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Especialista defende monitoramento hidrológico permanente para celulose em MS

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29 Julho 2025

A expansão da indústria da celulose no Leste do Mato Grosso do Sul transformou completamente a paisagem econômica da região. Mas os impactos sobre os recursos hídricos ainda são pouco compreendidos.

A entrevista é de Vasconcelo Quadros, publicada por Campo Grande News, 24-07-2025.

O pesquisador Didier Gastmans, da UNESP de Rio Claro, especialista em hidrogeologia e no estudo do Aquífero Guarani, em entrevista ao Campo Grande News defende a criação urgente de uma rede de monitoramento hidrológico permanente para acompanhar os efeitos da conversão de uso do solo e do consumo industrial de água.

Sem isso, alerta, qualquer política de desenvolvimento estará operando no escuro. “A população tem de entender que a gente precisa levar ciência ao projeto de desenvolvimento da celulose”, afirma. 

Resumo

A expansão da indústria de celulose no Mato Grosso do Sul, apesar de trazer benefícios econômicos, levanta preocupações sobre seus impactos nos recursos hídricos. O especialista em hidrogeologia Didier Gastmans defende a implementação urgente de um sistema de monitoramento hidrológico contínuo na região. Segundo ele, a tomada de decisões sem dados concretos sobre os efeitos da mudança no uso do solo e do consumo industrial de água coloca em risco a sustentabilidade regional. Gastmans alerta que o padrão brasileiro de desenvolvimento tem negligenciado o meio ambiente, priorizando o retorno do capital em detrimento da sustentabilidade.

O alto consumo de água na produção de celulose e o plantio extensivo de eucalipto, cujos efeitos sobre os recursos hídricos ainda são debatidos, exigem um acompanhamento rigoroso. O especialista destaca a importância de se considerar não apenas o consumo direto de água, mas também a conversão do uso da terra, que altera o equilíbrio hídrico. A falta de monitoramento, afirma, pode gerar um passivo ambiental irreversível para as gerações futuras.

Eis a entrevista.

O que o senhor recomenda como medida imediata diante da expansão do eucalipto e da celulose na região?

O que me preocupa é que as decisões estão sendo tomadas sem dados. É fundamental a implantação de uma rede de monitoramento hidrológico de média e larga escala. Só com dados contínuos e sistemáticos podemos entender o que está mudando na recarga dos aquíferos, no fluxo dos rios e na quantidade e qualidade da água. Sem conhecimento não há gestão, e sem gestão não há planejamento. Monitoramento não é algo para um ou dois anos, é um compromisso contínuo. Só assim conseguimos entender como as mudanças no uso do solo ou no regime de chuvas impactam a recarga dos aquíferos e o fluxo dos rios.

Esse tipo de procedimento é usual nos projetos de desenvolvimento?

Infelizmente, não. O padrão, no Brasil, tem sido o da negligência ambiental em nome do desenvolvimento. Veja os casos de Brumadinho e Mariana. Normalmente, quem investe só está preocupado com o retorno do capital. Sustentabilidade — ou, como prefiro, sustentabilidade regional, não é prioridade. E se a terra se esgota, as empresas simplesmente desmontam tudo e vão embora para outro lugar.

O alto consumo de água pela indústria da celulose preocupa?

Com certeza. A produção de celulose é uma das atividades industriais que mais consomem água. Por isso, essas fábricas são quase sempre instaladas perto de grandes rios. Um caso raro é o da Lwarcel, em Lençóis Paulista, que usa água subterrânea do Aquífero Guarani. O impacto é inevitável. Em Três Lagoas, por exemplo, a demanda hídrica é alta.

E quanto ao plantio extensivo de eucalipto — há consenso sobre seus efeitos nos recursos hídricos?

Não há consenso. É um tema controverso. Já vi estudos apontando que o eucalipto reduz a disponibilidade hídrica de aquíferos rasos. Em outras regiões, não houve esse efeito. Tudo depende do tipo de solo, do regime de chuvas e do manejo da floresta. O que posso afirmar é que há mudança no balanço hídrico, e isso precisa ser medido.

O problema não é só o consumo direto de água pelas fábricas, mas também a conversão do uso da terra?

Exatamente. Aquela região era de cerrado, com pastagens naturais e um determinado padrão de evapotranspiração e infiltração de água no solo. A substituição por monocultura de eucalipto altera esse equilíbrio, mas o sentido exato da mudança — se aumenta ou reduz a infiltração, por exemplo — depende de vários fatores. O que não sabemos é a dimensão. Por isso, o monitoramento é tão essencial.

O senhor viu relatos de que 400 nascentes secaram em áreas de expansão da celulose. Isso pode ser atribuído ao eucalipto?

Trabalhamos com séries temporais e diferentes indicadores: chuva, vazão de rios, níveis de aquíferos e imagens de satélite. A conclusão é que os efeitos são uma somatória entre mudanças climáticas e conversão do uso da terra. A evapotranspiração aumenta com o aquecimento, o que reduz a infiltração e pode afetar as nascentes. Mas não dá para culpar só o eucalipto. É multifatorial. A gente precisa parar de discutir impacto ambiental com base em achismo. O que falta é número. A pergunta não é se é bom ou ruim plantar eucalipto, mas o que acontece com o sistema hídrico depois disso. A única forma de responder é com monitoramento sério, técnico, de longo prazo.

O que mais tem influído nas mudanças?

O ciclo hidrológico está estressado. A pergunta é: por quê? É a mudança climática ou é a conversão do uso do solo? O que a gente tem visto, com base em séries temporais e imagens de satélite, é que os dois fatores estão atuando juntos. A conta não é simples. Quanto mais aquece, mais evapora. E quanto mais evapora, menos água infiltra para abastecer os aquíferos.

O senhor participou de estudos sobre o Aquífero Guarani na região. O que encontrou?

Na área de Três Lagoas, o aquífero está a cerca de 1.000 a 1.200 metros de profundidade; em Ribas do Rio Pardo, entre 500 e 600 metros. A recarga natural ali é mínima. Essas águas têm tempo de residência de até 200 mil anos. Ou seja: são águas fósseis, praticamente não renováveis no tempo humano. O tempo que ela levou para infiltrar até ali é infinitamente maior que o tempo de planejamento político. A gente não está só captando água: está minerando. E isso não se repõe no curto prazo.

O senhor diria que a indústria e os governos locais estão preparados para lidar com esses desafios?

Não vejo esse preparo. Em geral, as empresas só atendem às exigências mínimas feitas pelos órgãos ambientais. Se o órgão é forte, técnico e bem equipado, ele pode exigir medidas eficazes. Caso contrário, vira só um protocolo formal — cumpre-se o que a lei manda e nada além disso.

Fica difícil conciliar desenvolvimento com meio ambiente, não?

Todo gestor público adora crescimento econômico. Mas quando se fala de desenvolvimento num planeta de recursos limitados, eu costumo dizer que existem dois tipos de pessoas: os loucos que acreditam que o crescimento infinito é possível, e os economistas, para os quais o crescimento econômico vai ser sempre exponencial independentemente do planeta em que a gente viva. A gente precisa colocar a ciência na frente do discurso. Já vimos isso em Mariana, Brumadinho, e agora na discussão sobre o petróleo na margem equatorial. O investimento vem com a bandeira do desenvolvimento, mas o que move é o retorno do capital. Sustentabilidade regional quase nunca entra na conta.

No caso do Vale da Celulose, há sinais de os órgãos ambientais possam estar flexibilizando a legislação em nome do desenvolvimento?

(Risos) Essa pergunta é capciosa. Prefiro não opinar diretamente, mas conheço muitos técnicos competentes que muitas vezes ficam de mãos atadas, porque as ordens vêm de cima. Isso não é exclusividade do Mato Grosso do Sul — acontece também aqui em São Paulo.

Indicadores econômicos mostram que a celulose já superou a soja como principal produto de exportação no MS. Isso por si só já é um alerta?

Eu não gosto de usar um número econômico isolado como sinal de alerta. Mas entendo que qualquer atividade que gera renda precisa também devolver bem-estar. Isso significa água, meio ambiente limpo, saúde pública. Esses dividendos não podem ficar restritos a poucos.

O que pode ser feito hoje, concretamente, para mitigar ou pelo menos entender esses impactos?

Primeiro, implantar uma rede de monitoramento. Depois, criar um diagnóstico com base nesses dados. A partir disso, discutir com a sociedade, os governos, as empresas e os comitês de bacia quais medidas tomar. Mas tudo começa com o conhecimento. O impacto ambiental não é exclusivo do eucalipto. A conversão da soja para cana em regiões como Dourados também alterou o sistema, e ninguém está monitorando. Toda agricultura intensiva depende de insumo químico. O eucalipto demanda produtos para pragas, formigas, crescimento. Se não houver acompanhamento da qualidade da água, o risco é real.

O senhor acredita que o modelo atual — sem esse acompanhamento — pode deixar um passivo ambiental perigoso para as futuras gerações?

Sem dúvida. A história está cheia de exemplos: a Serra do Navio, no Amapá, é um caso emblemático. As empresas levam tudo, vão embora e deixam a população com os danos. É urgente rever o modelo extrativista e incluir o meio ambiente social e ecológico nas contas do desenvolvimento. Tudo que gera renda tem que devolver para a sociedade, seja soja, cana ou celulose. Esse dividendo tem que retornar como água de qualidade, ambiente limpo, saúde pública. Se a riqueza fica concentrada e o passivo fica para o povo, então o modelo está errado.

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