Santa Sé e Rússia. Parolin: “Estamos disponíveis, sem retorno até agora”

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23 Mai 2025

O Secretário de Estado nega rumores americanos. Novo apelo do Papa por uma “paz verdadeira e duradoura”

A reportagem é de Andrea Gualtieri, publicada por La Repubblica, 23-05-2025.

Não há datas circuladas em vermelho, no momento, no calendário da paz. O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, confirmou que a oferta da Santa Sé como local para negociações entre a Rússia e a Ucrânia ainda é válida, mas nega que tenha havido qualquer sinal de abertura quanto a um possível encontro em junho. "O Santo Padre manifestou sua disposição de facilitar o diálogo entre as partes, mas não recebi nenhum retorno nesse sentido", reiterou o cardeal que chefia a diplomacia vaticana, comentando à Repubblica sobre a expectativa que emergiu dos Estados Unidos segundo a qual uma segunda cúpula é iminente depois da de Istambul, desta vez realizada nos palácios sagrados "com todas as discrição necessárias", segundo a esperança de Prevost.

As respostas de Parolin ocorreram à margem da ordenação episcopal do novo núncio na Bielorrússia, D. Ignazio Ceffalia. Na cerimônia no altar da Cátedra de São Pedro, o cardeal lembrou ao novo bispo os desafios que o aguardam no país para o qual será enviado como embaixador papal, no centro de tensões regionais e continentais "devido à trágica guerra na Ucrânia", da qual, acrescentou com um suspiro, "infelizmente o fim ainda não está à vista".

Não há, contudo, resignação naquele suspiro de Parolin. Moscou continua a mostrar indiferença e os "problemas técnicos" na rota aérea que impediram a ministra Olga Lyubimova de representar a Rússia na missa inaugural de seu pontificado não são considerados um sinal reconfortante, mas a Santa Sé insiste em costurar pontos de contato e construir relacionamentos longe dos holofotes. "Este não é o momento de falar, mas de trabalhar", disse o núncio em Kiev, Visvaldas Kulbokas, nos últimos dias.

Passamos em particular pelas figuras que nos últimos anos já haviam iniciado um diálogo com o Patriarcado Ortodoxo de Moscou, liderado por Kirill, com o objetivo de superar o preconceito contra os católicos: são sobretudo missionários, religiosos, estudiosos do ecumenismo. Paralelamente, há também a negociação sobre as crianças ucranianas sequestradas pelos russos, confiadas pelo Papa Francisco ao Cardeal Matteo Zuppi e confirmadas por Leão XIV: o presidente da CEI obteve uma primeira troca de listas, mas as verificações estão em andamento e há discrepâncias nos números. Também nesta frente se trabalha para construir as “pontes” invocadas por Leão XIV. "Tudo, porém, está nas mãos de Putin, depende da sua vontade de mudar o ritmo", comenta um cardeal que há anos lidera um importante dicastério do Vaticano.

Ontem, o Papa também fez um apelo para que toda a Igreja se comprometa a "levar a todos os povos, de fato, a todas as criaturas, a promessa evangélica de paz verdadeira e duradoura". Um objetivo que, falando em inglês na assembleia geral das Pontifícias Obras Missionárias, Robert Prevost definiu como "possível", desde que nos apresentemos, em um mundo "ferido pela guerra, pela violência e pela injustiça", unidos em nosso impulso missionário. "Uma Igreja", repetiu o Papa, citando seu primeiro discurso depois da fumaça branca, "que abre os braços ao mundo, que anuncia a Palavra e que se torna fermento de concórdia para a humanidade".

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