28 Fevereiro 2023
A reportagem é de Jesus Bastante, publicada por Religón Digital, 27-02-2023.
É o encontro mais difícil de todos os que aconteceram nos últimos anos, e foram muitos. Na segunda-feira, ocorre, no hotel Hyperion de Dresden, a Plenária da Conferência Episcopal Alemã, com uma profunda crise provocada pela ruptura de vários bispos com o Caminho Sinodal, a intervenção de Parolin, Ladaria e Ouellet e a pressão dos setores renovadores para continuar caminhando em um processo em que o sacerdócio de mulheres, a bênção de casais homossexuais ou uma maior democratização da estrutura estão sendo solicitados pelo grosso dos fiéis e pela hierarquia. Será o suficiente?
Como aponta o site Katholische, dois grandes projetos deverão ser abordados: o caminho sinodal na Igreja alemã e o processo sinodal mundial patrocinado pelo Papa Francisco, cuja etapa mundial começará em outubro. Os prelados alemães não se reúnem, longe disso. O último atrito, que provocou uma intervenção de Roma, foi a criação de um concílio sinodal, que foi denunciado à Santa Sé pelo cardeal Rainer Maria Woelki, arcebispo de Colônia e pelos bispos Bertram Meier (Augsburg), Stefan Oster (Passau), Rudolf Voderholzer (Ratisbona) e Gregor Maria Hanke (Eichstätt).
De fato, durante a visita ad limina dos bispos alemães ao Vaticano em novembro, representantes da Cúria expressaram sérias preocupações sobre o Conselho Sinodal, e em janeiro a Conferência Episcopal Alemã publicou uma carta assinada pelo cardeal secretário de Estado Pietro Parolin e os cardeais prefeitos Luis Ladaria e Marc Ouellet, rejeitaram o Conselho Sinodal, considerando que este não "tinha autoridade" sobre as dioceses, como se afirmava.
Por sua vez, o presidente dos bispos alemães, Georg Bätzing, esclareceu que, apesar do veto do Vaticano, eles continuarão com o caminho do Conselho Sinodal, que, em sua opinião, não é da competência das dioceses e "não foi questionado" pela intervenção do Vaticano.
A proposta da assembleia de aprovar um texto intitulado "Abordando a diversidade de gênero", no qual defende as pessoas transexuais e intersexuais e pede que elas sejam "prioridade máxima para a Igreja", também trará críticas. Ao mesmo tempo, questões relacionadas à moralidade sexual, à preparação do Sínodo Mundial e aos abusos farão parte do corpus de debate entre os bispos alemães. A guerra na Ucrânia e a JMJ em Lisboa também serão debatidas pelos prelados em Dresden.
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Começou o plenário mais polêmico dos bispos alemães - Instituto Humanitas Unisinos - IHU