08 Agosto 2025
Reunião do Gabinete de Guerra: "O Estado judaico não anexará a Faixa de Gaza". O exército precisa de algumas semanas para iniciar a nova escalada.
A reportagem é de Rossella Tercatin, publicada por La Repubblica, 08-08-2025.
Ocupação total, com o objetivo de erradicar definitivamente o Hamas e trazer os reféns de volta, mas não anexar Gaza ou controlá-la permanentemente. Pouco antes da reunião do gabinete de guerra na noite de ontem, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quebrou o silêncio que perdurou por dias, durante os quais o plano de estender a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza havia sido apresentado ao público apenas por meio de fontes anônimas e rumores.
"Não queremos mantê-la", declarou Netanyahu em entrevista à Fox News, referindo-se a Gaza. "Queremos ter um perímetro de segurança. Não queremos governá-la. Não queremos estar lá como um órgão governante. Queremos entregá-la às forças árabes que o governarão adequadamente, sem nos ameaçar, e proporcionarão uma vida digna aos moradores de Gaza".
O exército israelense controla atualmente mais de 80% do território da Faixa, mas quase toda a população vive nos 20% restantes, que incluem a área da Cidade de Gaza, Deir al-Balah e outras áreas centrais, principalmente lugares onde as tropas terrestres ainda não operaram, também porque são considerados possíveis locais para reféns.
Segundo o Canal 12, uma vez aprovado o plano, levará pelo menos uma ou duas semanas para que a nova operação militar comece, essencial tanto para chamar de volta as dezenas de milhares de reservistas necessários para uma ofensiva dessa magnitude, quanto para deslocar centenas de milhares de civis de Gaza que atualmente residem nesses centros, provavelmente mais ao sul, para a área de Rafah, que Israel controla completamente e onde acredita ter desmantelado toda a infraestrutura do Hamas e, com ela, praticamente todos os edifícios da cidade.
A emissora de TV também informou que, antes de começar a nova fase da guerra, as autoridades israelenses poderiam dar um ultimato ao Hamas para chegar a um acordo, com Egito, Catar e Turquia já pressionando os líderes da organização terrorista a retornarem às negociações na próxima semana, embora o grupo tenha chamado as palavras de Netanyahu de "um golpe" contra as negociações em uma declaração à noite.
Netanyahu já teria discutido o plano com o governo americano e também com o presidente russo, Vladimir Putin, com quem conversou no início desta semana, de acordo com um comunicado do Gabinete do Primeiro-Ministro. O jornalista do Axios, Barak Ravid, relatou que, embora Trump não se oponha ao plano de expandir a ofensiva para alcançar o controle total israelense da Faixa de Gaza, Washington se opõe à anexação de áreas de Gaza por Israel, outra possibilidade que, segundo Ravid, foi discutida na reunião do gabinete israelense de ontem.
Segundo relatos da imprensa, durante a reunião, o chefe de Gabinete, Eyal Zamir, reiterou que o plano de Netanyahu corre o perigo de colocar em risco os vinte reféns que as autoridades israelenses acreditam ainda estarem vivos. "Não há como garantir que ele não os tocará", disse ele, segundo a citação.