Brasil gera 3,44 milhões de toneladas anuais de lixo plástico que podem chegar ao Atlântico

Resíduos plásticos da humanidade se espalham pelos mares e oceanos do planeta. (Foto: RawPixel | Domínio Público)

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18 Agosto 2023

Campanha de entidades civis quer acelerar a aprovação de um projeto de lei que cria uma “economia circular” desses resíduos.

A reportagem é de Aldem Bourscheit, publicada por ((o))eco, 16-08-2023.

Os 5.570 municípios brasileiros geram 3,44 milhões de toneladas anuais de resíduos plásticos que podem acabar no Atlântico. A quantidade lotaria uma média de 344 mil caminhões de lixo.

Isso mostra que ⅓ das 10,33 milhões de toneladas produzidas nacionalmente é mal gerenciado.

Conforme o balanço publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin, isso posiciona o país como o 16º que mais polui os mares e oceanos e entre os 20 principais geradores globais de resíduos plásticos de uso único.

Os municípios que mais geram resíduos sem destino correto são Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Salvador. Em quantidade de lixo por pessoa, os líderes são Arroio do Sal e Xangri-lá (RS), Ubatuba e Bertioga (SP).

Outras regiões com grande potencial de poluição marinha são a Baixada Santista (SP), a Lagoa dos Patos (RS), a Baía da Guanabara (RJ), a foz do Rio Amazonas (AP/PA) e o delta do Parnaíba (PI/MA).

Os resíduos podem chegar ao oceano pela drenagem urbana, esgotos, córregos e rios. A probabilidade de transporte no território brasileiro é baixa-média, mas cresce desde os municípios litorâneos.

O estudo integra o programa Blue Keepers, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para entender e enfrentar a poluição por plásticos em rios e oceanos.

Quanto mais escuro o tom do município, maior a quantidade gerada de lixo mal gerenciado. (Mapa: Marine Pollution Bulletin | Volume 194, Part B, September 2023)

As regiões do país com menor (verde) e maior (vermelho) probabilidade de carrear resíduos plásticos ao Oceano Atlântico. (Mapa: Marine Pollution Bulletin | Volume 194, Part B, September 2023)

Atentas à crise nacional e global do lixo nos mares e oceanos, mais de 60 organizações da sociedade civil lançaram esta semana a campanha Pare o Tsunami de Plástico.

Entre as pautas, as ongs esperam que Congresso acelere a aprovação do Projeto de Lei 2524/2022. O texto cria as bases legais para que o país tenha uma “economia circular” dos plásticos.

A proposta, informa a ong Oceana Brasil, prevê o fim da produção de plásticos descartáveis e que todo produto industrializado desse tipo deverá ser reutilizável, reciclável ou compostável.

Segundo as Nações Unidas, de um a dois caminhões de lixo plástico são despejados por minuto nos mares e oceanos mundiais. Essa poluição ameaça os ambientes naturais e a saúde humana.

Cientistas já encontraram microplásticos no leite, na placenta, no pulmão e no sangue humanos.

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