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A verdadeira história do apóstolo traidor. Artigo de Gianfranco Ravasi

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05 Abril 2023

"A narrativa do Evangelho é igualmente fulgurante em sua nudez sóbria. 'Judas, com um beijo você está traindo o Filho do Homem?', assim relata o evangelista Lucas (22,48), enquanto Mateus substitui essas amarguradas palavras de Jesus com um seco ef' ho párei, em grego “a que vieste!”, mas acompanhadas por um triste complemento, 'amigo'", escreve Gianfranco Ravasi, ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado por Il Sole 24 Ore, 02-04-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Judas. Os quatro textos evangélicos mostram como a história ainda hoje seja um paradigma obscuro que inquieta e atormenta as consciências e a Igreja.

No Festival de Cinema de Veneza de 1988, foi apresentado um filme com o emblemático título O Beijo de Judas, dirigido por Paolo Benvenuti e interpretado por atores amadores com forte sotaque dialetal e atuação um tanto forçada. Lembro de tê-lo assistido nas telas do Rai 3 e creio que não teve exibição nas salas cinematográficas. O tema dizia respeito às últimas horas de Cristo confiadas à partitura narrativa dos Evangelhos, lidos por um ator profissional em trajes atuais. O título evocava um estereótipo que vê como protagonista o discípulo traidor, Judas Iscariotes, ou seja, “o homem da aldeia de Kerioth” na Judeia (seria, portanto, o único apóstolo não da Galileia).

O filme (além disso precedido em 1909 por uma obra homônima de Armand Bour, quase nos inícios da sétima arte) levantava uma questão teológica que o próprio Cristo põe sobre a mesa quando reitera por três vezes que “é necessário (dei em grego) que o Filho do homem deva sofrer muito... e ser morto" (Marcos 8,31). Em seu romance O quinto evangelho (1975), Mario Pomílio colocava na boca de Judas estas palavras: “A verdade é que não fui eu o traidor: fui antes a vítima de um curioso plano de salvação, estendido a todos os homens, que para se realizar perfeitamente tinha que me excluir”. O próprio Borges, mesmo sendo agnóstico, havia sido conquistado por essa aporia, embora teologicamente só Deus possa saber o destino final desse discípulo.

Algum tempo atrás eu tinha arrumado em uma de minhas estantes todos os romances que têm como protagonista esse discípulo, um número muito elevado ao qual agora terei de acrescentar também aquele do judeu Amos Oz, falecido em 2018. O grego Nikos Kazantzakis, por exemplo, em seu famoso A Ultima Tentação de Jesus (1955), que em 1988 se tornou o contestado filme de Martin Scorsese, não hesitava em quase criar o ícone de um Judas piedoso que escolhe conscientemente a traição para que se cumpra a morte sacrificial e expiatória de Cristo. É fácil se perder perseguindo a galeria de retratos literários do Iscariotes, sem falar na arte: como não ficar fascinado diante da cena do beijo pintado por Giotto na Capela Scrovegni de Pádua?

A narrativa do Evangelho é igualmente fulgurante em sua nudez sóbria. “Judas, com um beijo você está traindo o Filho do homem?”, assim relata o evangelista Lucas (22,48), enquanto Mateus substitui essas amarguradas palavras de Jesus com um seco ef' ho párei, em grego “a que vieste!”, mas acompanhadas por um triste complemento, “amigo” (26,50). O próprio Mateus registrará a tragédia desse homem, que logo depois volta correndo aos seus mandantes para restituir o preço da traição, que já se tornara insuportável, e introduzir um final trágico com uma única linha: “E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar" (27,5). Lucas, em sua segunda obra, os Atos dos Apóstolos, oferece uma versão mais cenográfica daquele fim, referindo-se a uma espécie de acidente ou repetindo uma passagem do Antigo Testamento do Livro da Sabedoria (4,19) onde é pintado em cores fortes o destino dos ímpios: “Judas, caiu de cabeça, seu corpo partiu-se ao meio, e as suas vísceras todas se derramaram.” (1,18).

Esta nossa longa divagação temática quer apenas sugerir aos leitores um retrato recente do apóstolo traidor e sua "história verdadeira" mais ampla (como afirma o subtítulo do ensaio) delineado por um exegeta siciliano, Salvatore Panzarella. A trama é comandada pelos quatro textos evangélicos examinados segundo uma leitura histórico-crítica e narrativa. Comum aos três primeiros, os chamados “Sinóticos”, são o pacto de Judas com o Sinédrio para a entrega de Jesus, a última ceia e a prisão de Cristo: nesses quadros cada evangelista tem seu próprio ângulo de visão dos acontecimentos. O quarto evangelista, João, compartilha à sua maneira a ceia e a prisão, mas introduz o episódio de Maria, a irmã de Lázaro, o ressuscitado, que unge os pés de Jesus provocando uma observação polêmica de Judas sobre o desperdício: “Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários” (12,5).

Além das variações evangélicas sobre a morte de Judas, não faltam outras anotações, como no caso da áspera alusão de Jesus após seu surpreendente, e para muitos desconcertante, discurso de Cafarnaum sobre a sua carne e sangue como “alimento”: “Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo!” (João 6,70). Ainda mais poderosa é a revelação do traidor durante a última ceia segundo o relato joanino, com o impressionante ato de oferecimento por Cristo do "bocado do convidado" para Judas, uma história que Panzarella articula em cinco passagens progressivas até o ápice: “E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa! ... E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite" (13,27.30).

O comentarista tem sempre o cuidado de mostrar o viés simbólico, espiritual e performativo que o ditado evangélico faz florescer no leitor, sobretudo no crente. E é por isso que ele sela seu exame textual com um capítulo com o sedutor título, Judas não voltou..., sugerindo que a história de Judas, capaz de ferir a comunidade dos discípulos, não tenha na sua raiz apenas uma questão de dinheiro, mas seja um paradigma obscuro que inquieta e atormenta sempre as consciências e a Igreja.

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