20 Julho 2012
Economias que ponham no centro os seres humanos, que produzam riqueza não para pouquíssimos, mas sim para todos. Utopias?
A opinião é da psicóloga social italiana Agnese Moro, filha de Aldo Moro, líder da Democracia Cristã, morto em 1978 pelas Brigadas Vermelhas. O artigo foi publicado no jornal La Stampa, 15-07-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
São muitos os que pensam e esperam que a terrível crise que estamos vivendo tenha ao menos o efeito de nos abrir os olhos sobre a incapacidade do modelo com o qual são organizadas atualmente as coisas econômicas para criar desenvolvimento, inclusão, possibilidade de vidas dignas para todos. E me parece que toda tentativa para encontrar outros caminhos deve ser conhecida e avaliada atentamente.
Entre eles está a "Economia de Comunhão" (EdC, www.edc-online.org), ligada ao movimento católico dos Focolares, fundado por Chiara Lubich – que envolve empresários, empresas, associações, instituições econômicas, mas também trabalhadores, dirigentes, consumidores, investidores, estudiosos, operadores econômicos, pobres, cidadãos, famílias.
Em outubro de 2009, haviam aderido 688 empresas de várias dimensões; em 2011 o número havia subido para 840; na Europa, 498, das quais 247 na Itália (36 no Sul, 75 no Centro, 136 no Norte); América (principalmente América do Sul), 292; Ásia, 23; África, 27.
O objetivo da Economia de Comunhão é "contribuir para dar origem a empresas marcadas pela fraternidade, que sentem como sua própria missão erradicar a miséria e a injustiça social, para contribuir para edificar um sistema econômico e uma sociedade humana de comunhão, em que, à imitação da primeira comunidade cristã de Jerusalém, 'não havia nenhum indigente entre eles' (Atos 4, 32-34)".
Segundo a inspiração inicial do projeto, as receitas "postas em comunhão" são subdivididas em duas partes: 50% para projetos de desenvolvimento (principalmente a fim de dar origem a novas empresas e de criar novos postos de trabalho) e atividades de apoio, e 50% para a formação, especialmente de jovens, à "cultura do dar".
No período de outubro de 2009 a setembro de 2010, segundo o relatório de 2012, as receitas foram de 737.285,85 euros, dos quais, em 2011, 343.483,85 euros foram utilizados para projetos de desenvolvimento e de assistência; 363.802 euros para a formação, e 30.000 euros para custos administrativos. Além as receitas das empresas, a EdC pode contar com contribuições pessoais dos membros do Movimento dos Focolares. Entre outubro de 2009 e setembro de 2010, foram coletadas contribuições pessoais de 630.720,81 euros, utilizados com a mesma finalização das receitas de empresas.
Economias que ponham no centro os seres humanos, que produzam riqueza não para pouquíssimos, mas sim para todos. Utopias?
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Economia de comunhão: uma saída para a crise - Instituto Humanitas Unisinos - IHU