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Recuperar a história da África para compreender as modernas escravidões. Entrevista com o antropólogo Mariano Pavanello

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13 Agosto 2019

Historicamente, na África, os processos de escravização passaram de simples instrumentos de fortalecimento de grupos familiares a fundamento de instituições estatais com amplos desdobramentos econômicos e políticos. A grande maioria das formações políticas locais eram escravagistas, isto é, funcionavam apenas em virtude da mão de obra servil. Portanto, quebrar o silêncio sobre essa dramática violação da dignidade das pessoas através da reconstrução e da investigação histórica torna-se um objetivo prioritário. Conhecer a história da escravidão na África é, portanto, fundamental para lançar luz sobre as formas contemporâneas desse fenômeno, que continua a dilacerar o tecido social e econômico do continente. Quem ressalta isso é o antropólogo Mariano Pavanello, que recentemente editou a tradução italiana da Storia della schiavitù in Africa (História da Escravidão na África, Bompiani, 2019) do historiador canadense Paul E. Lovejoy.

A entrevista é de Alicia Lopes Araújo, publicada por L'Osservatore Romano, 8-9 de agosto de 2019. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Eis a entrevista. 

O quanto é atual propor a história da escravidão e do tráfico na África?

Eu diria que é um tema absolutamente da contemporaneidade; uma chave de leitura para entender também a nossa história, inextricavelmente ligada à do continente africano. Não se pode compreender a África atual sem conhecer a história do tráfico de escravos, porque foram múltiplos: depois daquelas da antiguidade, na Idade Média e Moderna houve o tráfico islâmico transaariano, o tráfico islâmico oriental, através do Mar Vermelho e do Oceano Índico, e só mais tarde, a partir do século XVI, o tráfico atlântico, iniciado na África Ocidental, mais precisamente no Golfo da Guiné, representando a última fase desse fenômeno de longa duração. No entanto, a escravidão na África continuou até o século XX, muito mais do que nas Américas.

Hoje, em nível da opinião pública, e muitas vezes inclusive entre os intelectuais, da África - continente muito próximo de nós e na vanguarda das crônicas dos fenômenos migratórios contemporâneos - temos apenas estereótipos e preconceitos. Não só isso, mas a atual emigração do continente africano é interpretada como se fosse um fenômeno recente, sem considerar que tais movimentos afundam suas razões históricas nos séculos que nos precederam. Os europeus foram a causa do infeliz declínio da África e coprotagonistas, juntamente com as classes políticas africanas, do mais grave crime cometido contra a humanidade. A escravidão era de uso comum em quase todo o continente, e a história do tráfico de escravos envolveu dezenas de milhões de seres humanos em um comércio dirigido por governos e comerciantes africanos e comerciantes de escravos europeus inescrupulosos, gerando uma espiral de crise que, ainda hoje, leva um grande número de pessoas a emigrar e acabar nas mãos de criminosos, justamente repercorrendo as mesmas rotas do comércio de escravos da Idade Média.

Em que medida a suposta falta de história na África e da África contribuiu para justificar o sistema escravista?

Antes de mais nada, devemos corrigir essa ideia, infelizmente dominante, segundo a qual a África seria um continente sem história, um buraco negro, simplesmente porque não há uma história escrita a seu respeito anterior à historiografia ocidental, apesar de as fontes árabes já no século VIII d.C. fazerem referência aos países ao sul do Saara, ao famoso Bilād al-Sūdān, ou seja, à "terra dos homens negros".

A UNESCO lançou um grande projeto para reconstruir a história do continente, para a valorização de seu patrimônio cultural, para a exploração das tradições orais, graças primeiro ao grande projeto para a recuperação das fontes orais, iniciado na década de 1960, e depois à iniciativa “Slave Route”, lançado em 1994, precisamente para preencher as lacunas sobre a história da escravidão e do tráfico, como fenômenos marginalizados, quando não completamente ignorados.

Além da arqueologia, temos uma série de testemunhos sucessivos, que vêm do IX até o XVI século, de viajantes, mercadores, geógrafos e estudiosos muçulmanos, que fornecem documentações inestimáveis para a reconstrução historiográfica. Às tradições orais das próprias populações africanas foi acrescentada uma copiosa produção bibliográfica tanto ocidental como propriamente africana. Também devem ser lembrados os documentos da antiguidade, uma vez que os próprios egípcios se abasteciam de escravos. A história da África que nós conhecemos começa, portanto, no VIII século e já nesse período sabemos da presença da escravidão, que, no entanto, era endógena às sociedades, sob forma de mão-de-obra servil dentro de famílias extensas. Em particular, comprar mulheres e crianças significava ter potenciais concubinas ou esposas, garantindo assim mão-de-obra e filhos. Muitos testemunhos europeus do XV século fazem referência ao comércio intra-africano de escravos, enquanto apenas a partir de meados do século XVI começou o tráfico para as Américas. Em vez disso, resulta mais difícil ter informações detalhadas sobre a evolução dos processos de escravização nos séculos anteriores, porque elas ocorreram em um período em do qual não temos uma grande riqueza de documentação histórica.

Que repercussões tiveram a inserção dos africanos na história mundial através do tráfico?

Os africanos trazem marcado em seu DNA esse destino. Se fizermos uma projeção ao longo de doze séculos, os africanos que foram submetidos à escravidão superam em muito os cem milhões de indivíduos, embora a minha seja uma estimativa muito conservadora. O comércio internacional de seres humanos - considerados mercadorias para todos os efeitos - proveniente da África Subsaariana, e a consequente depauperção antropológica e demográfica, trouxeram obstáculos estruturais ao seu desenvolvimento. Os tráficos tomados juntos deslocaram cerca de 27 milhões de escravos, dos quais 12 milhões para as Américas e o restante para o Oriente.

O que podemos dizer sobre o atual fluxo migratório desses modernos "quase escravos" é que são iludidos pela miragem de poder trabalhar na Europa, sem mencionar aqueles que são encaminhados por organizações para-criminosas, mas aqui estamos diante de uma espécie de comércio silencioso. Não podemos deixar de ver toda uma série de situações implícitas, abaixo da linha de visão, portanto sabemos que a Europa precisa de mão-de-obra e a imigração definida ilegal, mas que, de fato, à luz do sol, é combatida não porque reproduz as condições criminais dos antigos tráficos escravistas, mas por intolerância racial; é triste dizer, mas, embora as condições e circunstâncias tenham mudado, o mecanismo é o mesmo e a consideração pelos escravos modernos é a mesma.

No entanto, existem fortes fluxos migratórios dentro do próprio continente africano e, infelizmente, um número considerável desses migrantes ainda está sendo escravizado. É difícil aceitar que existam formas de escravidão atuais que derivam dessa história, mas, no entanto, sinto-me propenso a afirmar que seguem uma genealógica consequência. Há continuidade, não apenas virtual, mas concreta, com a história passada, pois a realidade contemporânea das formas de exploração, embora não reproduza as mesmas condições e os mesmos contextos, é ainda assim fruto de uma mentalidade que se consolidou ao longo dos séculos.

Quais forças, hoje, alimentam novas formas de escravidão?

O colonialismo foi a fase terminal de um longo processo que durou séculos. Na realidade, somente depois da segunda metade do século XIX e, mais precisamente, na Conferência de Berlim (1884), que decretou a divisão da África colonial, as potências europeias estiveram diretamente envolvidas na gestão e ocupação dos territórios da África tanto mediterrânea como subsaariana. Somente quando as potências europeias perceberam que não precisavam mais de escravos, isto é, de exportação forçada de força de trabalho, mas sim de produtos voltados para o desenvolvimento da indústria, houve o momento de virada, que mudou radicalmente o paradigma e a atitude europeia. Assim, o colonialismo e o imperialismo fundiram-se, tornando-se um único fenômeno histórico. No entanto, durante quatrocentos anos os europeus negociaram com os africanos quase em pé de igualdade, fomentando sua conflitualidade endógena, minando a estabilidade política e criando as condições para a plena colonização do continente. Somente a conscientização, a disseminação, a sensibilização da opinião pública e as oportunas ações políticas poderão dar no futuro uma resposta real ao maior crime perpetrado contra a humanidade. No entanto, nenhuma mudança é possível enquanto a intelectualidade emergente do continente africano e da diáspora não se empenhar a acertar as contas com a história de suas próprias sociedades escravistas.

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