Falta consenso sobre meta de desmatamento zero dos países pan-amazônicos

Foto: Richcarey | Getty Images Canva

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09 Agosto 2023

A proposta brasileira para uma meta comum de redução do desmatamento ainda não é consensual entre os países amazônicos, e a Bolívia puxa a oposição.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 08-08-2023.

Um dos pontos propostos pelo Brasil para a Cúpula da Amazônia, que começa nesta 3ª feira (8/8) em Belém (PA), é a definição de uma meta comum de desmatamento zero nos países amazônicos até 2030. Mas ainda não há consenso entre os países amazônicos sobre a proposta: a resistência da Bolívia, onde o desmatamento está em alta, pode dificultar o entendimento.

O Valor fez um panorama das discussões que antecederam a chegada dos chefes de Estado a Belém. O desconforto da Bolívia com a proposta de desmatamento zero está diretamente relacionado com o descontrole da destruição florestal no país: junto com o Brasil, os bolivianos lideram o ranking de perdas florestais entre as nações amazônicas.

De acordo com o Global Forest Watch, citado pelo g1, a Bolívia foi o país que mais perdeu cobertura florestal original da Amazônia, com 9,06% perdidos entre 2002 e 2022; o Brasil é o 2º na relação, com perdas de 8,46% no mesmo período. “A Bolívia tem uma dinâmica de desmatamento muito forte, com similaridade com o Brasil, de perda de floresta para agricultura e mineração”, explicou Jefferson Ferreira-Ferreira, do WRI Brasil.

Mas, independente da amplitude do compromisso antidesmate, os países amazônicos já estão sendo cobrados a definir ao menos alguma direção comum na preservação da maior floresta tropical do planeta. Especialistas ouvidos pelo Guardian reiteraram que o combate ao desmatamento é um elemento crítico para ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global.

“Vejo um movimento político maior em todo o mundo para reduzir o desmatamento – Indonésia, alguns países da África, muitos países da Amazônia. No Brasil, houve uma redução significativa do desmatamento [nos últimos meses]”, observou o cientista Carlos Nobre, que estuda os chamados “pontos de inflexão” ecossistêmica da Amazônia.

Nobre sugeriu a possibilidade do Brasil fechar 2023 com uma redução de 50% na taxa de desmate em relação a 2022, o que seria muito positivo para viabilizar o desmatamento zero até o final desta década. “Se o Brasil quiser chegar ao desmatamento zero até 2030, conseguir uma queda de 50% seria uma ótima notícia”. 

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