16 Janeiro 2025
O acordo de cessar-fogo anunciado nesta quarta-feira não impediu que o Exército de Israel continuasse matando palestinos nesta madrugada.
A informação é publicada El Diario, 16-01-2025.
O Exército israelense matou pelo menos 51 habitantes de Gaza entre a noite e a madrugada desta quinta-feira, segundo fontes locais na Faixa de Gaza, após o anúncio feito no Catar de um cessar-fogo entre o Hamas e Israel, que entrará em vigor no domingo.
Os ataques ocorreram em áreas centrais, como o campo de Nuseirat, e contra residências na região sul de Khan Younis, mas uma das áreas mais atingidas voltou a ser a capital, Cidade de Gaza, no norte, com pelo menos 28 mortos.
"Uma noite aterrorizante em toda a Faixa de Gaza! O ritmo dos bombardeios aumentou drasticamente nas últimas horas, e com isso o número de mártires e feridos", denunciou durante a madrugada o jornalista Anas al Sharif, que trabalha para a Al Jazeera em Gaza.
Pelo menos 18 habitantes de Gaza morreram e outros ficaram feridos no bombardeio contra blocos residenciais no bairro de Sheij Radwan, a oeste da cidade de Gaza, segundo a Defesa Civil local. Além disso, outras três pessoas morreram no ataque contra outra residência no bairro de Al Daraj, a leste da capital, confirmou a agência Wafa.
Também na Cidade de Gaza, as equipes de resgate recuperaram 5 corpos e mais de 10 feridos debaixo dos escombros de uma casa bombardeada no bairro de Al Rimal, enquanto fontes médicas confirmaram a morte de duas meninas no ataque contra duas casas no bairro de Shujaiya.
Mais dois cidadãos morreram na região de Qizan Rashwan, ao sul de Khan Younis, onde também houve ataques contra residências e um asilo beneficente, resultando em um número indeterminado de mortos. Em Nuseirat, ataques aéreos israelenses também causaram novas vítimas fatais, segundo fontes médicas.
O primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohamed bin Abderrahmán Al Thani, anunciou na noite passada, em Doha, que Israel e o Hamas finalmente alcançaram um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, com o objetivo de ser permanente, entrando em vigor no domingo.
Mais de 46.700 palestinos morreram, e cerca do dobro ficaram feridos na Faixa de Gaza devido aos ataques israelenses em 15 meses de uma guerra devastadora, iniciada após o ataque múltiplo do Hamas. No entanto, essa estimativa seria muito conservadora, segundo alguns cálculos.
O grupo islâmico Hamas, por sua vez, celebrou o acordo e afirmou que o fim da "agressão contra Gaza" é mais um passo no caminho em direção aos objetivos de "libertação e retorno" do povo palestino, que vive sob ocupação israelense.
O acordo de cessar-fogo prevê uma primeira fase de seis semanas, na qual 33 reféns israelenses — com prioridade para crianças, mulheres e idosos — serão libertados em troca da liberação de mais de 1.200 prisioneiros palestinos.