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São Miguel acha feio o que não é tela. Artigo de Ruan de Oliveira

Foto: Wikimedia Commons

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04 Setembro 2024

"O foco narcísico encontra nas telas terreno fértil não para um combate real de forças malignas contra supostas forças bondosas e divinas, mas encontra sim substrato para influenciar e fazer discípulos seus", escreve Ruan de Oliveira, estudante de Filosofia da PUC Minas, membro da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara e membro do CONIC-MG.

Eis o artigo.

Nenhuma espiritualidade está desvinculada de condições reais e materiais que lhe permitem existir em determinado tempo e espaço e mesmo aquelas que parecem ter roupagens e aparentam estar fora do tempo só existem e se manifestam por condições que lhe são favoráveis.

A espiritualidade, frequentemente vista como algo transcendente ou elevado, na verdade não existe num vácuo. Ela é influenciada e moldada pelas condições sociais, econômicas e culturais em que as pessoas vivem.

Mesmo a quaresma de São Miguel, embora prática espiritual que remonte ao século XII [1], hoje se manifesta de forma contemporânea com condições que lhe favorecem e com delineamentos próprios aos tempos que ocorre.

As ditas “quaresmas” são um fenômeno religioso que refletem dinâmicas sociais, econômicas e políticas contemporâneas e longe da aparente crítica moderna de muitos teólogos que a consideram “desconectada” e “antiquada” ela reflete e ganha contornos especificamente contemporâneos. Antes de ser uma peça de museu recuperada, ela o é um produto fundamentalmente contemporâneo com características que respondem a anseios contemporâneos.

O mais evidente dessa forma de espiritualidade enquanto fenômeno contemporâneo é a sua manifestação e propagação se dando de forma privilegiada na virtualidade de plataformas e ambientes digitais. Plataformas e ambientes digitais oferecem um espaço singular para a expressão e compartilhamento de crenças, práticas e experiências espirituais. A facilidade de acesso, a interatividade e a possibilidade de conexão com pessoas de diferentes partes do orbe católico tornam a internet um terreno fértil para o florescimento desse tipo de espiritualidade desvinculado de uma comunidade real. Sejam através de redes sociais, blogs, podcasts ou comunidades online, a devoção ao Arcanjo Miguel encontra na virtualidade das relações um “exército” múltiplo e robusto.

No contexto atual, marcado por incertezas, crises econômicas, instabilidade política e mudanças sociais rápidas além da crescente crise climática, práticas espirituais como essa ganham um caráter de “reserva escatológica” que dá a segurança e ordem enquanto tudo parece ruir. Quantos não são os devotos que estão inseridos nessas práticas enquanto vão para o trabalho em transportes abarrotados de gente, através dessas práticas, além de um sentido de estabilidade, muitos desses encontram escape de suas vidas. A espiritualidade oferece um refúgio e uma forma de lidar com o estresse e a ansiedade gerados pelas condições materiais adversas.

Em meio à globalização e à crescente virtualização das relações, as práticas religiosas que envolvem rituais coletivos ou um senso de pertencimento a uma tradição específica se tornam formas de criar e fortalecer laços sociais. A participação em um ritual como a Quaresma de São Miguel pode fornecer uma sensação de identidade e conexão com algo maior, fortalecendo o sentido de comunidade.

Há também um movimento de retorno às tradições religiosas, visto como uma forma de preservar a continuidade cultural e espiritual em tempos de crise e mudança. A Quaresma de São Miguel, uma prática que remonta ao século 13, está sendo redescoberta e propagada por aqueles que buscam recuperar valores tradicionais e uma espiritualidade que resista às pressões da dita pós-modernidade.

Essa pretensa resistência à pós-modernidade é paradoxalmente, característica intrinsecamente pós-moderna com requintes de uma espiritualidade individualista e imagética na performance vazia de uma ritualística que ocorre atrás das telas. A bagunça teológica do espetáculo que ocorre madrugadas a dentro com orações de impropério acompanhadas de exposição do Santíssimo Sacramento e recitação do rosário é algo extremamente pós-moderno e não seria de outra forma se as condições pós-modernas não lhe fossem oferecidas.

No altar das ditas “quaresmas” a divindade cultuada não é outra senão o próprio sujeito que com o foco na sua imagem faz a quaresma ser sua e assim o próprio São Miguel se torna secundário no culto narcísico de si. Há a aposta na responsabilidade pessoal que batalha nessa guerra e os sacrifícios expiatórios na madrugada ajudam nisso. Cada sujeito, a seu gosto, vai de canal em canal do YouTube se servindo da quaresma que lhe apetece mais. O foco no sujeito marca também uma outra característica pós-moderna: o individualismo e a perca da pertença comunitária.

O foco narcísico encontra nas telas terreno fértil não para um combate real de forças malignas contra supostas forças bondosas e divinas, mas encontra sim substrato para influenciar e fazer discípulos seus. O culto à determinados pregadores de tais quaresmas evidencia outra característica: a imagem aqui não é secundária e a própria disposição do enquadramento da fotografia deixa escapar isso: o Santíssimo Sacramento disposto de tal forma que não atrapalhe o verdadeiro sujeito pelo qual se acessa as quaresmas.

Por fim, atrás das ditas quaresmas há um elemento teológico de pano de fundo e qualquer crítica que se direcione a elas deve ter isso em mente: ela é fundamentalmente um fenômeno que tem como pretensão e natureza ser combativa.

A história de São Miguel Arcanjo, como o líder das hostes celestiais que expulsa Lúcifer e os anjos rebeldes do céu, exemplifica e sustenta a teologia do domínio ao ilustrar a vitória do poder divino e da ordem sobre a rebeldia e o caos. A iconografia de São Miguel, homem viril que tem sob seus pés o mal subjugado e dominado é a plastificação dessas pretensões apocalíticas de um retorno da ordem daquela cristandade.

Diante dos valores perdidos, diante das escolas secularizadas, diante da laicização das instâncias civis, a última esperança em uma divindade providencialista que combate em favor dos interesses dos seus exércitos surge como uma alternativa. Como o defensor da justiça divina, empunhando a espada contra as forças do mal, aquele que demarca a autoridade e o poder legitimados por Deus para manter a ordem e punir a desobediência. Essa narrativa reforça a ideia de que a luta pelo domínio e a manutenção da hierarquia divina são aspectos essenciais do combate entre o bem e o mal, justificando, na visão teológica, a necessidade de exercer autoridade e controle sobre aqueles que são vistos como ameaças à ordem estabelecida.

Atrás do combate de São Miguel e sua milícia celeste nas madrugadas católicas está a ideia de que há um caos que desestabiliza e tira a segurança da ordem; a linguagem é extremamente escatológica-apocalítica com requintes de um dualismo de forças combatendo entre si.

Em terras de combate [se é que o combate é real] cada um escolhe qual o exército se alistar. Há quem, por necessidades, prefira aquele que promete mais ordem.

Notas

[1] Segundo a tradição franciscana, é o próprio São Francisco que começou a prática da quaresma de São Miguel. A fonte biográfica de Tomás de Celano narra: “[Francisco] dizia muitas vezes que São Miguel devia ser mais excelentemente honrado, pelo fato de que este tinha o ofício de apresentar as almas [a Deus]. De fato, em honra de São Miguel, jejuava com muita devoção por quarenta dias entre a festa da Assunção e a festa dele. Dizia, pois: ‘Em honra de tão grande príncipe todos deveriam oferecer algum louvor ou dádiva especial a Deus’ (cf. Mt 5, 23.24)”. (cf. Segunda de Celano, 197).

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