Treze países do Conselho de Segurança aprovaram o pedido de cessar-fogo, a representação do Reino Unido absteve-se e o ‘não’ dos Estados Unidos mantém a luz verde para Israel.
A reportagem é publicada por El Salto, 20-02-2024.
A mão levantada de Linda Thomas-Greenfield proferiu mais uma vez uma sentença de morte para centenas de pessoas na Palestina. Pela terceira vez, uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas – na qual participam apenas quinze países de todo o mundo – termina com o veto dos Estados Unidos ao pedido de cessar-fogo. Nesta ocasião, a representação do Reino Unido absteve-se na votação. Os outros treze países votaram a favor.
O pretexto escolhido pelos Estados Unidos foi que a resolução poderia interferir nos esforços diplomáticos para alcançar um cessar-fogo com as condições impostas por Washington. “Às vezes, uma diplomacia dura leva mais tempo do que qualquer um de nós gostaria”, disse Thomas-Greenfield.
A resolução foi apresentada hoje, 20 de fevereiro, por Amar Benjama, embaixador da Argélia. O texto pretendia que o Conselho de Segurança impedisse o deslocamento forçado da população civil palestina, em violação do direito internacional, e também a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Como recordou o embaixador argelino, quase um mês depois da resolução do Tribunal Internacional de Justiça, que instou Israel a tomar medidas para prevenir o genocídio, “ainda não há sinais de esperança de que a situação melhore”.
O embaixador russo foi um dos mais críticos da posição de Washington na reunião de hoje e acusou os Estados Unidos de darem a Israel “uma licença para matar” nas Nações Unidas.
O embaixador chinês, Zhang Jun, também criticou o veto no seleto grupo de potências mundiais. De acordo com a agência de notícias das Nações Unidas, Jun afirmou que é insustentável para os Estados Unidos argumentar que o projeto compromete as negociações em curso e que a violência está a desestabilizar toda a região e que o Conselho deve agir rapidamente para parar a carnificina.
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