13 Junho 2025
Com 1.459 casos, país registra maior número de feminicídios da série histórica, iniciada em 2020. Número de estupros também apresentou aumento, com 83.114 ocorrências
A reportagem é publicada por Estadão e reproduzida por Gaúcha ZH, 11-06-2025.
O Brasil registrou em 2024 o maior número de casos de feminicídio da série histórica (desde 2020), de acordo com o Mapa da Segurança Pública, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta quarta-feira (11). Foram 1.459 casos, aumento de 0,69% em relação a 2023. A taxa se manteve a mesma do ano anterior, com 1,34 casos a cada cem mil mulheres. Desde 2020, verifica-se um crescimento gradual no número absoluto de feminicídios no país.
Os dados mostram que quatro mulheres são mortas por dia em contextos de violência doméstica, familiar ou por menosprezo e discriminação.
Os Estados com maiores taxas de aumentos são:
A análise regional mostra que, assim como no ano anterior, a Região Centro-Oeste manteve a maior taxa do país, com 1,87 feminicídios a cada cem mil mulheres, acima da média nacional. Em contraste, a Região Sudeste apresentou a menor taxa, com 1,16 casos por cem mil mulheres, embora tenha concentrado o maior número absoluto de vítimas, com 532 registros.
Os municípios com maior quantidade de vítimas em 2024 foram Rio de Janeiro e São Paulo, ambos com 51 casos.
O Ministério da Justiça faz uma ressalva ao destacar que a taxa de feminicídios deve ser analisada em proporção ao crescimento demográfico. Considerando os dados populacionais, a população feminina brasileira passou de 107.023.935 em 2020 para 108.921 464 em 2024.
Os casos de estupro chegaram ao maior número dos últimos cinco anos com 83.114 ocorrências. Em média, foram 227 pessoas estupradas por dia, sendo 86% do sexo feminino. Nos últimos cinco anos, o crime teve aumento de 25,8%.
A Região Sudeste apresentou uma maior concentração em números absolutos (29.007). Entretanto, a Região Norte lidera com a maior taxa do país, com 62,44, seguida pelo Centro-Oeste (57,73).
O Estado de São Paulo liderou em números absolutos, com 15.989 casos. Já nas taxas por cem mil habitantes, o maior índice foi registrado em Rondônia (87,73), seguido por Roraima (84,68) e Amapá (81,96).
Os dados indicam crescimento contínuo nos registros de estupro ao longo dos últimos anos. Em 2023, foram contabilizadas 82.204 vítimas, o que representou um aumento de 1,06% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 79.741 estupros.