“Sinto que é isso”: a forma que o Papa Francisco toma as decisões

(Foto: Reprodução | Vatican News)

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19 Julho 2022

 

O método do Papa Francisco para tomar decisões confunde alguns dos seus assessores no Vaticano, assim como os observadores de fora.

 

A reportagem é de Loup Besmond de Senneville, publicada por La Croix International, 18-07-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

“Eu sinto que o Senhor está me pedindo para fazer dessa forma”.

 

Essa é uma frase do Papa Francisco.

 

Em uma entrevista a um canal de televisão mexicano, que foi ao ar em 11 de julho, o papa jesuíta falou sobre o consistório de final de agosto, como ele está lidando com os problemas de saúde e o que ele está planejando para o futuro.

 

E cada vez ele usava essa frase para justificar suas decisões.

 

Referir-se o que faz ou não “ao que sente” para explicar como chega a uma decisão é uma característica de Francisco desde o início de seu pontificado. Na verdade, é a maneira espiritual que o ex-cardeal de Buenos Aires sempre decidiu as coisas.

 

“Ele ouve, reza e depois decide”, as pessoas costumam dizer sobre Francisco. “De repente ele para. Na verdade, ele está rezando”.

 

As pessoas próximas a ele dizem que foi assim que ele justificou a convocação de todos os cardeais a Roma no final de agosto, uma época altamente incomum para um evento que geralmente ocorre em novembro ou junho.

 

“Senti que precisava ser neste momento”, disse o papa de 85 anos à sua comitiva, segundo um de seus membros.

 

“Às vezes você fala com ele e de repente ele para”, disse um dos que conhece muito bem Francisco.

 

“Ele fica em silêncio por dez minutos. Na verdade, ele reza. E depois de dez minutos, ele pensa com mais clareza.”

 

Este método corresponde também às três etapas observadas por todos os superiores jesuítas em todo o mundo: consultar, rezar e decidir.

 

Por tudo isso, essa maneira espiritual de decidir as coisas confunde muitos no Vaticano. E realmente confunde quem tem uma leitura excessivamente política do homem nas decisões, reduzindo-as a um equilíbrio entre forças antagônicas, cálculos e intrigas.

 

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