montgomery. Rosa havia vencido.

No entanto, apesar da vitória moral e real dessa mulher corajosa e determinada, as coisas não mudaram da noite para o dia. Rosa viveu por muito tempo ameaçada pelo fascismo estadunidense, foi demitida de seu emprego e não conseguiu encontrar outro. O mesmo aconteceu com outros ativistas de direitos humanos, como o próprio doutor King e Malcolm X, ambos cruelmente assassinados.

Dois anos após os incidentes do ônibus, Rosa, Raymond e Leona se mudaram para a cidade de Detroit, Michigan, já que a população negra podia trabalhar e viver em melhores condições lá do que no sul, onde o racismo estava muito mais enraizado desde o tempo da escravidão. Em Detroit, o casal continuou trabalhando incansavelmente pelos direitos civis e contra o racismo.

Em 1992, foi publicado o livro Rosa Parks: My Story, uma obra autobiográfica em que a própria Rosa narrava, com a ajuda do escritor Jim Haskins, os acontecimentos mais importantes de sua vida. Em 1999, o Congresso dos Estados Unidos a concedeu a Medalha de Ouro, o maior título honorífico de caráter civil em seu país. Rosa Parks morreu no ano de 2005, em 24 de outubro, e tornou-se uma verdadeira heroína para milhões de pessoas, de qualquer raça e condição, tanto em seu país, como no resto do mundo. No dia de sua morte, seu caixão foi velado no Capitólio de Washington. Ela foi a primeira mulher em seu país a receber essa honra. Sua memória e heroísmo mereciam. Hoje, sua dignidade segue nos comovendo.

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