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A fábula do espinheiro

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02 Dezembro 2019

"Resta, porém, uma esperança: um mito. Não aquele que é o próprio espinheiro, mas o da fênix que renasce das cinzas. Resta saber quanto da floresta ainda vai ter de ser queimada para que a vida recomece", escreve Solange do Carmo, professora de teologia na PUC de Minas Gerais.

Eis o artigo. 

“Uma árvore boa produz frutos bons e toda árvore má produz maus frutos”

(Mt 7,18)

 

“Tem rabo de jacaré, couro de jacaré, boca de jacaré,
pé de jacaré, olho de jacaré, corpo de jacaré
e cabeça de jacaré, como é que não é jacaré?”

(Leonel Brizola)

 

A bíblia, sempre ela a nos surpreender com sua sabedoria! Se para alguns é arma para destruir, matar e discriminar, nada é comparável ao seu caráter comunicativo, capaz de nos advertir acerca das agruras da vida. Como disse Veríssimo, o filho e não o pai, a bíblia está cheia de textos para todos os gostos e estilos (inserir a referência?).

Um de seus relatos mais intrigantes é a parábola do espinheiro, narrada no livro dos Juízes (Jz 9,7-21). O texto faz parte de uma coleção antimonárquica, decididamente vencida por sua adversária, a corrente pró-monarquista, representada por Joatão.

A história é mais ou menos assim. Tendo saído do Egito, traumatizado com a experiência da escravidão, o povo se instalou em Canãa e a terra conquistada fora dividida entre as doze tribos de Israel. Cada tribo se organizou e tocou a vida para a frente. Mas, se por um lado a igualdade era respeitada e a fraternidade era experimentada, pois não tinham líderes a explorá-los, os israelitas estavam mais sujeitos aos ataques do inimigo e, consequentemente, mais vulneráveis à violência. Em vez de se unirem para superar a violência, alguns, vendo como os povos importantes se organizavam com exércitos brutais e uma corte cheia de glória, começaram a invejar a segurança dos mesmos e acharam que também eram capazes de repetir a façanha: dominar os povos menores pela força, com a instalação da monarquia. Não faltou quem ficasse contra essa ideia estapafúrdia, quem mostrasse que a fraternidade conquistada e a divisão de bens experimentada no tempo dos juízes eram bens superiores à ilusão de uma monarquia poderosa. A maioria ingênua ganhou, mas não demorou para ver que todos perderam. Elegeram Saul, um louco desvairado, lunático e fora de si, que, segundo pensavam, por meio da violência acabaria com a violência.

É neste contexto que se encaixa a famosa fábula de Joatão. Breve resumo: As árvores resolveram ungir para si um rei. Disseram à oliveira: “Reina sobre nós”. Ciente de sua missão, ela rejeitou o convite dizendo: “Tenho muito azeite a produzir; não tenho forças para superar as outras árvores e ficar balançando sobre elas”. Convidaram a figueira. A boa árvore deu resposta semelhante: “Tenho de produzir frutos doces e deliciosos; não tenho forças para superar as outras árvores e ficar balançando sobre elas”. Tentaram outra vez com a videira, que, consciente de sua tarefa de agradar a Deus e aos homens com seu vinho, também escusou. Chateadas com a firme resolução das plantas nobres, as árvores decidiram eleger o espinheiro. Não foi preciso insistir. Ele já sonhava com ocasião para oprimir as irmãs da floresta. Respondendo prontamente ao convite, falou: “Se, na verdade, me ungis rei sobre vós, vinde e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano”. E começou o pesadelo. Eleito, Saul perseguiu seus desafetos, matou, explorou seus irmãos e terminou doido, pois nenhum tirano pode escapar ao seu próprio veneno.

Não foi falta de avisar. A corrente anti-monarquista, entusiasta da vida tribal, tentou dissuadir o povo. Nem era preciso isso, afinal a história de Israel é plena de relatos e advertências que mostram que uma árvore boa dá bons frutos e que uma árvore má só pode oferecer frutos detestáveis. O próprio espinheiro não escondeu sua fúria. Com a possibilidade de sua unção, avisou que sairia fogo de si a ponto de consumir os cedros do Líbano, mostrando quem é.

Os cedros do Líbano são famosos por sua qualidade, durabilidade, capacidade de resistir ao tempo e por sua função de embelezar e sustentar as edificações. Dele se faziam não só móveis que se eternizavam, mas colunas para as grandes construções, como o templo de Jerusalém. O espinheiro, porém, não temia nada. Sua promessa foi a de consumir tudo, até o que de mais forte e mais belo havia no imaginário daquele tempo.

Bom, o fim da história a gente já conhece: a monarquia foi rolando ladeira abaixo, com líderes cada vez mais violentos, que só pensavam em si, até chegar à tomada de Jerusalém, no ano 597 a.C., pelo reino da Babilônia, quando grande parte da população ficou na miséria em terras de Israel e a elite foi deportada. Fim.

Esse texto poderia ter sido escrito ontem, mas não: tem pelo menos 2500 anos. Ora, qualquer semelhança com a situação política brasileira não é mera coincidência. O povo brasileiro, manipulado por uma mídia golpista e bombardeada por fake news, elegeu o grande espinheiro. A ilusão de segurança por meio da força e a promessa de acabar com o comunismo – que nunca existiu no Brasil – levou muita gente a pensar que o espinheiro – com seus espinhos mais que conhecidos – maltrataria apenas um grupo de corruptos e protegeria a população. Não foi falta de o próprio espinheiro avisar: “vou botar fogo na floresta; vou queimar até os cedros do Líbano...” Anestesiada de ódio, nossa gente pagou para ver. E estamos todos a pagar caro por isso. Dólar subindo, combustíveis e gás de cozinha a preços absurdos, salário mínimo corrigido abaixo da inflação, leis trabalhistas flexibilizadas, empresas de portas fechadas, demissões em massa, índices altíssimos de violência, licença para a polícia matar, ameaça de AI-5, fim da previdência social, privatização das estatais, censura, privatização da educação, ameaça de acabar com o SUS, exaltação da imbecilidade... A lista é sem fim. Mas esses são apenas alguns exemplos dos espinhos que nos ferem e matam, pois seu veneno é como de uma serpente, traiçoeiro e fatal.

E o pior não é isso. Uma vez o incêndio declarado, ou as árvores da floresta têm vergonha de admitir que erraram na escolha, ou são tão perversas quanto o espinheiro e querem mesmo ver o cedro pegar fogo. Não sabem, porém, que o cedro – símbolo da soberania e da resistência – é a última árvore a sofrer danos. Para que ele se queime, toda a floresta será devastada, a começar pelos ramos mais frágeis, aqueles desavisados que elegeram o espinheiro.

Resta, porém, uma esperança: um mito. Não aquele que é o próprio espinheiro, mas o da fênix que renasce das cinzas. Resta saber quanto da floresta ainda vai ter de ser queimada para que a vida recomece. Sigamos tocando a flauta, pois como disse Khalil Gibran “o canto é o melhor saber e o lamento da flauta sobrevive ao cintilar das estrelas”.

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