03 Dezembro 2020
Essas mulheres vivem sua fé com grande generosidade. Elas são um exemplo para todos “se tornarem discípulos missionários de fé”.
A reportagem é publicada por La Croix International, 02-12-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Papa Francisco louvou a coragem e generosidade de quatro mulheres estadunidenses que foram brutalmente mortas há 40 anos em El Salvador, chamando-as de modelos de “discípulos missionários de fé”.
As mulheres eram Ita Ford e Maura Clarke, ambas irmãs de Maryknoll, Dorothy Kazel, irmã ursulina, e Jean Donovan, leiga voluntária. Elas foram assassinadas por cinco membros da Guarda Nacional de El Salvador em 02 de dezembro de 1980, logo no começo da sangrenta Guerra Civil no país centro-americano (1979-92).
Maura Clarke, Jean Donovan, Ita Ford e Dorothy Kazer. (Foto: Irmãs de Maryknoll)
O Papa recordou o 40º aniversário da morte das quatro missionárias na quarta-feira, ao fim da sua audiência geral no Vaticano.
“Elas foram sequestradas, estupradas e assassinadas... por um grupo paramilitar”. Francisco afirmou na audiência virtual, transmitida desde sua biblioteca.
“Elas ofereceram seus serviços a El Salvador em meio à Guerra Civil. Com o compromisso evangélico e grandes riscos elas levavam comida e remédios para deslocados e ajudavam as famílias mais pobres”, pediu o papa latino-americano.
“Essas mulheres viveram sua fé com grande generosidade. Elas foram um exemplo para todos se tornarem discípulos missionários de fé”, afirmou.
As irmãs Maryknoll recordaram das quatro em uma mensagem no seu website:
“À medida que somos atraídos pela visão e esperança dessas mulheres, nossa vida e nossa fé são renovadas. O desafio inevitável de suas vidas e mortes nos chama à compaixão e à solidariedade com os pobres. Eles não eram cegos para o mal e o pecado em nosso mundo, nem eram ingênuos quanto às suas causas. O cerne de sua fé era que eles se concentravam na santidade da vida humana. Sua sabedoria fluiu da pessoa, mensagem, vida, morte e ressurreição de Jesus”.
Elas também são recordadas em nome dos 70 mil salvadorenhos que morreram durante a guerra civil da nação.
Duas das quatro mulheres eram membros da Missão Latino-americana de Cleveland – também conhecido como CLAM.
As irmãs Ursulinas de Cleveland, que perderam uma das suas – Dorothy Kazel – celebraram a vida e legado dela assim como as vidas da leiga missionária Jean Donovan e das irmãs de Mary Knoll.
As Ursulinas dedicaram uma página em seu site sobre as quatro mulheres e incentivam os interessados a aprender mais sobre elas.
“Ao comemorar este 40º aniversário, estamos nos lembrando com compaixão, transformando por meio da contemplação e nos comprometendo novamente com a justiça”, disseram as irmãs ursulinas.
As quatro mulheres, missionárias ofereceram ajuda humanitária a El Salvador e os países vizinhos, eram vistas como uma ameaça ao governo direitista e acusadas pelo regime de fomentar a oposição política.
As quatro foram estupradas e assassinadas por cinco membros da Guarda Nacional Salvadorenha.
As quatro mártires são recordadas no local onde seus corpos foram encontrados. Hoje, a capela e as homenagens são protegidas pelo governo de El Salvador e o local é considerado patrimônio nacional.
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El Salvador. Papa recorda das missionárias assassinadas há 40 anos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU