11 Março 2025
Elon Musk afirmou que a última queda global do Twitter X foi devido a um “ataque cibernético massivo”. “Somos atacados todos os dias, mas este foi feito com muitos recursos. "Um grande grupo coordenado e/ou país está envolvido", escreveu Musk em sua própria rede social, que às vezes funcionava de forma fragmentada.
A reportagem é publicada por Página|12, 11-03-2025.
A plataforma sofreu interrupções no mundo todo, afetando milhares de usuários que não conseguiam acessar suas contas, postar mensagens ou visualizar conteúdo. De acordo com o site Downdetector, nos Estados Unidos houve mais de 40.000 relatos de interrupções, enquanto no Reino Unido houve mais de 10.800 reclamações.
No entanto, o verdadeiro colapso não foi apenas técnico. Enquanto milhões de usuários tentavam atualizar a página repetidamente sem sucesso, zombarias e críticas a Musk explodiram em outras redes sociais.
O grupo de hackers Dark Storm Team assumiu a responsabilidade por um ataque de negação de serviço distribuído (DDoS) no X na segunda-feira. O ataque tirou a plataforma do ar três vezes ao longo do dia. Em uma mensagem publicada no Telegram, os hackers afirmaram ter executado o ataque com sucesso e alertaram sobre novas ações no futuro.
Dark Storm Team é um grupo ciberativista pró-Palestina que ganhou notoriedade por seus ataques contra a infraestrutura digital de países ocidentais. De acordo com a empresa de segurança cibernética Check Point Research (CPR), o grupo ressurgiu após um período de inatividade e nas últimas semanas atacou o Aeroporto Internacional de Los Angeles, o porto de Haifa em Israel e o Ministério da Defesa dos Emirados Árabes Unidos. Seu modus operandi é baseado em inundar servidores com tráfego massivo, tornando-os inacessíveis a usuários legítimos.
A CPR também alertou sobre o crescimento sustentado de ataques cibernéticos nos Estados Unidos, onde as organizações receberam uma média de 1.323 ataques por semana durante fevereiro. Neste cenário, o setor de mídia e entretenimento – ao qual X pertence – está entre os mais vulneráveis. Na segunda-feira, o próprio Elon Musk admitiu em sua conta que a plataforma havia sido alvo de um "ataque cibernético massivo" e sugeriu que poderia haver um "grupo grande e coordenado e/ou um país" por trás disso.
A escolha de X como alvo não teria sido aleatória. A rede social continua sendo um dos espaços centrais de debate público nos EUA, e Musk, seu proprietário, se tornou uma figura polarizadora. Desde o início do ano, ele enfrenta protestos por seu apoio à extrema direita e pelos vínculos entre suas empresas e o governo Donald Trump.