04 Dezembro 2019
A Irmã Jeannine Gramick, SL, uma das fundadoras do New Ways Ministry e há tempos defensora dos direitos da comunidade LGBTQ, é a homilista do Catholic Women Preach [1] desta semana, dando início ao ano litúrgico com suas reflexões sobre as leituras para o Primeiro Domingo do Advento.
A informação é de Robert Shine, publicada por New Ways Ministry, 29-11-2019. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
A partir da passagem do Evangelho de Mateus, capítulo 24, Gramick foca-se nestas palavras: “Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada, a outra será deixada”. Esta passagem fala da Segunda Vinda de Cristo, e Gramick se pergunta: Estamos todos – prontos e prontas – para este momento?
Nas demais leituras do dia, Isaías e Paulo trazem imagens como respostas para essa pergunta, a saber: que nos preparemos para a Segunda Vinda realizando obras de paz e justiça. Em seguida, Gramick propõe uma outra imagem, focada no quadro de dois homens e duas mulheres do Evangelho, no contexto de seu ministério LGBTQ.
A religiosa escreve a partir das recentes viagens que fez, durante as quais descobriu que “muitos católicos na Polônia NÃO estão realizando obras de justiça, paz e misericórdia, pelo menos para com as pessoas LGBTs”. O blog Bondings 2.0 publicou reportagens sobre vários casos que a religiosa cita, como a afirmação de Dom Marek Jedraszewski, arcebispo de Cracóvia, segundo a qual o movimento LGBTQ é uma “doença do arco-íris”. Gramick continua:
“Mas não é o Advento um tempo de esperança? Encontro esperança apesar desse tipo de discriminação contra a comunidade LGBT na Polônia e em outras partes do mundo?”
“Sim, encontro esperança. Muitas coisas me dão esperança por um futuro de paz, justiça e misericórdia, mas irei mencionar só três”.
“Marchas pela igualdade estão acontecendo não só na Polônia, mas no mundo todo. Nos últimos vinte anos, vi surgir nos Estados Unidos algumas centenas de paróquias amigas de pessoas LGBTs. E muitos paroquianos marcham nas paradas do orgulho LGBT”.
“Em segundo lugar, pais católicos com os quais tenho trabalhado me dão esperança. Há vinte ou 30 atrás anos estes pais ficavam bravos que o filho gay, ou a filha lésbica, não ia mais à igreja. Hoje, estes mesmos pais se perguntam por que a Igreja não aceita os filhos e filhas como são. Eles querem que TODOS os filhos e filhas sejam felizes e tratados com igualdade, com os mesmos direitos em sociedade e na Igreja. Clamam por paz, justiça e misericórdia”.
“Em terceiro lugar, o Papa Francisco me dá uma grande esperança para toda a Igreja. Ele convida a TODOS nós para que trabalhemos como comunidade, para que trabalhemos nos sínodos. Um sínodo diocesano, por exemplo, é uma assembleia do bispo, não só com os seus assessores, mas com os paroquianos e com aqueles que são católicos, porém deixaram de frequentar a igreja. É um encontro de TODA a comunidade católica que se reúne para manifestar suas opiniões sobre temas relevantes, para partilhar a fé e definir uma direção para um futuro de paz, justiça e misericórdia”.
[1] O Catholic Women Preach é um projeto inovador que visa abordar a maioria dos desafios prementes que a Igreja enfrenta na atualidade, respondendo ao chamado do Papa Francisco por um envolvimento mais amplo e ativo dos batizados na missão de pregação da Igreja. Este projeto é uma iniciativa profundamente fiel, esperança e alegre na procura de edificar a Igreja.
[2] Confira aqui o vídeo “Jeannine Gramick, SL Preaches for the First Sunday of Advent”.
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Irmã Jeannine Gramick prega sobre o ministério LGBTQ para o Primeiro Domingo do Advento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU