Tradicionalmente, como forma de aprofundar a espiritualidade da esperança no caminho da preparação para o Natal, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU publica em seu site as sete antífonas que acompanham o cântico do Magnificat nas Vésperas da Liturgia das Horas, as chamadas antífonas do Ó.
As "Antífonas do Ó", nome que lhes é dado por iniciarem com a exclamação "Ó", são composições poéticas que formam uma série conhecida como as “antífonas maiores”, todas iniciadas com a exclamação e invocação “Ó” dirigida a Jesus Cristo. Nessas composições, são aclamadas a Sabedoria, o Senhor, a Raiz de Jessé, Chave de Davi e até mesmo o Oriente, num tempo de muitas provações até a chegada de Emmanuel, ou Ó Emmanuel, como na última antífona.
Compostas entre o século VII e o século VIII, sendo um compêndio de cristologia da antiga Igreja, constituem resumo expressivo do desejo de salvação, tanto de Israel no Antigo Testamento como da Igreja no Novo Testamento. A reforma litúrgica pós-Concílio Vaticano II, ao introduzir o vernáculo na liturgia, retomou os textos das Antífonas do Ó, veneráveis pela antiguidade e atribuídos por muitos ao Papa Gregório Magno. Embora sua origem não seja muito clara, estas sete antífonas seguramente já eram conhecidas e utilizadas na época do Papa Gregório, em torno dos anos 600.
Assim, em nosso tempo e em nossos contextos a necessidade de inspiração e preparação para chegada do Salvador se atualiza e mais uma vez, na semana de preparação do Natal, de 17 a 23 de dezembro, o IHU recupera diariamente cada uma das antífonas.
É possível observar também uma estrutura comum a todas as sete antífonas:
a) cada antífona começa com uma invocação endereçada ao Messias através de um título messiânico;
b) este título é ilustrado com referência a alguns atributos do Messias ou a algum evento crucial na história da salvação;
c) a antífona culmina com a súplica “Vem...”, e segue explicitando ainda mais as razões da súplica (salvar, acudir, libertar, mostrar o caminho...).
Apresentamos através dos links abaixo os textos integrais das sete antífonas, em latim e traduzidos (conforme a Liturgia das Horas, versão brasileira), com a inserção de áudio de cada antífona em canto gregoriano.
Na sequência, incluímos a versão das “Antífonas do Ó” do Ofício Divino das Comunidades. Para o ofício da novena de Natal, na versão brasileira, Reginaldo Veloso acrescentou duas novas, inserindo as expressões “Mistério” e “Libertação”, para completar os dias da novena. Cristo é o “Mistério” escondido e agora manifestado para trazer a Boa Nova e “Libertação” aos oprimidos (Ef 1,9-10 e Gl 4,4-7 respectivamente).
Ó Sapientia – Ó Sabedoria - 17 de dezembro
Ó Adonai – Ó Senhor - 18 de dezembro
Ó Radix Jesse – Ó Raiz de Jessé - 19 de dezembro
Ó Clavis David – Ó Chave de Davi - 20 de dezembro
Ó Oriens - Ó Sol da Justiça - 21 de dezembro
Ó Rex gentium – Ó Rei das nações - 22 de dezembro
Ó Emmanuel – Ó Emmanuel - 23 de dezembro
[1] Estas antífonas constam no Liber responsalis sive antiphonarius como antífonas ao Magnificat nos sete dias que precedem a celebração do Natal. Cf. GILBERT, Marcel. Le antifone maggiori dell'avvento. Civiltà Cattolica, 2008, IV, p. 319.
[2] O Ofício Divino das Comunidades foi elaborado como uma forma de inculturação da Liturgia das Horas, que adapta a tradição litúrgica romana à realidade cultural e religiosa dos católicos brasileiros e latino-americanos.