Luteranos agradecem contribuição de Bento XVI ao ecumenismo

Bento XVI (Foto: Vatican News)

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09 Janeiro 2023

A secretária-geral da Federação Luterana Mundial (FLM), pastora Anne Burghardt, agradeceu o papa Bento XVI pelo seu encorajamento e nunca afrouxar os esforços ecumênicos. “Lembraremos com gratidão sua apreciação da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, por meio da qual muitos avanços foram feitos nas relações entre as igrejas luteranas e católica romana”, afirmou.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista. 

O cardeal alemão Joseph Aloisius Ratzinger, eleito papa em abril de 2005, faleceu em 31 de dezembro passado, aos 95 anos de idade. Foi o primeiro papa a renunciar o cargo em 600 anos. Ratzinger liderou a Igreja Católica Romana por oito anos, até fevereiro de 2013. 

Durante o seu pontificado, Bento XVI reuniu-se duas vezes com lideranças da FLM. A primeira vez em 2005, quando encontrou-se com o então presidente Mark Hansen e o secretário-geral Ishamel Noko. O papa elogiou, então, “a sólida tradição de estudo e intercâmbio sério que caracterizou as relações luteranas-católicas ao longo dos anos”. Também saudou a Declaração Conjunta de 1999 sobre a Doutrina da Justificação como “um marco significativo em nossa jornada comum em direção à plena unidade visível”. 

Como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, lembrou o Serviço de Imprensa da FLM, envolveu-se nas tratativas de luteranos e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Ele trabalhou com um grupo de teólogos alemães para chegar a um consenso sobre a Declaração Conjunta, depois que a Igreja Católica manifestou suas preocupações. O documento recebeu a adesão do Conselho Metodista Mundial, da Comunhão Anglicana e da Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas

Um segundo encontro de Bento XVI com luteranos aconteceu em dezembro de 2010. Ele esteve reunido com o então presidente da FLM Munib Younan e o secretário-geral Martin Junge, que expressaram sua profunda gratidão pelos “muitos resultados significativos” após cinco décadas de negociações bilaterais. Após a renúncia de Bento, os dois luteranos reconheceram a contribuição do papa para o “intercâmbio teológico profundo e honesto no diálogo ecumênico”. 

Em audiência com lideranças da Igreja Evangélica Luterana Unida na Alemanha (VELKD), em 2011, o papa Bento XVI frisou que o 500º aniversário da Reforma era uma oportunidade para as igrejas católica e luterana “realizarem comemorações ecumênicas em todo o mundo” e enfrentar os desafios globais conjuntos. 

Bento XVI também chegou a visitar o mosteiro agostiniano em Erfurt, onde Martinho Lutero viveu mais de dez anos e foi ordenado sacerdote. Em encontro com líderes luteranos locais, ele disse que sempre se impressionou com a “busca teológica e da luta interior de Lutero e sua dúvida existencial: “Como recebo a graça de Deus?”

Bento XVI tinha claro que a tarefa das igrejas católica e luterana é assumir o testemunho conjunto neste mundo “o Deus de Jesus Cristo como nosso fundamento comum indispensável”. Para ele, “a fé vivida nas profundezas é a força ecumênica mais forte em meio a um mundo secularizado, reunindo-nos e unindo-nos no único Senhor”.

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