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O quarto ao lado. Comentário de Faustino Teixeira

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31 Outubro 2024

"É como se a morte só pudesse transitar pelo caminho comum e trivial da distanásia, que exclui qualquer possibilidade de humanidade na experiência do morrer", escreve Faustino Teixeira, teólogo, professor emérito da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF e colaborador do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, em comentário publicado no Facebook, 29-10-2024.

Eis o comentário.

Finalmente assisti ontem – 28/10/2024 - ao filme, “O quarto ao lado”, de Almodóvar, vencedor do Leão de Ouro em Veneza (2024). Um filme muito tocante e sensível, embalado por trilha sonora das mais delicadas e profundas. As duas atrizes, Tilda Swinton (no papel de Martha) e Julianne Moore (no papel de Ingrid) , estavam impecáveis na interpretação. O jogo de cores, em tons mais delicados e nublados, fornecem o cenário fundamental para o desenrolar do roteiro. O filme aborda uma das questões mais complexas e difíceis que estarão na pauta dos próximos anos, em razão do envelhecimento da população. Trata-se do essencial desafio que envolve o morrer com dignidade.

Em minha avaliação, a relação entre as duas amigas é vivida com grande ternura, mas senti falta de alguns gestos concretos de carinho envolvendo, por exemplo, as mãos. Como é fundamental esse caminho de amizade que traz consigo a presença das mãos, como gesto de presença e dom. Senti falta disso. A escritora que inspirou Almodóvar para a tessitura do roteiro, Sigrid Nunez, fala em seu livro – “O que você está enfrentando” (Instante, 2021) – que o “toque” é fundamental, sobretudo nos momentos de maior intimidade, ou naquelas horas essenciais, a “hora de ouro, a hora mágica, l'heure bleue”.

E o mais difícil vem depois, com a dor de uma ausência. Ainda Sigrid: “E eu me via a um sopro de distância de acreditar que tudo era como deveria ser. Veja a lua. Conte as estrelas. O tempo todo lá sem você: e sempre será, mundo sem fim (Joyce). Infinitamente rico, infinitamente belo. Tudo ficará bem”.

Num roteiro tão enxuto, aquela cena no bar com o cientista Damian (interpretado por John Turturro), podia muito bem ser excluída. Ficou fora do clima, a fala de Damian contra o aquecimento global etc. A meu ver, uma cena dispensável, que não traz nenhuma contribuição ao argumento.

A impressionante imagem da porta aberta ou fechada fica impregnada em nossos olhos e corações durante a filmagem. É uma imagem que está no livro de Sigrid: “O plano dela é não me deixar saber exatamente quando tomará os comprimidos. Um dia, você vai acordar e pronto, disse ela. Você saberá porque a porta do meu quarto estará fechada”. Na parte mais final do filme, somos envolvidos e hipnotizados pela presença daquela porta verde. E quando a porta se fechou por engano, por força de um vento inesperado, o olhar da amiga provoca a epifania do pânico e da dor. E não era ainda o momento...

O mais difícil, na hora do morrer, é a experiência da solidão. Quem decide pelo alívio do sofrimento, sente falta da presença de alguém, do outro que possa esta por perto. E Sigrid nos diz: “Morrer é um papel que desempenhamos como qualquer outro na vida: esse é um pensamento perturbador. Você nunca é o seu verdadeiro eu, exceto quando está sozinho – mas quem quer ficar sozinho quando está morrendo?”. Você quer sempre alguém do seu lado, como também escreveu Clarice, e dando aos mãos, nesse momento derradeiro.

As duas amigas escolhem o local ideal para o acontecimento, numa casa cercada por linda natureza. Não deixa, porém, de ser uma situação inaudita: de “duas pessoas à deriva”. E não era para ser assim, como já indicara Sigrid em seu romance. A amiga queria apenas “morrer em paz” depois de um diagnóstico fechado e devastador. Mas não é algo fácil morrer em paz, numa sociedade que vê como crime o morrer com dignidade. Basta observar a visão tradicional dos médicos ou profissionais da saúde, da sociedade em geral, das igrejas, dos juízes e das polícias. A cena final do filme, no violento interrogatório a que Ingrid se vê submetida, é um exemplo evidente das dificuldades que envolvem a questão.

O que buscava Martha era simplesmente “morrer em paz”, e no caminho trilhado para esse fim, cercou-se de cuidados. Ela queria estar no controle do processo e manterse forte. O que ela queria: “morrer em seus próprios termos e com o mínimo possível de problemas para o mundo”, como se isso fosse possível... O que ela havia programado era a paz em seu redor: “uma morte calma, limpa, graciosa e até – por que não? – bela”. Em síntese, queria “uma morte bela em uma linda casa em uma cidade pitoresca em um noite agradável de verão”. E ela quer viver o momento resguardando o que há de mais lindo em si, e filme destaca o carinho e delicadeza com que Martha busca desenhar o seu rosto para o beijo final.

Essa imagem, o diretor Almodóvar consegue passar de forma brilhante e sensível, mantendo, porém, aceso aquele sinal vermelho para os que ficam e precisam dar conta da situação, numa sociedade violenta e excludente, incapaz de acessar, sequer por um instante, o significado e valor da dignidade do morrer. É como se a morte só pudesse transitar pelo caminho comum e trivial da distanásia, que exclui qualquer possibilidade de humanidade na experiência do morrer.

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