Países petroleiros são acusados de sabotar negociações por acordo contra poluição por plástico

Pedro Armestre / Greenpeace

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

23 Novembro 2023

Após uma semana de negociações tensas, conversas para um tratado contra a poluição global por plástico foram encerradas sem consenso.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 21-11-2023.

A 3ª rodada de negociações para a elaboração de um tratado para acabar com a poluição global por plástico foi encerrada na noite de domingo (19/11/2023) na sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em Nairobi, no Quênia, sem um acordo. Os delegados não conseguiram chegar a um consenso para um projeto comum, após uma semana de negociações tensas.

O Comitê Intergovernamental de Negociação para Plásticos tem o mandato de criar o primeiro tratado internacional juridicamente vinculativo sobre a poluição por plásticos em cinco rodadas de negociações, explica a AP. Mas ambientalistas acusam os países produtores de petróleo de empregar, com sucesso, táticas de protelação destinadas a enfraquecer o acordo.

Segundo observadores que acompanharam as tratativas, foram apresentadas tantas novas propostas a portas fechadas que o texto, em vez de ser revisto e simplificado, aumentou de tamanho ao longo da semana. Por isso, Graham Forbes (Greenpeace) disse que a rodada “falhou” em seus objetivos, destaca o France24.

“Nossos líderes optaram por tratar as empresas petroquímicas como as únicas partes interessadas que merecem ser ouvidas. O Tratado Global dos Plásticos deve reduzir a produção em pelo menos 75% até 2040. Não podemos proteger o nosso clima, a nossa biodiversidade ou a nossa saúde a menos que reduzamos a produção de plástico. Isto é indiscutível, mas estamos avançando para a catástrofe. Os governos estão permitindo que os interesses dos combustíveis fósseis conduzam as negociações”, disse Forbes, em nota.

Para o WWF, apesar de uma esmagadora maioria de países prontos para avançar, as nações com interesses petroquímicos bloquearam a decisão final. “Não haverá nenhum trabalho formal antes da próxima rodada de negociações, atrasando as discussões sobre medidas críticas que podem acabar com a crise da poluição plástica”, reforçou a entidade.

“Os negociadores foram incumbidos de desenvolver um tratado que acabe com a poluição por plásticos. Cada minuto que adiamos aumentamos o legado tóxico que deixamos às gerações futuras. Não será fácil, mas sabemos o que precisamos fazer. Os países devem avançar rapidamente na especificação e acordo sobre as regras necessárias para resolver a poluição plástica”, afirmou Eirik Lindebjerg, Líder Global de Política de Plásticos, do WWF Internacional.

A frustrada rodada de Nairóbi e seus desdobramentos foram noticiados também por Reuters, Financial Times, Business Green, Guardian e AP.

Leia mais