“Em Madri, a Fiducia suplicans será aplicada com a intensidade solicitada pelo Papa”, afirma cardeal arcebispo

Foto: Christian Lue | Unsplash

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08 Janeiro 2024

O arcebispado de Madri teve de repreender seriamente dois padres que fizeram campanha publicamente para desobedecer a Francisco e à declaração sobre bênçãos para casais em situação irregular ou uniões homossexuais.

“Eles podem expressar a sua opinião, mas nunca em espaços civis, em páginas da internet, que nada têm a ver com a dinâmica eclesial, e que acabam por se manifestar em oposição à doutrina ordinária do Santo Padre”, sublinha.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 08-01-2024.

O cardeal arcebispo de Madri, Dom José Cobo, é claro nisso. “Em Madri vamos aplicar plenamente a doutrina do Papa, e é por isso que vamos aplicar a Fiducia supplicans com a intensidade que o documento merece e exige, e quem não concordar, convido-vos a lê-lo”, afirma o cardeal em conversa com Religion Digital.

O arcebispo, a quem a polêmica de vários padres, liderada por padres de Toledo e Cádiz, promovia uma campanha para desobedecer Francisco, sustenta que “esta é uma polêmica artificial, tudo foi tirado do contexto”. O religioso aproveita para lembrar ao clero que “eles têm um juramento de fidelidade ao Papa”, algo que recentemente pôde sublinhar aos responsáveis ​​das outras duas dioceses principalmente envolvidas na polêmica. Cerro publicou uma nota exigindo que os padres recuassem, enquanto Zornoza, pelo menos em público, nada fez.

O que aconteceu é que, agora, os promotores da iniciativa já não são sacerdotes, mas sobretudo leigos. Os padres que iniciaram a campanha já não aparecem como tais na plataforma, embora a sua assinatura privada permaneça nela. Algo semelhante aconteceu com vários sacerdotes em Madri, a quem o Cardeal Cobo teve que chamar ao capítulo e repreendê-los seriamente.

“Foram chamados à consulta e lhes foram solicitadas explicações para esclarecer a sua posição”, afirmam fontes diocesanas consultadas pela RD, que acrescentam que a abordagem de Cobo é enfática: “Eles podem expressar a sua opinião, mas nunca em espaços civis, em páginas de internet, que nada têm a ver com a dinâmica eclesial e que, em última análise, se manifestam em oposição à doutrina ordinária do Santo Padre”.

“Foram seriamente repreendidos, perguntaram-lhes se tinham alguma coisa contra o Papa e recordaram-lhes o seu juramento de fidelidade ao Santo Padre”, admite o Cobo, às perguntas do RD, antes de entrar no retiro que com cerca de trinta bispos espanhóis. Este momento servirá para esclarecer conceitos e começar a olhar para o horizonte de março e das eleições na Conferência Episcopal onde a surpresa pode surgir.

“Um padre não pode fazer parte de um fórum civil e público em que o Papa é insultado”, acrescenta Cobo, que insiste que “a doutrina do Papa será plenamente aplicada aqui. Estamos numa situação de missão e alguns continuam a reagir como se vivêssemos numa Igreja de conservação”, lamenta o cardeal madrilenho. Por que tantas críticas por parte das visões da Igreja? “Penso que se deixaram levar mais pela ideologia e respondem mais a grupos de pressão que não são católicos”, diz sem rodeios o prelado. “Eles não percebem nas mãos de quem estão”, conclui.

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