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30 Janeiro 2017

O socialismo francês está doente, assim como as outras propostas similares na Europa. As primárias do Partido Socialista (PS) nas quais se dirime não apenas o candidato para as eleições presidenciais de 2017, mas também o conteúdo político do socialismo, não são suficientes para preencher o vazio sideral em que se meteu o PS francês e, mais globalmente, a socialdemocracia europeia e a esquerda em geral. Ambas atravessam o pior momento da história contemporânea. A desistência do presidente francês, François Hollande, de concorrer à sua reeleição, representa um fracasso adicional: pela primeira vez na França sob a Quinta República, um chefe de Estado decidiu dar um passo atrás. Esse gesto representa o fracasso da chamada “esquerda reformista” e sua impossibilidade de manter o poder.

O comentário é de Eduardo Febbro, jornalista, publicado por Página/12, 27-01-2017. A tradução é de André Langer.

A oferta política europeia está asfixiada pelos populismos de extrema direita, pelo também chamado voto “sentimental” no melhor estilo do dirigente italiano Beppe Grillo, pelo conceito de “democracia iliberal” inventado pelo primeiro ministro húngaro Viktor Orban e por alguns movimentos da extrema esquerda. “Não votem com o cérebro, votem com o coração”, disse Grillo há algumas semanas. Na França, uma das personalidades mais populares é Marine Le Pen, a presidenta do partido da extrema direita Frente Nacional. O eleitorado fez desta mulher de grande oratória xenófoba e populista uma das favoritas para derrotar a esquerda no primeiro turno das eleições presidenciais de 2017.

A esquerda reformista de François Hollande, que governa a França desde 2012, termina o mandato esgotada, dividida e com níveis de aceitação popular dignos de um partido marginal. A esquerda mais progressista, por sua vez, também dividida em várias correntes, conserva um crédito sólido, superior inclusive ao PS, mas insuficiente para chegar ao poder. O dirigente da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon tem uma imensa aura popular, mas que, no encontro com as urnas, não se traduz em votos.

Hoje, as expectativas políticas dos eleitores estão depositadas na direita retrógrada ou na extrema direita. A socialdemocracia está desaparecendo. Sua retórica tornou-se inaudível, mesmo se seu reformismo não destruiu a raiz do Estado social, como pretende fazer a direita. A França segue sendo, dentro dos países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico), aquele país que mantém o gasto social mais alto: 31% frente a uma média de 21% na zona OCDE.

Para onde quer que se olhe, a Europa atravessa situações similares, cujo código comum é um eleitor que se diz vítima da globalização, do aumento das desigualdades, das elites modernas afastada da realidade, do retrocesso dos Estados e dos sistemas políticos viciados. Dessas ideias surgiu um tipo de personagem que assimila todos os males: o suposto operário branco, castigado pela globalização, com um trabalho instável, marginalizado pela desigualdade e superado, em direitos, pelos estrangeiros.

A esquerda no poder, como no caso da França, foi incapaz de se remodelar para responder a estes problemas. Ela se limitou a administrar as expectativas que ela mesma gerou com ações políticas contrárias às narrativas com que se fez eleger.

No Leste europeu e na Europa Oriental apareceu uma espécie de “muro da rejeição”, cujos melhores representantes são, na Hungria, Viktor Orban, e, na Polônia, Jaroslaw Kacynski. Estas posturas políticas são autoritárias, revisionistas, populistas ao extremo, mentirosas e propensas a limitar as liberdades e todos os mecanismos de contrapoder desenvolvidos pelas democracias. No dia 24 de julho de 2014, o dirigente húngaro Viktor Orban inventou a expressão com a qual se identificam hoje essas redefinições políticas: “a democracia iliberal”. O conceito invoca dois inimigos a serem derrotados: as elites globalizadas e os imigrantes. Para isso, os iliberais propõem o exercício de um poder absoluto em nome do povo, mas sem os necessários equilíbrios de poderes.

Como fizeram os partidários do Brexit na Grã-Bretanha, Donald Trump nos Estados Unidos e outras direitas europeias, trata-se de devolver a soberania ao povo, de proteger o povo e de governar em nome do povo excluindo os outros contrapoderes, ou isolando as minorias perigosas: poloneses na Grã-Bretanha, latinos nos Estados Unidos, muçulmanos na Europa, de maneira geral, as elites urbanas e conectadas. O hino desta “democracia iliberal” é o mesmo de Trump: “Let’s take back control” – retomemos o controle em nome do povo e para o povo.

Nos países escandinavos, na Holanda, na Áustria, na Bélgica, na Itália ou na França os partidos marcadamente populistas alteraram o jogo político. Nem mesmo a Alemanha se salva, onde o surgimento do partido de extrema direita AFD (Alternativa para a Alemanha) veio se juntar ao concerto geral de xenofobia, denúncia das elites privilegiadas e dos partidos políticos tradicionais.

Jean-Yves Camus, diretor do Observatório da Radicalização Política, observa que “embora a democracia seja suficientemente forte para resistir ao neofascismo, não é certo que esteja protegida contra uma evolução na qual a forma republicana e democrática de governo poderia sobreviver (eleições livres, bipartidarismo) ao mesmo tempo que muda de natureza”. Todas estas forças políticas apoiam-se nos mesmos impulsos: a rejeição ao estrangeiro, a proclamação de uma nova soberania frente à globalização ou a União Europeia e, última novidade, uma narrativa social muito forte copiada da esquerda.

E é justamente aqui que está o abismo: a Europa política está em plena recomposição com um ausente maior: a esquerda. Suas ideias não prosperam e toda a reformulação passa pela direita ou pela extrema direita. O trabalhismo britânico de Jeremy Corbyn não decola, o Pasok grego ficou arrasado, o SPD alemão busca sua glória passada, o velho partido socialdemocrata austríaco nem sequer passou pelo primeiro turno nas eleições presidenciais, o PSOE espanhol jogou-se pela janela assim como fez o PS francês.

A esquerda socialdemocrata ou reformista vive sua pior fase histórica: seu último reinado remonta ao período que vai de 1990 a 2000 com Tony Blair na Grã-Bretanha (1997-2007), Gerhard Schroeder na Alemanha (1998-2005), Felipe González na Espanha (1982-1996) e Lionel Jospin na França (1997-2002). Dali em diante, essa esquerda foi se esfumaçando nas brumas de uma gestão não inteiramente de acordo com seus postulados. Ela perdeu sua alma tentando adaptar-se à realidade das economias globalizadas, ao encolhimento dos Estados protetores, às enormes transformações tecnológicas e à pressão liberal.

A socialdemocracia transformou-se em uma espécie ameaçada pela direita ultraconservadora, extrema direita ou pela esquerda mais radical (Syriza na Grécia, Podemos na Espanha, o Movimento 5 Estrelas na Itália, a Frente de Esquerda na França ou Die Linke na Alemanha). O centro de gravidade deslocou-se para a direita.

Na França, a socialdemocracia e as esquerdas plurais disputam um espaço cada vez mais restrito: seus adversários são o conservadorismo social misturado com o liberalismo econômico assim como é postulado pelo candidato da direita que venceu as primárias, François Fillon, ou a ultradireita de Marine Le Pen em cuja retórica confluem o mais genuíno da extrema direita, o populismo e ingredientes sociais furtados da esquerda.

Mas, via de regra, a esquerda não está presente na reconstrução política do Velho Continente. Passou de ator que desenhava o futuro a se ver expulso dele. Uma esquerda reformista que não prospera para além de determinado nível, outra esquerda histórica estancada e uma esquerda radical que também não rompe a barreira dos 15%: as três competem quase no mesmo mercado sem capacidade de postular um modelo comum ou chegar a uma convergência. Aquele que foi durante muitas décadas o motor do progresso social europeu tornou-se um ator de segunda categoria, obscurecido por suas incoerências, traições e egos.

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