A solidão do papa reformista

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05 Abril 2021

 

“O reformista está bem ciente de que é constantemente ridicularizado por quem vislumbra futuras palingêneses”, escrevia Federico Caffè, economista, mestre de Mario Draghi, em um panfleto sobre a “solidão do reformista”.

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada em Jesus, 01-04-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

“É fácil contrapor-lhe que, enquanto você não mudar ‘o sistema’, as suas inovações melhoradoras não farão nada mais do que tapar buracos e escorar um edifício que não deixa de ser vetusto e cheio de rachaduras (ou ‘contradições’)”, mas “ele prefere o pouco ao tudo, o realizável ao utópico, o gradualismo das transformações a uma transformação radical do ‘sistema’ sempre adiada”.

Confundido às vezes com um revolucionário, o Papa Francisco é um reformista e compartilha a sua “solidão”. Desde o início, as suas reformas suscitaram as resistências dos conservadores (que, em vez de se exporem, enviaram na frente um bando de tradicionalistas barulhentos) e, ao longo dos anos, afastaram as simpatias dos progressistas.

O caminho de Bergoglio nem sempre é linear, é feito de acelerações, freadas, rejeições... Ele impulsiona de cima o povo de Deus, espera que ele prossiga sozinho, mas, quando vai além, ele o retém.

Sem ser ouvido há anos, ele voltou a pedir à Igreja italiana um sínodo nacional. Em vez disso, ele está um pouco preocupado com o sínodo da Igreja alemã, que prossegue a todo o vapor. Para a Secretaria do Sínodo, ele nomeou pela primeira vez na história uma mulher com direito a voto, a Ir. Nathalie Becquart.

A sua esperança é que a Igreja caminhe na história, recupere os atrasos, sem dilacerações. “As reformas”, dizia Camillo Benso, conde de Cavour, “completadas a tempo, em vez de enfraquecer a autoridade, a fortaleceram; em vez de aumentar a força do espírito revolucionário, reduzem-no à impotência.”

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