10 Mai 2019
Um perfil do empresário que cresceu nos governos petistas enquanto apoiava as campanhas de direita e agora busca acelerar as privatizações do governo Bolsonaro, do qual participa por indicação do amigo Paulo Guedes.
Reportagem é de Alice Maciel, publicada por Agência Pública, 09-05-2019.
“Pela primeira vez nesse país nós temos um governo liberal. Liberal na economia e conservador na família”, disse o então presidente do conselho administrativo da Localiza Rent a Car, José Salim Mattar, à plateia de empresários. E continuou: “Há quanto tempo não temos um governo liberal nesse país?”. Sem resposta, ele mesmo respondeu: “Na verdade, nós estamos dando uma chance aos liberais pela primeira vez mostrar a que eles vieram”.
Era uma terça-feira, 4 de dezembro de 2018. Mattar abria o seminário “Cenários econômicos do Brasil em 2019 e 2020”, realizado anualmente pelo Conselho de Presidentes, entidade criada com “a missão de inspirar líderes nas decisões estratégicas”. Há dez dias seu nome havia sido anunciado para comandar as privatizações do governo Bolsonaro à frente da Secretaria Especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia.
O convite foi feito por Paulo Guedes, amigo de longa data do empresário e com quem compartilha dos mesmos ideais. Salim Mattar defende o Estado mínimo desde os 16 anos de idade – quando era estudante em Oliveira, no interior de Minas – e há mais de trinta financia a difusão das ideias ultraliberais no Brasil, além de ter se tornado um porta-voz do antipetismo.
Apesar disso, o crescimento dos seus negócios contou com ajuda do Estado durante os governos do PT. Só entre 2013 e 2016, a Localiza Rent a Car, a Pottencial Seguradora e a Omni Táxi Aéreo – empresas das quais ele possui ações e já passou por cargos de direção – abocanharam, juntas, R$ 1,1 bilhão em contratos com o governo federal. O maior volume de recursos, 96%, vieram da Petrobras. Os dados foram levantados pela Pública no portal da Transparência do Governo Federal.
Nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), a Localiza – fundada em 1973 por Mattar, seu irmão Eugênio Mattar e os irmãos Antônio Cláudio e Flávio Resende – alcançou patamares históricos de crescimento. Em 2005, foi a primeira do ramo a abrir capital na bolsa de valores e, em 2013, se tornou a maior locadora da América Latina. Também foi durante os governos do PT, nos anos de 2013 e 2015, que a Omni Táxi Aéreo fechou negócio bilionário com a Petrobras. Na ponta do lápis, a empresa faturou R$ 1.068.567.464 em 21 contratos firmados nesses dois anos com a estatal para fazer o transporte offshore (de funcionários para as plataformas no mar).
Aos 70 anos, Mattar está no topo da lista dos mais bem-sucedidos empresários brasileiros. Ele foi escolhido um dos melhores CEOs do Brasil pela revista americana Institutional Investor nos anos de 2006 e 2007 e, em 2012, foi indicado como um dos 50 CEOs de melhor desempenho da América Latina pela revista Harvard Business Review, títulos que ele faz questão de destacar em seu currículo.
Além dos investimentos na Omni, na Localiza e na Pottencial, o empresário tem sete CNPJs em seu nome, incluindo um posto de gasolina (Comercial de Derivados de Petróleo Limitada), um haras (Haras Sahara Ltda.) e uma empresa de eventos (The One Promoções e Eventos). Em 2017, a The One Promoções prestou serviços para o Partido Novo no valor de R$ 10,6 mil. No mesmo ano, Mattar doou R$ 2,2 milhões para a legenda.
A Omni Táxi Aéreo e a Localiza ainda têm 12 contratos em vigência com o governo federal no valor de R$ 176,4 milhões – R$ 174,2 milhões e R$ 2,2 milhões, respectivamente. Outros três contratos de serviços prestados pela Localiza para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Eletrosul e Agência Nacional de Energia Elétrica venceram este ano.
A reportagem tentou entrevistar o empresário, mas teve o pedido recusado e não recebeu retorno das perguntas enviadas por e-mail à assessoria de comunicação do Ministério da Economia. Ontem (08/05) à noite, a assessoria mandou a seguinte nota: “O Secretário Especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, se desvinculou de suas empresas antes de tomar posse no governo. Sua nomeação foi submetida à apreciação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que avaliou critérios como patrimônio e situações de potencial conflito de interesse. O secretário atendeu a todos os requisitos exigidos e foi nomeado em 10 de janeiro de 2019 pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro.”
“Eu entendi cedo, foi uma dádiva que Deus me deu, o quão mau é a esquerda, como faz mal, como em um país de esquerda as pessoas vivem infelizes”, afirmou Mattar no seminário, na sede da Localiza, em Belo Horizonte. Do Estatuto do Desarmamento, à política de cotas raciais e o programa Mais Médicos, ele não poupou críticas às medidas dos governos petistas. Para justificar sua opinião, ele contava uma experiência pessoal.
“Eu durmo na minha fazenda aqui perto sempre temeroso porque as quatro fazendas ao meu redor já foram assaltadas.” Segundo ele, “as ditaduras de esquerda gostam de desarmar a população porque, uma vez a população desarmada, fica mais subserviente”. Para o empresário, a política de cotas raciais é uma injustiça. “Eu estava recentemente com o pai de um aluno. O filho não ia sábado para matinê, não ia sábado para o clube porque ficava estudando. E na hora que ele passou [na universidade] ele teve que abrir mão da nota para algumas pessoas que tinham notas muito menores do que ele. Isso é justiça?” Ele disse ainda que o programa Mais Médicos “era uma forma de transferir dinheiro para Cuba” e garantiu que a “caixa-preta” do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ia ser aberta.
Durante sua palestra, Mattar defendeu a escola sem partido: “Nós não podemos permitir que os professores ideologizem a escola. Nós queremos que nossos filhos aprendam português, geografia e história. Nós não queremos que os professores contem aos nossos filhos o que eles têm feito”, disse. E, para alento dos empresários, ele garantiu que o novo governo não iria aumentar impostos. “Impostos não vão subir, não vai ter aumento de impostos, fiquem tranquilos. A tendência é redução de impostos”, destacou.
“A falácia da esquerda precisa ser enterrada, e o grande desafio nosso, das pessoas que estão indo para o governo, é exatamente mostrar que existem melhores alternativas para a sociedade e para a economia que não são as alternativas de esquerda. E é isso que é o nosso trabalho. Por favor, orem por mim.” Aos aplausos da plateia, Mattar fechou assim sua fala no seminário.
Apesar da proximidade ideológica em relação a várias teses – e do ferrenho antipetismo que os une –, o presidente da República e José Salim Mattar não estão 100% alinhados na pauta das privatizações. Do grupo dos “privatiza tudo”, Mattar declarou em entrevista à revista Veja, em março, estar frustrado com alguns recuos do governo Bolsonaro. “Se a decisão fosse minha, eu privatizava tudo. Não faz sentido o governo ter bancos, mas a orientação que recebi é manter a Caixa, o Banco do Brasil e a Petrobras. Talvez eu esteja um pouquinho mais à direita do ministro Paulo Guedes, porque sou quase um libertário. Mesmo sem essas joias da coroa, será possível arrecadar quase R$ 1 trilhão com as privatizações”, disse.
No último dia 30, Mattar e Jair Bolsonaro discutiram as possibilidades de privatização dos Correios. Informações da reunião foram publicadas no twitter do Ministério da Economia. De acordo com a pasta, o objetivo de eventual venda da estatal é desonerar o cidadão.
Mattar destacou ao presidente “que gestões passadas com histórico de corrupção afetaram a eficiência dos Correios e elevaram em grandes proporções o seu custo ao cidadão brasileiro”. O secretário argumentou que o plano de saúde dos funcionários dos Correios tem um rombo de R$ 3,9 bilhões e o fundo de pensão, mais de R$ 11 bilhões. “Decisões equivocadas causaram um rombo de mais de R$ 11 bi no fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, que foi aquele fundo que comprou títulos da dívida pública da Venezuela”, acrescentou.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro defendeu a privatização dos Correios com os mesmos argumentos usados agora por Mattar, de que a estatal é alvo de reclamações e seu fundo de pensão causa prejuízo.
Dentre os chefes do alto escalão do governo Bolsonaro, pode-se dizer que Mattar é o que há mais tempo se dedica à disseminação dos ideais liberais econômicos no país. A começar por estar entre os empresários que fundaram o primeiro think thank brasileiro de direita após o fim da ditadura militar: o Instituto Liberal. O objetivo principal, conforme sua carta de fundação era: “convencer a sociedade brasileira das vantagens de uma ordem liberal”.
Mattar também foi um dos fundadores do Instituto Millenium e do Instituto de Formação de Líderes, além de ter mantido seu apoio a outras iniciativas com os mesmos ideais e financiado novas lideranças do movimento. De acordo com a cientista política Camila Rocha, autora da tese de doutorado Menos Max, mais Mises: uma gênese da nova direita brasileira, Mattar e a família Ling, proprietária da holding Evoré, são tidos pela militância ultraliberal como os principais financiadores de suas atividades.
Camila Rocha afirmou à Pública que os recursos são usados, principalmente, na organização de palestras, workshops, para pagar algumas passagens e apoiar eventos. Ele bancou, por exemplo, o projeto “Liberdade na Estrada”, do Instituto Ordem Livre, criado em 2009, que promoveu palestras com intelectuais liberais de direita em universidades espalhadas por todo o país. Conforme narrou Camila, o “Liberdade na Estrada” esteve presente em quase 50 universidades distribuídas em mais de 30 cidades diferentes, em suas cinco primeiras edições, “e ajudou a conectar ainda mais a militância pró-mercado distribuída pelo território nacional”. Na reportagem “A nova roupa da direita”, a Pública mostrou que a rede de think tanks conservadores dos EUA também financiou jovens brasileiros a defender o liberalismo no Brasil.
Em 2016, Salim Mattar foi um dos empresários que encabeçaram o movimento “Você Muda o Brasil”, ao lado de Luiza Helena Trajano (do Magazine Luiza), Jefferson de Paula (ArcelorMittal), Paulo Kakinoff (Gol), Pedro Passos (Natura), Pedro Wongtschowski (Ultra), Rubens Menin (MRV) e Walter Schalka (Suzano). Inicialmente, os encontros do grupo envolviam temas como ética, civismo, educação e desenvolvimento. Em 2018, eles fizeram um encontro para discutir o engajamento da sociedade civil na esfera política. Mattar integra também o Conselho Superior da Associação Comercial do Paraná (ACP), no mandato de 2017 a 2019. Em 2016, a entidade se posicionou publicamente favorável ao impeachment de Dilma Rousseff.
Ao mudar de lado no balcão e deixar a presidência dos conselhos administrativos da Pottencial Seguradora e da Localiza, em dezembro do ano passado, para assumir a direção da Secretaria Especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Mattar teve que abandonar alguns dos princípios que tanto defendeu ao longo da sua carreira empresarial e enfrentar as barreiras da gestão pública, tão criticadas por ele.
E ele está dançando conforme a música. Nomeou nove coronéis do Exército e cinco civis para comandar superintendências estaduais da Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), que está sob seu guarda-chuva. As portarias com as nomeações foram publicadas nos dias 13, 21, 26 de fevereiro. Questionada, a assessoria de imprensa do Ministério da Economia informou que as nomeações “seguiram critérios como perfil técnico e afinidade com os temas da Secretaria”.
O órgão administra imóveis que valem R$ 1,1 trilhão, com previsão para serem vendidos dentro do programa de desinvestimento do governo federal. “Vamos fazer um programa cuidadoso de venda de imóveis para não encharcar o mercado, mas estes são os ativos que devemos vender mais rápido, primeiro do que as estatais”, disse Mattar durante conferência com investidores promovida pelo BTG Pactual em São Paulo.
Os militares, no entanto, podem virar um empecilho para os programas neoliberais de Mattar e Paulo Guedes. Durante participação em evento do BNDES sobre desestatizações no setor elétrico, Guedes afirmou que está recebendo apoio dos militares, mas com ressalvas. “Eu falava que tinha que vender todas [as estatais], mas naturalmente nosso presidente e nossos militares às vezes olham para algumas delas com carinho, porque eles criaram elas como filhos desde lá atrás. Só que eu estou dizendo: olha só, seus filhos fugiram e estão drogados”, disse Guedes. “Mas eles [os militares] têm sido extraordinários no apoio, não recebi nunca uma admoestação”, completou.
Mattar conheceu Paulo Guedes na década de 1990. O então banqueiro, cofundador do banco Pactual – posteriormente comprado e transformado em BTG Pactual – foi responsável pela abertura de capital da Localiza, em 2005. Logo em seguida, ele convidou Guedes para integrar o Conselho de Administração da locadora, cargo que ocupou por três anos. Ano passado, foi a vez de Paulo Guedes fazer um convite profissional para Mattar. “Eu aceitei ir para o governo porque eu vi a qualidade dessas pessoas que estão indo para o governo. Uma das pessoas que eu conheço, que está no governo, ganhava US$ 2,5 milhões por ano no banco em que ele trabalhava e foi para ganhar R$ 26 mil por mês”, justificou Mattar aos empresários em Belo Horizonte.
Nas eleições do ano passado, Paulo Guedes e Salim Mattar estiveram em campos políticos diferentes, mas não opostos. Enquanto Guedes ajudou a construir o programa econômico de Jair Bolsonaro, Mattar atuou como “conselheiro” do Partido Novo, além de ter sido o maior doador da sigla.
O empresário chegou a ser cotado para candidatar-se pelo Novo ao governo de Minas Gerais. Segundo o presidente estadual do partido, Bernardo Santos, Mattar se recusou porque estava “em um momento de transição na empresa”. “A Localiza, à época, estava se juntando com a Hertz”, acrescentou. A negociação custou cerca de R$ 337 milhões, conforme divulgado pela imprensa. Quem assumiu a vaga foi Romeu Zema, eleito governador. Santos contou que eles já haviam convidado Mattar para concorrer à prefeitura de Belo Horizonte em 2016. “Mas ele não aceitou porque o partido ainda estava desorganizado. Tínhamos acabado de conseguir o registro.”
Apesar de não ter atuado diretamente na fundação do Novo, segundo Santos, Mattar sempre foi uma pessoa presente. “Ele é um conselheiro”, destacou. Além de ter sido o maior doador da campanha de Romeu Zema, com R$ 700 mil, Mattar ajudou a conquistar doações. “A gente fez umas reuniões na casa dele, ele se dispôs a conversar com algumas pessoas para conquistar alguma doação”, contou Santos.
Sua proximidade com o Partido Novo não o impediu, antes mesmo do fim do primeiro turno, de assumir o discurso do voto útil em Jair Bolsonaro. O fundador da Localiza está entre o seleto grupo de empresários, ao lado de Sebastião Bomfim (Centauro), Luciano Hang (Havan), Meyer Nigri (Tecnisa) e Flávio Rocha (Riachuelo) que declararam voto aberto no então candidato do PSL.
Ainda nas últimas eleições, Mattar se destacou como o quarto maior doador de campanha. Foram R$ 2,9 milhões para 30 candidaturas dos seguintes partidos: Novo (R$ 1,4 milhão), DEM (R$ 650 mil), PSDB (R$ 500 mil), PSB (R$ 100 mil), DC (R$ 50 mil), PTB (R$ 50 mil), PSC (R$ 50 mil), PHS (R$ 25 mil) e PSL (R$ 20 mil).
Entre os 30 contemplados pelo empresário estão fundadores do MBL, Kim Kataguiri (DEM-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS), membros do governo Bolsonaro – os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo-SP) – e os relatores da reforma trabalhista na Câmara, Rogério Marinho (PSDB-RN), e no Senado, Ricardo Ferraço. Só na Justiça do Trabalho mineira, a Localiza Rent a Car, acumula 86 processos.
A relação de Mattar com a política partidária ganhou maior destaque nas últimas eleições devido ao seu engajamento no Novo e às vultosas doações, mas não é de hoje que ele participa das decisões políticas do país por meio de contribuições financeiras. A Localiza doou R$ 315 mil (mais mil reais do próprio Mattar) à primeira campanha de Aécio ao governo de Minas, em 2002. No ano seguinte, após negociação com o setor, o então governador reduziu a alíquota do IPVA igualando-a à do Paraná. Ele passou a emplacar os carros em Minas, gerando receita aos cofres estaduais. Nas eleições de 2014, ele gravou um vídeo de apoio a Aécio: “Está na hora de mudança. Aécio está preparado para essa mudança. Aécio é a nossa única solução”, disse Mattar no vídeo.
Em 2014, Mattar doou R$ 1,5 milhão para a direção nacional do PSDB e R$ 45 mil para a do DEM. Outros R$ 205 mil foram destinados a quatro candidatos do DEM, PP e PSDB.
Assim que terminaram as eleições, vitorioso nas urnas, o então eleito governador de Minas, Romeu Zema (Novo), se refugiou no Haras Sahara, empreendimento de altíssimo luxo do seu maior doador de campanha, José Salim Mattar. Além da criação e do treinamento de cavalos árabes, o haras é palco de grandes festas e de encontros das lideranças do movimento liberal do país, como o que ocorreu em 2015 após o registro do Novo na Justiça Eleitoral.
Mattar recebeu em suas acomodações a ativista do liberalismo da Guatemala, Gloria Alvarez, a então apresentadora de TV da revista Veja, deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), o economista e escritor Rodrigo Constantino e o presidente do Partido Novo, João Amoêdo. Conforme divulgado em colunas sociais à época, o assunto girou em torno do peso do Estado na vida dos cidadãos.
A casa sede do Haras, onde Zema se hospedou, possui quase 10 mil metros quadrados e conta com a assinatura do renomado arquiteto Roberto Migotto. Ela destoa da simplicidade de Mocambeiro, distrito de Matozinhos, Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde está localizada.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do governador de Minas Gerais informou que “Romeu Zema e o empresário José Salim Mattar Júnior são amigos e mantêm uma relação de proximidade antes de ocuparem cargos públicos”. “O fato de Romeu Zema ter frequentado a propriedade de Salim Mattar, em momento de lazer, não configura troca de interesses públicos ou políticos, uma das práticas muito condenadas por ambos”, acrescentou.
Cercado pela Unidade de Conservação Ambiental Monumento Estadual Vargem da Pedra e pelo Parque Estadual Cerca Grande, o Haras Sahara está localizado em uma importante Área de Proteção Ambiental, rica de sítios arqueológicos, sob o guarda chuva do ICMbio, órgão comandado pelo ministro Ricardo Salles, que recebeu R$ 200 mil de Mattar – seu segundo maior doador – para concorrer à Câmara dos Deputados.
Já no órgão estadual, Mattar acumulou cinco multas que foram anistiadas por meio da Lei n° 21.735, de 3 de agosto de 2015, de autoria do ex-governador Fernando Pimentel (PT). A norma perdoou as multas ambientais de até R$ 15 mil. No local, o empresário é bem visto pelos moradores. “Muita gente conseguiu emprego lá e ele arrumou a estrada também, a que dá no haras dele”, contou o aposentado Geraldo Lourenço Filho.
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O raio privatizador de Bolsonaro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU