01 Junho 2021
Um encontro em Loppiano, a primeira cidadela internacional do Movimento dos Focolares, comemora o aniversário desse projeto difundido para diferentes partes do mundo. Luigino Bruni: uma experiência nascida do amor evangélico.
A reportagem é de Debora Donnini, publicada por Vatican News, 31-05-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Há trinta anos Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, lançou a Economia de Comunhão para "levar um pedaço do céu dentro das empresas", conseguindo assim, graças às vocações de empresários, ajudar dezenas de milhares de pessoas pobres e permitir que milhares de crianças estudassem. Para relembrar o panorama em que nasceu essa experiência, acontece hoje um encontro em Loppiano, também transmitido em streaming, com muitas conexões de diferentes partes do mundo, justamente 30 anos após o seu nascimento. Momentos de diálogo, histórias, arte e a participação do Gen Verde animam o evento. O projeto teve origem em São Paulo em 1991 graças à intuição de Chiara que se impressionou com os contrastes econômicos do Brasil. Assim, do primeiro Polo "Spartaco Lucarini", nascido no país sul-americano, chegamos ao último Polo "Giosi Guella", inaugurado em 2010 em Portugal, e os polos continuam a alimentar a vida da Economia de Comunhão, centrada na cultura do "dar" como antídoto ao consumismo do "ter". Para viabilizar tal projeto, a Economia de Comunhão trabalha com um vasto empenho formativo nesse sentido, por meio de escolas, encontros, eventos, dirigidos a jovens, trabalhadores, empresários e cidadãos.
Nesse projeto se empenhou desde jovem Luigino Bruni, promotor e cofundador da SEC - Escola de Economia Civil - e historiador do pensamento econômico com um particular perfil de interesse pela economia civil, social e de comunhão. Professor titular da Universidade Lumsa de Roma, é coordenador do projeto Economia de Comunhão, consultor do Dicastério Vaticano para os Leigos, a Família e a Vida, colunista do Avvenire e diretor científico do evento “The Economy of Francesco”.
“Ainda estamos na fase das sementes, porque essas experiências que surgem da espiritualidade, dos carismas da Igreja, precisam de tempos longos”, explica Bruni na entrevista, lembrando como “Chiara Lubich em 1991 iniciou esta experiência que nascia só e apenas do amor evangélico”. Ela não era economista nem empresária: era uma mulher que fundou um movimento espiritual, os Focolares. E, quando viu pobreza no Brasil, achou que tinha que fazer alguma coisa. Um projeto que sempre atraiu pessoas fortemente motivadas, com grandes ideais, explica Bruni, destacando como cresceu "na sombra", não nas grandes mídias. Trata-se, portanto, de “sementes” que continuam a ser plantadas, tanto que hoje centenas de pessoas de todo o mundo se conectaram: muitas da África, Ásia, América do Sul, Austrália. E há muitos jovens.
Loppiano, explica Bruni, nasceu, como experiência, primeiro da Economia de Comunhão, como uma cidade na montanha para mostrar “uma passagem de convivência inspirada no Evangelho”. A Economia de Comunhão nasceu depois e claramente não visa apenas experiências piloto como pode ser Loppiano, mas a "todas as empresas que desejam viver sua atividade econômica como um lugar de boa vida, de partilha, de comunhão e de abertura para as pobrezas de vários tipos”. Em Loppiano existe, por exemplo, a escola da economia civil, a escola da economia de comunhão. Existe a Universidade Sofia onde existe um departamento que estuda e ensina economia de comunhão que, no entanto, se encontra espalhada por todo o mundo, na vida de milhares de empresas que procuram inspirar-se nos seus princípios nas práxis normais dos negócios.
Empresas que procuram produzir riqueza de forma correta, ética, justa, e depois, uma vez que tenham algum lucro, o compartilham e colocam em comunhão com três finalidades: "as pobrezas, o investimento em jovens que possam estudar e se formar com uma mentalidade diferente e depois uma parte fica na empresa, para que ela possa crescer, possa seguir em frente”. Outras experiências surgiram da Economia de Comunhão. Além disso, recorda Bruni, é um dos "pais" da The Economy of Francesco, que o Papa lançou há dois anos e que tem entre os seus promotores justamente a Economia de Comunhão, junto com a Cidade de Assis. A forma como a Economia de Comunhão se espalhou por várias partes do mundo também emerge das muitas conexões no encontro online de hoje: com a Coreia, com as Filipinas, com o Benin. “Escolhemos como imagem as sementes, a generatividade, as flores, as plantas - conclui Bruni - porque é a grande imagem do projeto, que é um projeto generativo”.
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Há 30 anos era lançada a Economia de Comunhão, um projeto generativo nascido do amor - Instituto Humanitas Unisinos - IHU