26 Agosto 2020
Na Namíbia, dois movimentos – Thursday in Black (Quintas-Feiras em Preto), de abrangência internacional, e o Laço Branco, nacional – atuam numa mesma direção: por um mundo livre de estupro e violência. O país africano registrava altos índices de violência contra mulheres que aumentaram com a pandemia do coronavírus.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Programa semanal de rádio e vídeos nas redes sociais leva conscientização e ensina resistência às mulheres de todas as regiões do país, alcançando também jovens e adolescentes de diversas igrejas. São campanhas estratégicas, disse ao serviço de imprensa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) a pastora Monica Awene, da Gospel Mission Church. A maioria das campanhas está limitada às áreas urbanas, mas por meio do rádio, a mensagem chega também às áreas rurais, explicou.
“Ficar em casa é difícil para os homens, que tradicionalmente são socializados para sair”, assinalou o diretor de mobilização do Laço Branco, Charles Simakumba. A campanha, afirmou, visa engajar homens e meninos a fim de transformar suas atitudes em relação às mulheres e meninas. O setor de serviços de segurança da Namíbia também abraçou a campanha Quintas-Feiras em Preto.
O movimento Quintas-Feiras em Preto nasceu da Década das Igrejas em Solidariedade com as Mulheres, do CMI, celebrada de 1988 a 1998. Ele inspirou-se nas Mães de Desaparecidos, de Buenos Aires, que pediam por seus familiares na Plaza de Mayo, às quintas-feiras. Também o inspiraram as Mulheres de Preto, de Israel e da Palestina, que protestam ainda hoje contra a guerra e a violência.
Mulheres em Ruanda e na Bósnia que protestavam contra o estupro como arma de guerra durante o genocídio nesses países, e o movimento Black Sash, da África do Sul, de protesto contra o apartheid também motivaram as Quintas-Feiras em Preto.
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Movimentos lutam por uma Namíbia livre de estupro e violência - Instituto Humanitas Unisinos - IHU