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Fragmentos de espiritualidade em tempos de pandemia (II)

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28 Março 2020

"Esta quarentena e o isolamento forçados, em meio à preparação para Festas da Páscoa, podem ser vistas com outros olhos, positivamente, como uma oportunidade para rever os valores centrais que nos podem levar ao horizonte fixado e almejado", escreve Alfredo J. Gonçalves, padre carlista, assessor das Pastorais Sociais e vice-presidente do SPM.

A primeira parte do artigo pode ser lida aqui.

 

Eis o artigo.

 

Os tempos modernos, entre outras coisas, caracterizam-se pela velocidade, pelos ruídos, pelo consumo e pelo descarte fácil. A relação com as coisas e com as pessoas é dominada pela pressa. As agendas e atividades, não raro, superam o espaço de que a natureza nos dispõe. Os meios de transporte, a Internet e a eletricidade aboliram o tempo e a noite. A prática de alguns supermercados e postos de gasolina – aberto 24h por dia – torna-se uma espécie de metáfora também para as ações dos seres humanos. Estamos permanentemente conectados, submetidos a um bombardeio estridente de notícias, publicidade e apelos. Semelhante correria, como não podia deixar de ser, dispersa e desgasta nossa atenção. A pandemia e a consequente quarentena, em pleno tempo da quaresma impõe a necessidade urgente de a) resgatar o núcleo da existência, b) cultivar a memória e a utopia e c) manter os olhos fixos no foco.

Resgatar o núcleo da existência. Qual o núcleo mais íntimo de cada um de nós? Qual o miolo de nossas preocupações e atividades diárias? Por que a pressa, a ansiedade e a busca? Vale iniciar com uma máxima: quando nos sentimos atropelados pela velocidade dos tempos que correm é sinal de que estamos à procura de nós mesmos. Não nos damos conta que, por vezes, o melhor de cada pessoa encontra-se na sua casa. Quantas pessoas deixam o lar, a família e a vizinhança na tentativa de encontrar o sentido oculto e misterioso de suas vidas! Os livros de Paulo Coelho, entre outros escritos contemporâneos, expressam bem esse enigma. Alguns personagens correm mundos e fundos atrás de uma razão para continuar a existência. Ao final de tantos caminhos tortuosos, de tantos labirintos desconhecidos e de tantos encontros – com frequência acabam por tropeçar no beco sem saída do desencontro.

Qual a conclusão? Depois de múltiplas andanças e adversidades, descobrem que o tesouro que tão desesperadamente buscam fora de casa, no retorno, o encontram juntos aos seus. Mais ou menos com a saga de Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Após a desvairada travessia pelo mundo afora no vão esforço de consertar o que está errado, “o cavaleiro da triste figura”, na vigília da própria morte, descobre que no fundo era “um homem bom”. E ali, nas mãos dos familiares e amigos deposita o que tem de melhor: a bondade. Quantas energias gastamos em idas e vindas sem fim ao redor de nosso núcleo mais sagrado! A reclusão e o retiro desta quarentena forçada, justamente no decorrer do período quaresmal, certamente nos ajuda a partilhar com aqueles que habitam sob o mesmo teto o valor mais secreto de que dispomos, o qual, convém não esquecer, é sempre um dom de Deus no íntimo de nosso ser.

Mas não é só isso! Se, por um lado, o recolhimento pode servir para conhecer melhor a riqueza que trazemos em nossas entranhas, num profundo e progressivo autoconhecimento, de igual modo servirá para um conhecimento das pessoas que mais de perto convivem conosco. Quantas vezes, no corre-corre cotidiano, deixamos os familiares para encontrar os amigos, como se para “sentir-se em casa” fosse necessário deixar a proteção de suas paredes, piso e teto! Ou seja, quantos buscamos fora o que não encontramos dentro! A pandemia associada à quaresma nos oferece a oportunidade de descobrir, ao lado das pérolas que nós mesmos possuímos, o brilho e o calor dos valores que os demais carregam. Este confinamento pode ser “o tempo favorável” para o encontro recíproco com aqueles que, embora no dia a dia se esbarrem o tempo todo, jamais se encontram. Somente assim nossas casas deixam de ser meras pensões – onde cada qual entra e sai para comer e dormir – para se converterem em um verdadeiro lar.

Cultivar a memória e a utopia. A trajetória pessoal de cada um, com seus relacionamentos e suas experiências, representa um poço de recordações: nele há muita água que pode ser reaproveitada em tempos difíceis. Aliás, nesse poço individual coexistem água e sede, lições de sabedoria e lacunas de carência. Neste momento de recolhimento, pouca coisa pode entreter tanto quanto rever e reciclar a própria memória. Desta última será possível identificar experiências dolorosas que, apesar de tudo e às vezes contra toda esperança, encontraram solução. Constituem o céu estrelado e luminoso de nosso passado: pequenas luzes que nos ajudaram a vencer túneis de dor, sofrimento e escuridão. Também poderemos identificar, a partir dessas mesmas experiências, os anjos que nos ajudaram a sair do escuro e até do desespero. Retiro é momento de conversar com os anjos e relembrar as estrelas que até agora iluminaram nosso caminho. Temos aí um grande acúmulo de iluminações a serem resgatadas e recicladas, seja no sentido de enfrentar os embates do presente, seja na perspectiva de manter viva a esperança e a utopia do futuro.

Não podemos esquecer, por outro lado, que cada um de nós é, simultaneamente, uma mescla de água e sede. Nem só água, nem só sede; nem água o tempo todo, nem sede o tempo todo. Mas essa mistura alternada de água e sede, de lições aprendidas e de feridas abertas, de doação e carência. No conhecido episódio do encontro entre Jesus e a samaritana, à beira do poço de Jacó, capítulo quarto do Evangelho de João, água e sede se encontram. Melhor, dois tipos de água e dois tipos de sede: água e sede material e água e sede espiritual. Quem no início revela a própria sede, ao final oferece água viva; e quem no início vem buscar água com o balde, no final revela sua sede mais profunda e obtém salvação.

Cabe a pergunta: quem de fato evangeliza, Jesus ou a mulher? Ou não será o poço?! O poço é, na verdade, o lugar do encontro entre o finito e o infinito. É nele que água e sede se fundem numa paz serena e perpétua. Na prática do Mestre, verifica-se várias vezes a mesma estratégia: abrir poços, muitas vezes proibidos como este (pois ela é mulher, samaritana e pecadora), e deixar que o próprio poço oportunize a fusão de água e sede. Disso se conclui que o processo de evangelização tem sempre mão dupla: quem se diz evangelizador, acaba por ser também evangelizado; e quem se considera evangelizado, também se revela evangelizador. O poço/encontro é o lugar da abertura ao outro e do enriquecimento recíproco.

Manter os olhos fixos no foco. Foco se identifica com meta, com horizonte a ser alcançado. Facilmente o foco tende a se perder em meio às tormentas da existência. Fica sempre a lição de que quanto mais escura a noite, tanto maior o brilho das estrelas. De igual modo, embora os tempos sombrios possam nos tornar cegos e surdos, costumam clarear melhor os contornos da meta e dos valores inegociáveis. A pressão das dificuldades exige concentrar-se sobre o que é essencial. Na tempestade, a embarcação se desfaz de tudo que é secundário para salvar o que é indispensável. As nuvens sombrias e as ondas bravias nos obrigam a fixar os olhos no alvo, no foco, na meta, em detrimento do luxo supérfluo.

No meio do redemoinho e da encruzilhada, como mostra Guimarães Rosa em Grande sertão-veredas, surge o convite inesperado para repensar a trajetória e o objetivo a que nos propomos, bem como os meios e os fins a serem alcançados. Nesse momento, e em tais condições, seremos capazes de deixar de lado o que é descartável, para nos ocuparmos unicamente daquilo que é verdadeiro e absoluto. Quem sou, de onde vim, para onde vou, o que posso oferecer, do que necessito, que caminho seguir, com quem partilhar os passos e os tropeços, para onde vai a história? – eis que emergem com força redobrada as perguntas fundamentais da existência, aquelas que apontam para o significado oculto e misterioso da vida humana.

Somos então catapultados da superfície das águas rasas, em que tranquilamente nos movíamos, para o subterrâneo das correntes profundas. De uma relativa indiferença, para um engajamento cheio de compromisso. No turbilhão dos ventos contrários, não há meio-termo, é preciso tomar partido. E nesta altura impõe-se outra máxima: em terreno minado, recomenda-se não correr nem caminhar em linha reta. Toda travessia, efetivamente, tem seus reveses. Por vezes faz-se necessário parar, avaliar, silenciar e escolher qualquer atalho, uma vereda alternativa. Esta quarentena e o isolamento forçados, em meio à preparação para Festas da Páscoa, podem ser vistos com outros olhos, positivamente, como uma oportunidade para rever os valores centrais que nos podem levar ao horizonte fixado e almejado.

 

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