08 Janeiro 2024
O arcebispado de Madri teve de repreender seriamente dois padres que fizeram campanha publicamente para desobedecer a Francisco e à declaração sobre bênçãos para casais em situação irregular ou uniões homossexuais.
“Eles podem expressar a sua opinião, mas nunca em espaços civis, em páginas da internet, que nada têm a ver com a dinâmica eclesial, e que acabam por se manifestar em oposição à doutrina ordinária do Santo Padre”, sublinha.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 08-01-2024.
O cardeal arcebispo de Madri, Dom José Cobo, é claro nisso. “Em Madri vamos aplicar plenamente a doutrina do Papa, e é por isso que vamos aplicar a Fiducia supplicans com a intensidade que o documento merece e exige, e quem não concordar, convido-vos a lê-lo”, afirma o cardeal em conversa com Religion Digital.
O arcebispo, a quem a polêmica de vários padres, liderada por padres de Toledo e Cádiz, promovia uma campanha para desobedecer Francisco, sustenta que “esta é uma polêmica artificial, tudo foi tirado do contexto”. O religioso aproveita para lembrar ao clero que “eles têm um juramento de fidelidade ao Papa”, algo que recentemente pôde sublinhar aos responsáveis das outras duas dioceses principalmente envolvidas na polêmica. Cerro publicou uma nota exigindo que os padres recuassem, enquanto Zornoza, pelo menos em público, nada fez.
O que aconteceu é que, agora, os promotores da iniciativa já não são sacerdotes, mas sobretudo leigos. Os padres que iniciaram a campanha já não aparecem como tais na plataforma, embora a sua assinatura privada permaneça nela. Algo semelhante aconteceu com vários sacerdotes em Madri, a quem o Cardeal Cobo teve que chamar ao capítulo e repreendê-los seriamente.
“Foram chamados à consulta e lhes foram solicitadas explicações para esclarecer a sua posição”, afirmam fontes diocesanas consultadas pela RD, que acrescentam que a abordagem de Cobo é enfática: “Eles podem expressar a sua opinião, mas nunca em espaços civis, em páginas de internet, que nada têm a ver com a dinâmica eclesial e que, em última análise, se manifestam em oposição à doutrina ordinária do Santo Padre”.
“Foram seriamente repreendidos, perguntaram-lhes se tinham alguma coisa contra o Papa e recordaram-lhes o seu juramento de fidelidade ao Santo Padre”, admite o Cobo, às perguntas do RD, antes de entrar no retiro que com cerca de trinta bispos espanhóis. Este momento servirá para esclarecer conceitos e começar a olhar para o horizonte de março e das eleições na Conferência Episcopal onde a surpresa pode surgir.
“Um padre não pode fazer parte de um fórum civil e público em que o Papa é insultado”, acrescenta Cobo, que insiste que “a doutrina do Papa será plenamente aplicada aqui. Estamos numa situação de missão e alguns continuam a reagir como se vivêssemos numa Igreja de conservação”, lamenta o cardeal madrilenho. Por que tantas críticas por parte das visões da Igreja? “Penso que se deixaram levar mais pela ideologia e respondem mais a grupos de pressão que não são católicos”, diz sem rodeios o prelado. “Eles não percebem nas mãos de quem estão”, conclui.
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“Em Madri, a Fiducia suplicans será aplicada com a intensidade solicitada pelo Papa”, afirma cardeal arcebispo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU