22 Outubro 2020
A Rede Global de Católicos Arco-Íris respalda o papa Francisco e seus comentários sobre dar apoio às uniões civis do mesmo sexo. A declaração é de 21-10-2020. A tradução é de Wagner Fernandes Azevedo.
A Rede Global de Católicos Arco-Íris (GNRC), que representa mais de quarenta organizações dos cinco continentes, recebeu com agrado as notícias sobre os recentes comentários do papa Francisco em apoio às uniões do mesmo sexo, em um documentário que ainda não estreou.
O codiretor da GNRC Chris Vella, de Malta, declarou: “O papa Francisco ter feito comentários que apoiam a legalização das uniões civis para casais do mesmo sexo é dar um passo positivo e na direção correta. É, até certo ponto, inovador, levando em conta que a Igreja ainda considera que homossexualidade é um ‘transtorno intrínseco’ e já descartou qualquer forma de reconhecimento das relações entre pessoas do mesmo sexo. Ainda é preciso ver como o braço institucional da Igreja responderá à liderança do Papa neste tema”.
A codiretora Ruby Almeida, desde Londres, indicou: “As numerosas declarações de condenação, negativas e destrutivas, realizadas recentemente por vários bispos dos EUA e Polônia sobre as pessoas LGBTIQ deixaram nossa comunidade ferida e violentada. Assim, esta é uma notícia boa. Sabendo também que o papa Francisco já fez anteriormente várias declarações positivas e afirmativas sobre a comunidade LGBTIQ. Isso se alinha muito bem com alguns bispos alemães que também apoiaram e, de fato, estiveram liderando o caminho para oferecer bênçãos para as uniões do mesmo gênero. Em muitos sentidos, parece que o Natal chegou cedo para nossas comunidades”.
No entanto, Vella, que se encontra casado civilmente com seu parceiro do mesmo sexo, também aconselha cautela: “dentro de toda esta euforia devemos ser cautelosamente otimistas com esta notícia. O documentário ‘Francesco” ainda não estreou em todo o mundo, então não sabemos exatamente o que disse o Papa e em que contexto foram ditas suas palavras”.
Vella continua: “Como um homem casado em um casamento civil do mesmo sexo desde 2018, olho com esperança para um futuro em que a Igreja não apenas reconheça as uniões civis para casais do mesmo sexo, mas também celebre seus relacionamentos como Sinais sagrados e sacramentais do Amor como presença manifesta de Deus no mundo. A Igreja deve celebrar nossa fidelidade, compromisso, perseverança e fecundidade tanto quanto celebra essas qualidades para as uniões heterossexuais. Se a Igreja valorizasse o tesouro que guarda em potes de barro!”.
“Enquanto isso”, disse Almeida, “nossas comunidades ao redor do mundo anseiam por vislumbres de esperança e afirmação da Igreja, pois administram a cota diária de perseguição e violência infligida a elas enquanto lutam contra a devastação da covid-19”.
“O que também torna esta notícia surpreendente”, continuou Almeida, “é que o Papa teria dito que 'os homossexuais têm o direito de fazer parte da família'. Isso é inovador vindo do líder da Igreja Católica!”. O Papa teria afirmado: “Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser expulso ou se sentir miserável por isso”. Esperamos que por ‘família’ o Santo Padre não se refira apenas às famílias de origem das pessoas LGBTIQ, mas também às suas próprias famílias escolhidas enquanto se dedicam ao amor e cultivar relacionamentos como cônjuges e pais.
Almeida conclui: “Oramos para que a essência do que o papa Francisco cita seja verdadeira e que haja um sentimento de mudança radical dentro da Igreja Católica em relação às nossas comunidades LGBTIQ em todo o mundo. Seus fiéis membros LGBTIQ, cujas famílias desejam se sentir parte da família católica, anseiam por aceitação e afirmação”.
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Grupo Global de Católicos acolhe a recente notícia na qual o Papa Francisco indicou que “os casais homossexuais merecem proteção legal para suas relações” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU