30 Novembro 2024
O programa estará disponível, para acesso gratuito, a partir de 10 de dezembro, data de nascimento da escritora. São cinco episódios que tratam da trajetória e produção literária de Clarice, a partir de conversas com especialistas. O programa inclui ainda trechos da obra de Clarice lidos pela cantora Maria Bethânia.
A informação é da assessoria de comunicação do Instituto Moreira Salles (IMS), 29-11-2024.
Aclamada pela crítica e fenômeno popular na internet, Clarice Lispector (1920-1977) é considerada, internacionalmente, um dos grandes nomes da literatura do século XX. A partir de 10 de dezembro (terça-feira), data de nascimento da escritora, o público poderá saber mais sobre a autora no podcast Clarice Lispector: visões do esplendor, lançado pelo Instituto Moreira Salles. Os cinco episódios do programa estarão disponíveis gratuitamente, todos de uma só vez, no Spotify, no site da Batuta, rádio de internet do IMS, além de outros tocadores de podcast.
O lançamento do podcast integra as celebrações da Hora de Clarice, programação anual organizada pelo IMS para comemorar o aniversário da escritora, cujo arquivo está sob a guarda da instituição. Em 2024, Clarice completaria 104 anos. Misteriosa, reveladora, experimental, estranhamente mística ou filosófica – como definir a escrita da autora de A hora da estrela? Essa pergunta norteia o programa concebido e apresentado por Bruno Cosentino, que integra a coordenadoria de Literatura do IMS, e Eucanaã Ferraz, consultor de Literatura do IMS.
Em cinco episódios, Cosentino e Ferraz percorrem a vida e obra da escritora, a partir de conversas com especialistas, professores e pesquisadores. O podcast conta também com a participação da cantora Maria Bethânia, que lê trechos do conto “Amor”, do texto “Mineirinho” e do livro Perto do coração selvagem, de Clarice, autora que cita como uma de suas referências literárias. Cada episódio começa com a própria voz de Clarice, em fragmentos de um depoimento que a escritora cedeu ao Museu da Imagem e do Som (MIS), na série “Depoimentos para a posteridade”, em 1976.
No primeiro episódio, Nádia Battella Gotlib, professora de literatura brasileira da USP e autora da fotobiografia de Clarice, e Regina Pontieri, docente de teoria literária da USP, falam sobre a chegada da escritora ao Brasil, quando ainda era uma criança de colo, acompanhada de sua família; e da mudança do Recife, cidade onde passou a infância, para o Rio de Janeiro. As duas também abordam os estudos de Clarice na Faculdade de Direito, seu casamento e seus três primeiros livros publicados: Perto do coração selvagem, O lustre e A cidade sitiada.
No episódio seguinte, os apresentadores conversam com a crítica literária e psicanalista Yudith Rosenbaum e o músico e compositor José Miguel Wisnik, ambos professores da USP, sobre o período em que Clarice, separada do marido – e após 15 anos fora do Brasil – voltou a viver no Rio de Janeiro, com os filhos. Nesse momento, após mais de uma década sem publicar, Clarice lançou dois livros que vinham sendo escritos durante sua estadia no exterior: o romance A maçã no escuro e o livro de contos Laços de família. Nos anos seguintes, também vieram a público A legião estrangeira e A paixão segundo G.H.
A crônica é o tema que norteia o terceiro episódio do podcast, com o escritor e pesquisador Evando Nascimento, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, e Flávia Trocoli, docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os dois comentam a atuação de Clarice na imprensa, com a publicação de crônicas no Jornal do Brasil e entrevistas em sua coluna na revista Manchete. Também nessa época, a autora lançou os livros Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres e Felicidade clandestina.
No quarto episódio, o crítico português Carlos Mendes Sousa, professor da Universidade do Minho, e João Camilo Penna, docente de literatura comparada da UFRJ, focam no período em que Clarice escreveu um livro tão breve quanto perturbador, Água viva, lançado em 1973, além de duas coletâneas de contos, A via crucis do corpo e Onde estivestes de noite, ambos publicadas em 1974. No ano seguinte, a autora participou do Congresso Internacional de Bruxaria, na Colômbia.
O podcast se encerra com uma conversa entre Teresa Montero, autora da mais recente biografia de Clarice, À procura da própria coisa, lançada pela editora Rocco, e Sônia Roncador, professora de literatura e cultura brasileiras na Universidade de Illinois, sobre os últimos anos de vida da escritora, com destaque para seu derradeiro livro, A hora da estrela, e os manuscritos de Um sopro de vida, publicado postumamente. As duas também debatem a escrita da autora voltada para o universo infantil em textos memorialísticos, publicados na reunião de contos Felicidade clandestina, e nos livros para crianças – O mistério do coelho pensante, A mulher que matou os peixes, A vida íntima de Laura, entre outros.
O arquivo de Clarice Lispector está sob a guarda do IMS desde 2004, sendo formado por biblioteca e documentos, entre os quais manuscritos dos livros A hora da estrela e Um sopro de vida, correspondências, cadernos, entre outros itens. Além de promover a Hora de Clarice, o IMS já homenageou a escritora com o volume duplo (17-18) dos Cadernos de Literatura Brasileira. Também lançou o livro Clarice Lispector – Figuras de escrita, de Carlos Mendes de Sousa, e organizou as exposições Clarice, pintora, apresentada em 2009 no IMS Rio, e Constelação Clarice, exibida em 2021 no IMS Paulista, em 2022 no IMS Rio, quando foi escolhida pela revista britânica de arte contemporânea Frieze como uma das dez melhores exposições do mundo naquele ano. Em 2020, ano de seu centenário, a instituição lançou um site bilíngue, em português e inglês, dedicado à escritora, que é constantemente alimentado com conteúdos sobre Clarice, além de ter sua própria newsletter. saiba mais
No site da Batuta, rádio de internet do Instituto Moreira Salles, é possível ouvir podcasts lançados pelo IMS. Entre os destaques, estão Sertões: histórias de Canudos, feito a partir do livro clássico de Euclides da Cunha, Xingu: terra marcada, que narra a história da demarcação do território indígena e dos conflitos em torno dele, e Lima Barreto: o negro é a cor mais cortante, lançado por ocasião do centenário da morte do escritor. Confira os demais podcasts no site da Batuta.
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IMS lança podcast sobre a vida e a obra de Clarice Lispector - Instituto Humanitas Unisinos - IHU