Irritados com Biden, executivos do Big Oil não se animam com possível retorno de Trump nos EUA

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28 Março 2024

A indústria de combustíveis fósseis nos EUA está contrariada com a política climática de Joe Biden, mas não “morre de amores” pelo ex-presidente Donald Trump.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 27-03-2024.

Para os executivos de petroleiras nos EUA, a disputa eleitoral pela Casa Branca não deveria ser uma escolha muito difícil, ao menos se considerarmos a plataforma dos dois principais candidatos. Enquanto o democrata Joe Biden vem atuando para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e incentivando novas tecnologias verdes, o republicano Donald Trump quer pisar no freio de qualquer transição energética e fincar o pé no mundo carbonizado.

No entanto, a corrida presidencial deste ano traz um “dilema” inesperado ao Big Oil. Mesmo irritados com as políticas climáticas do atual governo, o setor vem garantindo bons resultados sob a gestão Biden. Ao mesmo tempo, um retorno do negacionista Trump ao comando dos EUA poderia animar o setor, mas a perspectiva de novas “guerras comerciais” trava qualquer entusiasmo.

O Washington Post e o site POLITICO abordaram essa situação curiosa. Domesticamente, um dos principais temores de executivos do setor petroleiro é que a promessa de “terra arrasada” de Trump na política climática norte-americana leve consigo os incentivos que a gestão Biden deu para novas tecnologias caras ao setor, como a captura e o armazenamento de carbono e o desenvolvimento de hidrogênio verde.

Já no cenário externo, o maior medo do Big Oil está em eventuais reflexos de uma política comercial mais protecionista por parte de Trump, o que poderia desencadear novas guerras comerciais e prejudicar os interesses do setor. Essa preocupação aumentou depois do republicano prometer a aplicação de uma “taxa universal” de 10% sobre todas as importações nos EUA.

O desempenho do setor sob a gestão Biden também levanta dúvidas sobre a atratividade de um eventual retorno de Trump ao poder. Como destacou o Axios, mesmo com uma política ambiental e climática mais assertiva que a de seu antecessor, o atual presidente manteve as bases do mercado de petróleo e gás nos EUA, o que permitiu ao setor não apenas o crescimento da produção de combustíveis fósseis, mas também lucros recordes.

De toda forma, como o site The Hill observou, um ponto é evidente: se vencer, Trump priorizará o desmonte de tudo o que a gestão Biden tiver feito, incluindo a Lei de Redução da Inflação (IRA) e o histórico pacote climático aprovado pelo atual governo. A dúvida está na amplitude dessas mudanças, o que dependeria não apenas de uma Casa Branca ocupada por Trump, mas também de um Congresso dominado pelos republicanos.

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