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Cartas de Irmã Dorothy - 6. Artigo de Felício Pontes Jr

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03 Julho 2025

"A mudança que Irmã Dorothy percebeu que estava acontecendo em 1998 era uma forma específica de ação governamental que privilegiava o individualismo em detrimento do coletivo. Seu efeito nefasto e imediato era romper a união das pessoas e causar divisão dentro do movimento social", recorda Felício Pontes Jr., em sua sexta carta de memória aos 20 anos do martírio de Irmã Dorothy Stang, que foi celebrado no dia 12 de fevereiro de 2025.

O martírio da Irmã Dorothy Stang será lembrado pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU durante os doze meses de 2025. Em cada mês, Felício Pontes Jr., Procurador da República junto ao Ministério Público Federal, em Belém, e assessor da Rede Eclesial Pan-Amazônica – Repam, publicará uma carta em memória à religiosa.

Felício Pontes Jr. era amigo da irmã Dorothy e como procurador segue os seus passos, atuando nas causas defendidas pela missionária. Em entrevista à IHU On-Line, em 2009, ao lembrar do trabalho da missionária, ele a classificou como “o Anjo da Amazônia”. “Tudo que ela tentou estabelecer foi o desenvolvimento integral dos povos da floresta. Isso implica também na relação do homem com a natureza”, disse na ocasião.

Eis o artigo.

A luta pela terra continuava uma prioridade no final dos anos 1990 na Amazônia. Migrantes chegavam à região da Transamazônica, no Pará, de todos os cantos do País, mas, principalmente do Nordeste. Os que chegaram primeiro – na década de 1970 – e já haviam conquistado um pedaço de terra, lutavam por outras políticas públicas, como educação, saúde e financiamento dos projetos econômicos.

É nesse contexto que Irmã Dorothy escreve uma carta em 1998 que não foi enviada a ninguém. A carta foi descoberta apenas após o seu martírio. Explica-se o porquê.

No ano de 1998, ocorreu o Capítulo Geral da Congregação Notre Dame de Namur, na Europa. Ao final, as irmãs foram convidadas a escrever uma carta como se fossem as fundadoras da Congregação – Santas Júlia Biliart e Françoise Blin de Bourdon – para elas mesmas. Irmã Dorothy fez o contrário. Escreveu uma carta de si para as fundadoras de sua Congregação. Por isso, nunca foi enviada a ninguém.

A carta mostra que todo o trabalho realizado com trabalhadores e trabalhadoras rurais sempre foi no sentido coletivo. A criação de Comunidades Eclesiais de Base, as reivindicações por políticas públicas, a formação de cooperativas, etc. Porém, quando essas políticas públicas chegaram, sobretudo através do INCRA, eram todas individuais, por família. O senso de comunidade foi perdido para o individualismo. Irmã Dorothy descreve seu sentimento nesses termos:

"Minhas queridas Júlia e Françoise,
Eu voltei ao Brasil muito feliz por ter celebrado a vida maravilhosamente com minhas irmãs companheiras, com saúde, e louvando a Deus cada dia. Eu achei que, ao voltar ao Brasil, estaria preparada para enfrentar o que viesse pela frente. Mas, sabe? Eu estava errada. Descobri que não estou no meu melhor, psicologicamente. Eu preciso de tempo para voltar a lidar com a dura realidade que deixei por alguns meses.

Eu me sinto balançada. Minha tranquilidade está sendo transformada. Minha cabeça está a mil. A realidade é bem maior do que eu! Júlia e Françoise, eu preciso muito falar com vocês. Eu sei que vocês me conhecem bem. O que é que a minha reação está tentando me dizer? Por que não sou forte o bastante? Eu já não sei mais como agir.

Claramente, eu vejo os efeitos destes tempos em que o neoliberalismo reina e 80% das pessoas são vítimas descartadas. Por muitos anos, eu venho assumindo a causa do povo com minhas irmãs-companheiras. Eu fiquei maravilhada com a cativante simplicidade do povo – seu jeito de falar com Deus e de partilhar o melhor que eles possuem. Juntos, nós enfrentamos muitas batalhas contra o feudalismo que ainda domina os pobres.

Durante esses anos de andanças com esses companheiros tão dedicados para lutar junto com o povo oprimido, eu aprendi o valor da solidariedade. Como eu me senti feliz – plena – nada era tão pesado.

As coisas estão mudando. As pessoas que assumiram a luta pela evangelização nas Comunidades Eclesiais de Base agora estão na terceira idade. Eu estou tentando avaliar suas vidas, nossos movimentos, nossa Igreja que abriu os olhos delas para o Evangelho que encoraja o coração a lutar, como você, Júlia, que falou ao povo nos campos, em seu tempo.

E agora o sistema governamental cresceu, Françoise. Eu tenho aprendido como ele se infiltra nas pessoas, dividindo-as. Eu nunca tinha visto esse tipo de luta entre as nossas lideranças. O povo sabe como avaliar diferentes caminhos, criar projetos e seguir em frente. Mas a ajuda que chega com o governo vem com orientação diferente. Trata-se de uma relação individual e direta com o governo. E não mais pelos cooperados, associações, movimentos. Nossos líderes são forçados pelo governo a aceitar diretamente o que o governo oferece. Françoise, você entendeu o sistema financeiro de seu tempo. Hoje é tão mascarado e delicado que não se percebe fácil. Os projetos do governo são tão pesados burocraticamente e gastam tanto tempo que nossos líderes perdem o contato com suas bases. O povo se torna mais pobre e começa a brigar entre si.

E nós, de Notre Dame, descobrimos que precisamos, mais do que nunca, de solidariedade, de companheirismo e de comunidade entre nós para não perdemos a visão que sempre tivemos de nosso povo desde o começo: o povo do Reino de Deus aqui na Terra. Nossa missão é ao lado do povo que faz ser urgente, mais do que nunca, viver os desafios do Evangelho para juntos entrarmos no terceiro milênio como uma alternativa de sociedade que promove a VIDA.

Júlia e Françoise, vocês foram testemunhas de uma vida que nos inspira até hoje. Que pessoas corajosas possam se juntar a nós. Eu peço a Deus que fortaleça a minha fé para que eu não perca o entusiasmo na luta pelo povo. Que eu possa ser direção de meus companheiros que contam comigo.

Boa noite, Júlia e Françoise. Já é tarde e recebam minha calorosa saudação. Eu espero que a resposta de vocês me conceda a força do seu apoio. Um beijo amoroso,
Dorothy"

A mudança que Irmã Dorothy percebeu que estava acontecendo em 1998 era uma forma específica de ação governamental que privilegiava o individualismo em detrimento do coletivo. Seu efeito nefasto e imediato era romper a união das pessoas e causar divisão dentro do movimento social.

O ódio contra os defensores do meio ambiente é estarrecedor! Marina é uma mulher firme, lutadora, história viva do nosso ambientalismo. Quem ataca hoje a Ministra representa os mesmo interesses daqueles que mataram Irmã Dorothy e tantas outras e outros que foram tirados de nós! pic.twitter.com/dTHM5OQB5H

— Chico Alencar ☀️ (@depchicoalencar) July 2, 2025

A resposta de Irmã Dorothy e de seu povo foi a luta pela criação de um projeto de assentamento que resgatasse a luta coletiva. E foi assim que nasceu o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, pelo qual ela deu sua vida.

Confira a versão em áudio do Especial Irmã Dorothy Stang – 20 anos de martírio e profecia.

Leia mais

  • Cartas de Irmã Dorothy - 5. Artigo de Felício Pontes Jr 
  • Cartas de Irmã Dorothy - 4. Artigo de Felício Pontes Jr
  • Cartas de Irmã Dorothy - 3. Artigo de Felício Pontes Jr 
  • Cartas de Irmã Dorothy - 2. Artigo de Felício Pontes Jr 
  • Cartas de Irmã Dorothy - 1. Artigo de Felício Pontes Jr.
  • IHU Cast – Especial Irmã Dorothy Stang. 20 anos de martírio e profecia
  • A luta pela terra e pelo território é a luta pela vida. Entrevista especial com Letícia Chimini 
  • MST, 40 anos. O que mudou na luta pela terra 
  • PDS Esperança: conflitos e esperança. Entrevista especial com Amaro Lopes de Souza
  • Famílias sem terra transformam cinzas em colheita e vencem luta de 20 anos no MT
  • Fortalecendo as CEBs do Brasil: Desafios e cuidados na caminhada. Artigo de Francisco de Aquino Júnior
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  • Escala 6×1: Hora de acordar os sindicatos  
  • Órfãos do neoliberalismo progressista e descontentes: o Brasil polarizado e a necessidade imperiosa de criar horizontes de transformação social. Entrevista especial com Sérgio Costa
  • Destruição ambiental, Marina Silva e o lugar de cada um. Artigo de Gabriel Vilardi 
  • Missão profética da Comissão Pastoral da Terra. Artigo de Marcos Sassatelli
  • Sem luta pela terra não se pode existir

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