10 Outubro 2019
Na manhã desta quarta-feira (09/10) durante os trabalhos da 5ª Congregação Geral do Sínodo, a saúde integral da Amazônia foi uma das preocupações expostas pelos Padres Sinodais.
A informação é publicada por Vatican News, 09-10-2019
A saúde integral da Amazônia, foi uma das preocupações expostas na congregação da manhã desta quarta-feira (9 de outubro) pelos Padre Sinodais. O modelo de desenvolvimento que devora a natureza, os incêndios que estão destruindo a região, a corrupção, a desflorestação e as plantações ilegais ameaçam tanto a saúde das pessoas quanto a do território e de todo o planeta.
Foram focalizadas as populações indígenas que vivem em isolamento voluntário, particularmente vulneráveis ao genocídio. Para manter alta a atenção sobre esta temática sente-se a exigência de instituir um observatório eclesial internacional para a tutela dos direitos humanos e das necessidades destas comunidades.
Foi falado sobre a lentidão registrada, algumas vezes, por parte da Igreja em satisfazer as exigências da população. De fato, algumas vezes a Igreja está longe dos povos locais e este vazio é preenchido pela proposta das igrejas neopentecostais.
Continua urgente e irrenunciável o diálogo ecumênico e inter-religioso: respeitoso e fecundo, dimensão fundamental para a Igreja em saída na região pan-amazônica, caracterizada por um contexto multicultural. A interculturalidade é mais do que um desafio. Não a uma imposição da própria cultura vinda de cima. Sim à acolhida do outro e a uma saudável descentralização no ponto de vista sinodal. A Igreja, sem esconder as dificuldades, seja missionária, tenha um rosto indígena e favoreça uma lógica segundo a qual a periferia seja o centro e o centro seja periferia em um rico movimento de mútua transformação.
Em uma perspectiva sinodal coloca-se também o apelo a um maior envolvimento dos leigos com a criação de novos ministérios que respondam às necessidades dos povos amazônicos: a Igreja deve ser criativa em propor uma ministerialidade multiforme entre os índios e os povos da floresta. Desde o Concílio Vaticano II foram pedidos maiores reforços a favor de uma inculturação da liturgia, com celebrações respeitosas tanto das tradições e línguas dos povos locais, quando da mensagem integral do Evangelho. Precisa-se de um cuidadoso discernimento por parte dos bispos para que não seja excluída a priori nenhuma solução, nem mesmo a da ordenação dos homens casados. Também foi apresentado o pedido de muitos seminaristas para uma formação afetiva centralizada na cura das feridas consequentes da revolução sexual: são muitos os que hoje desejam redescobrir e conhecer o valor do celibato e da castidade. A Igreja não deve silenciar sobre este assunto, mas oferecer o seu tesouro: a doutrina que transforma os corações.
Ao mesmo tempo é preciso contrastar a generalizada violência contra as mulheres. Foi lançada a ideia de instituir um ministério laical feminino para a evangelização. É preciso promover uma participação mais ativa da mulher na vida da Igreja em uma perspectiva samaritana.
Deve ser buscada a unidade na diversidade segundo a imagem do poliedro muitas vezes sugerida pelo Papa. Pede-se para passar, à escola de Jesus, de uma pastoral da visita a uma pastoral da presença e da escuta, proclamando a ternura divina e promovendo o cuidado da Casa Comum não apenas entre amigos, mas também entre os que estão longe e pensam de outro modo. Sobre Jesus devem ser enraizados os valores da fraternidade universal, da ecologia integral e dos estilos de vida inspirados no “bem viver” como resposta às muitas propostas egoístas dos nossos tempos.
Diante da tragédia climática denunciada em todo o planeta, o Sínodo é um momento de graça e uma grande oportunidade para a Igreja para que promova uma conversão ecológica e a educação integral.
Também foi colocada à atenção dos Padres Sinodais a questão das migrações cujas principais causas são sociopolíticas, climáticas, econômicas ou de perseguições étnicas: elas requerem uma abordagem pastoral específica. A importação de um modelo ocidental extrativista atinge as famílias e obriga os jovens a migrarem para as cidades. A Igreja deve ser promotora de uma pastoral urbana.
No debate foi enfrentado o valor da teologia indígena, com referência ao apelo do Papa em formar uma Igreja com o rosto indígena, com condições de rever os elementos essenciais do universo católico em chave indígena. Sublinhando também os valores da medicina tradicional, válida alternativa à medicina ocidental. Proposta a criação de maiores reservas naturais para custodiar tanto a biodiversidade quanto a pluralidade das culturas amazônicas.
Na congregação desta manhã (09/10), aberta como sempre com a oração da Hora Média, fez-se enfim uma oração especial pela difícil situação no Equador.
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#SinodoAmazonico - 5ª Congregação. Propostas para um ministério laical feminino - Instituto Humanitas Unisinos - IHU