28 Junho 2025
"o Irã, acreditando na mesma afirmação de Meloni, queria exatamente a paz armando-se – como outras nações – com ogivas nucleares. Israel sempre acreditou firmemente no ditado dos antigos romanos, mas não conseguiu impedir o terrorismo de 7 de outubro, e poderíamos continuar assim indefinidamente", escreve Tonio Dell’Olio, padre italiano, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 25-06-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
A afirmação da primeira-ministra Meloni em sua comunicação ao Senado devia ter o poder de silenciar a todos. Reportava-se à sabedoria dos antigos romanos, mostrava uma eficácia evidente de acordo com o bom senso e respondia a uma emergência absoluta como o desejo de paz. Ela disse: "Penso como os romanos", diz Meloni citando a famosa frase latina si vis pacem para bellum. "Quando você se equipa com uma defesa, não o faz para atacar, a paz é dissuasão, se você tiver sistemas sólidos de segurança e defesa, pode-se evitar mais facilmente conflitos".
Essa doutrina, no entanto, apresenta apenas um "pequeníssimo" defeito: foi seguida pelos últimos dois mil anos e me parece que nunca (repito, nunca) tenha conseguido evitar um conflito armado. Pessoalmente, acredito que, ao contrário, armar-se favoreceu mais o recurso ao uso da força. As afirmações do primeira-ministra são, portanto, falsas e enganosas diante das evidências da história, mas correm o risco de se tornarem gravemente ofensivas diante das vítimas e de suas famílias, do sofrimento de tantas pessoas e da destruição a que estamos assistindo em larga escala.
Só para mencionar os últimos acontecimentos, o Irã, acreditando na mesma afirmação de Meloni, queria exatamente a paz armando-se – como outras nações – com ogivas nucleares. Israel sempre acreditou firmemente no ditado dos antigos romanos, mas não conseguiu impedir o terrorismo de 7 de outubro, e poderíamos continuar assim indefinidamente.