Economia de comunhão: uma saída para a crise

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

20 Julho 2012

Economias que ponham no centro os seres humanos, que produzam riqueza não para pouquíssimos, mas sim para todos. Utopias?

A opinião é da psicóloga social italiana Agnese Moro, filha de Aldo Moro, líder da Democracia Cristã, morto em 1978 pelas Brigadas Vermelhas. O artigo foi publicado no jornal La Stampa, 15-07-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

São muitos os que pensam e esperam que a terrível crise que estamos vivendo tenha ao menos o efeito de nos abrir os olhos sobre a incapacidade do modelo com o qual são organizadas atualmente as coisas econômicas para criar desenvolvimento, inclusão, possibilidade de vidas dignas para todos. E me parece que toda tentativa para encontrar outros caminhos deve ser conhecida e avaliada atentamente.

Entre eles está a "Economia de Comunhão" (EdC, www.edc-online.org), ligada ao movimento católico dos Focolares, fundado por Chiara Lubich – que envolve empresários, empresas, associações, instituições econômicas, mas também trabalhadores, dirigentes, consumidores, investidores, estudiosos, operadores econômicos, pobres, cidadãos, famílias.

Em outubro de 2009, haviam aderido 688 empresas de várias dimensões; em 2011 o número havia subido para 840; na Europa, 498, das quais 247 na Itália (36 no Sul, 75 no Centro, 136 no Norte); América (principalmente América do Sul), 292; Ásia, 23; África, 27.

O objetivo da Economia de Comunhão é "contribuir para dar origem a empresas marcadas pela fraternidade, que sentem como sua própria missão erradicar a miséria e a injustiça social, para contribuir para edificar um sistema econômico e uma sociedade humana de comunhão, em que, à imitação da primeira comunidade cristã de Jerusalém, 'não havia nenhum indigente entre eles' (Atos 4, 32-34)".

Segundo a inspiração inicial do projeto, as receitas "postas em comunhão" são subdivididas em duas partes: 50% para projetos de desenvolvimento (principalmente a fim de dar origem a novas empresas e de criar novos postos de trabalho) e atividades de apoio, e 50% para a formação, especialmente de jovens, à "cultura do dar".

No período de outubro de 2009 a setembro de 2010, segundo o relatório de 2012, as receitas foram de 737.285,85 euros, dos quais, em 2011, 343.483,85 euros foram utilizados para projetos de desenvolvimento e de assistência; 363.802 euros para a formação, e 30.000 euros para custos administrativos. Além as receitas das empresas, a EdC pode contar com contribuições pessoais dos membros do Movimento dos Focolares. Entre outubro de 2009 e setembro de 2010, foram coletadas contribuições pessoais de 630.720,81 euros, utilizados com a mesma finalização das receitas de empresas.

Economias que ponham no centro os seres humanos, que produzam riqueza não para pouquíssimos, mas sim para todos. Utopias?