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Adultização: ‘O compromisso do cuidado é coletivo. Que adultos estamos sendo nessas plataformas?’. Entrevista com Juliana Tonin

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19 Agosto 2025

Pesquisadora Juliana Tonin destaca necessidade de regulamentar plataformas e papel dos adultos ao compartilharem imagens de crianças.

A entrevista é de Marihá Maria, publicada por Sul21, 16-08-2025.

A exposição infantil nas redes sociais ganhou destaque nas discussões desta semana, impulsionada pelo vídeo “Adultização”, do criador de conteúdo Felca, que já ultrapassa 40 milhões de visualizações no YouTube. As denúncias apresentadas no material colocaram em evidência a fragilidade da segurança de crianças e adolescentes no ambiente digital e reacenderam o debate sobre a regulamentação das plataformas.

Em entrevista ao Sul21, a doutora em Comunicação e pós-doutora em Sociologia da Infância, Juliana Tonin, explicou que o conceito de adultização não é recente, mas que sua intensidade se amplifica com o alcance das mídias digitais. Ela observa que o tema, muitas vezes, permanece restrito na reflexão do público em geral, como se o problema não fizesse parte do cotidiano, e que o vídeo serviu como um alerta para essa realidade.

“Parece que ele é um tema do outro, que ele é um tema que acontece longe da gente. Muitas vezes também associado, quando a gente fala na internet, numa perspectiva mais de deepweb. Algo que fica muito mais sorrateiro, que fica num outro nível que não está próximo. O que o Felca fez foi mostrar a todos que isso tá no nosso cotidiano, no Instagram”, aponta. “Esse aliciamento está nessas simples fotos que a gente vai postando, que existe muitas vezes uma distorção da imagem, que existe um consumo, que existe uma interpretação e que isso tá partindo dali”, explica.

Ela ressalta a importância de compreender o papel do coletivo e de os adultos reconhecerem a responsabilidade que têm diante da situação. “E o nosso compromisso desse cuidado, ele é coletivo, envolve uma reflexão de pensarmos primeiro nesse ponto da consequência, de quê adultos nós somos, de quê adultos nós estamos sendo nessas plataformas e qual é realmente a nossa responsabilidade”, diz. A comunicadora enfatiza que essa responsabilidade inclui pensar antes de compartilhar imagens de menores nas redes sociais, independentemente do contexto.

Nesse sentido, Tonin ressalta a necessidade da regulamentação das plataforma digitais e do exercício de uma consciência coletiva a fim de garantir um ambiente seguro para crianças e adolescentes. “Talvez, a gente possa pensar enquanto adultos numa maneira de frear um pouco o nosso comportamento a partir do estímulo todo que esse vídeo nos deu. Também, como uma estratégia paralela antes mesmo de uma aprovação ou paralelamente a uma aprovação de um Projeto de Lei”, diz.

A repercussão do tema chegou ao legislativo brasileiro, onde foram apresentados diversos projetos que tratam do abuso infantil no meio digital. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, anunciou que seriam pautadas, ao longo da semana, propostas voltadas a combater a sexualização de menores nas redes, incluindo a proibição de publicações de vídeos com crianças vestindo pouca roupa ou realizando danças de cunho sensual.

Nesse mesmo contexto, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, na quarta-feira (13), por unanimidade, o Projeto de Lei 2.857/2019, que prevê o aumento de um terço na pena para o crime de aliciamento de crianças e adolescentes pela internet, aplicativos ou redes sociais.

Também na Câmara, o Colégio de Líderes definiu na terça-feira (12) que será criado um grupo de trabalho (GT), a partir da próxima semana, com o objetivo de elaborar um projeto de lei (PL) para combater a adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais.

Entre as propostas mais avançadas sobre o tema está o PL 2.628/2022, já aprovado no Senado, mas que até então estava parado na Câmara. Na quinta-feira (14), Hugo Motta, afirmou, em entrevista à GloboNews, que quer votar o Projeto na próxima semana. Tonin lembra que a regulamentação do ambiente digital enfrenta barreiras complexas. “Como não podemos regulamentar diretamente as plataformas, o assunto muitas vezes recai em zonas de sombra, porque estamos lidando com big techs. Essas regulamentações são mais difíceis”, aponta.

Segundo a pesquisadora, as consequências da adultização afetam a saúde mental e física das crianças, interferindo nas relações interpessoais e na percepção da própria imagem ao longo da vida. Ela reforça que uma solução efetiva passa necessariamente pela regulação das ferramentas digitais. “O que seria ideal em termos de limite é que a gente conseguisse regular essas plataformas e para que a gente pensasse essa questão da inteligência artificial, do que uma regulamentação poderia nos limitar em termos de uso de imagem, do que ela poderia nos barrar em termos de manipulação de imagens”, diz.

Eis a entrevista.

O que é o termo “adultização”?

Ele nos remete a uma ideia muito clara de uma dinâmica que pode acontecer com as crianças, de antecipar algumas práticas, alguns comportamentos que são, na verdade, previstos a partir de uma cultura do adulto. Esse termo, com certeza, se propagou de uma maneira muito intensa a partir do vídeo do Felca, mas ele não é um termo novo e a gente não pensa esse conceito apenas recentemente.

É um termo que remete à história social da infância, e Philippe Ariès escreveu um livro que foi um marco nesse sentido, publicado na década de 60, em que ele explica que havia uma época, até a idade média, mais ou menos, em que não havia uma separação entre os adultos e as crianças. Que as crianças, elas eram adultos em miniatura. E depois a gente teve, na verdade, o surgimento da infância e que nós tivemos de forma muito marcada as idades da vida e o que era próprio de uma criança e próprio de um adulto. E a adultização, muitas vezes, naquela época ou anterior, ela poderia representar a inserção da criança no mundo do trabalho.

Então, a adultização é um termo de fácil compreensão, que ficou muito disseminado com o vídeo do Felca, mas ele representa muitas questões do ponto de vista de a criança ocupar um lugar que teoricamente é visto como o lugar da criança e o que se espera da criança e de ela ter determinados comportamentos, atitudes, tarefas e funções que são previstas para o adulto. Seja mais voltada para a questão da sexualidade ou para a questão do mundo do trabalho, questões de consumo, de moda, enfim, é ampla essa noção da adultização e de tudo que a gente pode integrar nesse entendimento.

E como o meio digital influencia nesse fenômeno da adultização?

É que a internet, na verdade, ela amplifica. Vamos pensar assim, nos últimos 25 anos em que a gente tem, realmente, o uso cotidiano da internet, em que para nós da comunicação, quando a gente analisa isso, a gente deixa de ter um controle sobre a emissão e todos passam a ser emissoras, todos passam a se comunicar e apresentar situações cotidianas. Não produzindo uma informação para um consumo necessariamente, mas as pessoas começaram a compartilhar questões de sua intimidade, onde se perdeu aquela referência do que é privado e do que é público, se perdeu a referência do que é necessariamente apenas íntimo. Inclusive, tem um termo que uma pesquisadora de comunicação, Paula Sibilia, utiliza que eu adoro. Ela fala que nós vivemos na era do éstimo, que a gente exterioriza o nosso íntimo.

Então, além de a gente ter um acesso muito grande a redes que nos conectam a muitas pessoas, nós temos então uma prática de compartilhar o nosso cotidiano e isso amplifica para que nós muitas vezes não tenhamos consciência, orientação e um senso crítico para entender que a esse espaço é um espaço aberto, que ainda não tem regulamentação. Que ainda não oferece uma proteção para que, por exemplo, o assunto que a gente está tratando aqui, crianças e adolescentes, eles sejam, protegidos de determinados comportamentos predadores, de consumo ou mesmo em relação à questão da sexualidade. Também, a gente pode falar de uma exploração no nível de trabalho, de comercialização, de venda de imagem, de produção de conteúdo, seriam vários aspectos.

Sobre a falta de uma legislação que regulamente as redes, como tu avalia o cenário de uma possível regulamentação do ambiente digital?

Estamos com uma discussão já há algum tempo em relação a isso. Como não podemos regulamentar as plataformas, o assunto muitas vezes recai em certas zonas de sombra, porque a gente tá falando de big techs. Então, essas regulamentações, elas são mais complexas.

Mas, nós temos agora em andamento o Projeto de Lei 2628/2022. Ele é, na verdade, um PL que está aprovado no Senado e parado na Câmara, aguardando aprovação. É um Projeto que já foi construído coletivamente, passou por amplos debates no Senado, na Câmara, com especialistas, sociedade civil, autoridades, pediatras, médicos, psicólogos e profissionais da comunicação, profissionais da nossa área também participaram dessa construção. Então ele é um projeto de lei que está pronto para ser implementado e ele trata disso, de um início de uma regulamentação das plataformas para que a gente tenha essa proteção. Esse cuidado, no mínimo, também em relação aos algoritmos dessas plataformas, para que a gente possa proteger e prevenir situações como essas que foram expostas no vídeo do Felca.

Quais são as consequências dessa adultização na formação das crianças e dos adolescentes?

Esse tema é estudado por muitos pesquisadores, já há muito tempo, muitos profissionais atuam diariamente nesse combate, principalmente a questão da violência sexual contra crianças. Mas ele não havia ganhado essa abertura, essa repercussão tão grande. E muitas vezes ele ainda sofre uma certa limitação na nossa reflexão, porque parece que ele é um tema do outro, ele é um tema que acontece longe da gente. Muitas vezes também associado, quando a gente fala na internet, numa perspectiva mais de deepweb. Algo que fica muito mais sorrateiro, que fica num outro nível que não está próximo.

O que o Felca fez foi mostrar a todos que isso tá no nosso cotidiano, no Instagram, sabe? Que acontece ali, que esse aliciamento está nessas simples fotos que a gente vai postando, que existe muitas vezes uma distorção da imagem, que existe um consumo, que existe uma interpretação e que isso tá partindo dali.

Então, esse serviço de pensar que esse problema é nosso, esse problema é meu, é teu, é de todas as pessoas. E o nosso compromisso desse cuidado, ele é coletivo, envolve uma reflexão de pensarmos primeiro nesse ponto da consequência, de quê adultos nós somos, de quê adultos nós estamos sendo nessas plataformas e qual é realmente a nossa responsabilidade. Qual o nosso compromisso quando a gente opta por filmar, fotografar e publicar uma imagem de uma criança.

Mesmo que seja um compartilhamento de um aniversário, de uma cena numa pracinha, num parquinho, alguma coisa assim. Isso é bastante complexo neste momento em que a gente fala de rede aberta, que não sofreu ainda regulação para que nós possamos ter proteção. E a gente tem a inteligência artificial, que nos permite realizar várias distorções. Então, talvez, a gente possa pensar enquanto adultos numa maneira de frear um pouco o nosso comportamento a partir do estímulo todo que esse vídeo nos deu. Também, como uma estratégia paralela antes mesmo de uma aprovação ou paralelamente a uma aprovação de um Projeto de Lei. Que nós possamos também ter essa responsabilidade, porque para a criança é complicado, porque a criança, normalmente, ela vai fazer algo que seja favorável para os seus adultos de referência.

A criança vai entender essas práticas como modelo de relação, como modelo de imagem, como modelo de exposição e isso vai ficar gravado para sempre na vida dela e ela vai pautar os seus relacionamentos a partir desses modelos de visibilidade, de exposição do corpo ou de consumo. Que podem provocar, sim, já tem muitos estudos e muitos dados que refletem nisso, que impactam diretamente nas questões de saúde mental. São, sim, estimuladores, muito estimuladores para o aumento dos casos de tentativas ou mesmo de suicídios de crianças e adolescentes, porque esses dados aumentam. E essa questão das imagens, de aparecer, de conquistar um determinado status, um determinado padrão, ter determinados tipos de objetos, enfim, isso que aparece como modelos, eles prejudicam porque a gente acaba perdendo a noção realmente do que é uma vida saudável, uma prática saudável, uma expectativa saudável.

Então, a gente tem esse primeiro impacto muito grande na questão da saúde mental, a gente também tem na questão da saúde física. Isso já se demonstra em vários estudos, a questão de ficarmos presas a essas performances atrás da tela e estarmos diminuindo, digamos assim, o nosso contato com a rua, com a natureza, com outras pessoas. Então a gente acaba tendo uma limitação nas nossas redes pessoais que não são digitais. A gente acaba tendo uma limitação, todos nós temos e as para as crianças tem um efeito muito grande, de ampliarmos as nossas experiências de vida.

E também, nós sofremos um outro efeito, que eu acredito que é bem complicado e muitas vezes a criança não consegue mensurar isso naquele momento em que ela está participando daquelas gravações, ou daquela captura de imagens, é que a internet não esquece. A imagem da criança, o vídeo da criança, vai ficar ali e aí ela vai crescendo e depois ela vai se perceber naquele ambiente. Ela também pode ter questões em relação à sua imagem, à percepção da sua imagem pessoal e ao posicionamento em relação a questões das atitudes, a comportamentos, as cenas que ela foi flagrada ali que ela pode se sentir envergonhada, que ela pode se sentir constrangida. Ela se sente, na verdade, a gente sempre sente a vergonha, o constrangimento, a invasão da privacidade. A gente sente na hora, as crianças também sentem, mas muitas vezes naquele intuito de fazer algo positivo e em relação ao seu adulto de referência, as crianças acabam cedendo e depois isso fica uma marca para elas na vida futura, na vida adulta e isso tem consequências. Isso depois impacta os serviços de saúde e tudo impacta as relações familiares, que essa criança, esse adulto venha a ter.

Eu acredito que são múltiplos impactos, mas eu destaco pelo menos esses, da questão da saúde mental, que é muito séria, a questão da limitação das nossas relações e também da super memória da internet, que não é pontual, não é algo que se apague, é algo que fica construído na história da vida daquela pessoa.

Tu chegou a falar sobre como a divulgação desse conteúdo ele muitas vezes é natural. De que maneira esse conteúdo aparentemente inocente, familiar, ele pode ser apropriado por essas redes de exploração infantil?

Faz parte da interpretação de quem está consumindo essa imagem muito mais do que de alguém que está produzindo. Porque se a gente pensar num contexto familiar, ou mesmo num contexto escolar, em que muitas imagens e vídeos de crianças são produzidos, por exemplo, no contexto escolar, às vezes a gente quer registrar uma atividade bonita que a criança fez, alguma conquista que ela fez. Ela conseguiu se embalar no balanço, ela conseguiu andar na gangorra, ou ela participou de alguma apresentação, alguma coisa, a gente quer fazer essa divulgação, a escola faz, as famílias gostam disso.

A gente tem uma lógica muito forte, um apreço muito grande pela visibilidade. O Guy Debord escreveu no século passado, em um livro que virou um clássico para comunicação, que é o Sociedade do Espetáculo, que nós nós gostamos dessa visibilidade. Ela nos favorece de certa maneira uma forma de promover um status social.

Havia ainda no século passado uma lógica da coluna social, de a gente poder encontrar as nossas imagens na mídia, no jornal, e hoje as redes sociais, elas facilitam muito isso. Então, a gente gosta de se ver, a gente gosta de compartilhar com os parentes e tudo mais. Na escola, muitas vezes, para muitas famílias que estão ali simplesmente fotografando uma viagem, alguma coisa, a intenção é de registrar o momento cotidiano da criança. Agora, para quem está interpretando essa imagem e para quem já tem, né, alguma tendência a buscar essas imagens de crianças e fazer alguma distorção ou olhar para aquelas imagens de uma maneira distorcida, ou mesmo estar envolvido numa rede de comércio de imagens de criança, de comercialização de pornografia infantil, as cenas hoje com a internet com a inteligência artificial, elas podem ser facilmente manipuladas.

Os movimentos que uma criança faz numa pracinha, por exemplo, em algum brinquedo, elas podem vir a ser transformadas em movimentos de um ato sexual, por exemplo. Ou alguma posição, alguma coisa assim, deleta uma parte, insere outra, enfim, existem muitas manipulações de imagens nesse sentido para fins de uma comercialização oculta.

Mas esse limite, muitas vezes, ele não é dado exteriormente. É uma situação muito complexa, porque a gente não tem um mecanismo externo total, é um conjunto de fatores. E eu acredito que hoje, se nós pensarmos assim, hoje, em agosto, que a gente tá conversando, nessa contemporaneidade, o que seria ideal em termos de limite é que a gente conseguisse regular essas plataformas e para que a gente pensasse essa questão da inteligência artificial, do que uma regulamentação poderia nos limitar em termos de uso de imagem, do que ela poderia nos barrar em termos de manipulação de imagens.

E para que a gente tivesse uma consciência também nas famílias, nas escolas e todos nós que produzimos imagens dos nossos filhos, das crianças que a gente pode vir a trabalhar. Para que a gente tivesse uma consciência de que a gente não está num ambiente neutro, de que a gente não está conseguindo apenas esse efeito de compartilhar as informações que a gente está em um algum nível expondo as crianças. Então a gente, sim, precisa ter um certo cuidado nesse momento, até que, e eu tenho a esperança disso, eu sou muito esperançosa de que a gente consiga encontrar os limites, a gente consiga equilibrar, porque hoje nós não estamos equilibrados nisso.

Mas eu espero que a gente consiga com todas essas nossas mobilizações, com esses influenciadores legais que pensam nisso, que fazem essas denúncias bacanas, que pautam o país inteiro, para que a gente realmente consiga chegar no equilíbrio. Mas hoje é uma questão de que a gente tem que ter um bom senso e fazer pressão, uma certa pressão em todos os lados para que nós possamos mudar um pouco o nosso comportamento aqui, que a gente tenha um projeto de lei aprovado ali. E que a gente tenha uma certa criminalização de muitas atitudes que hoje ficam sem punição ou sem nomeação.

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