Equador - A proteção da casa comum na Amazônia afeta a sobrevivência do mundo inteiro

Foto: Fábio Nascimento/Greenpeace

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02 Setembro 2019

"A situação é crítica em toda a Amazônia, especialmente no Brasil e na Bolívia, onde os incêndios nos últimos dias atingiram uma extensão impressionante, destruindo milhares de quilômetros de superfície de floresta. Devemos fazer um apelo para toda a humanidade para tomar consciência das sérias consequências e ameaças que essa situação poderá acarretar. Devemos nos engajar no 'cuidado da casa comum', buscando formas concretas de ação pacífica e resolutiva. É do interesse de todos”. A divulgação dessa mensagem para a Agência Fides é feita pelo padre Vincenzo Balasso, missionário comboniano, que há trinta anos mora no Equador. Desde o início do ano, na floresta houve mais de 72 mil incêndios, com um aumento de 84% em comparação com os dados de 2018.

A reportagem é publicada por Agência Fides, 31-08-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Como o missionário explica, a região da pan-Amazônia se estende por nove países da América do Sul (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, incluindo a Guiana Francesa). Os temas de caráter ambiental, para a proteção daquela que é chamada de "pulmão do mundo", se cruzam com uma reflexão e uma análise das históricas dinâmicas da injustiça que existem nesta região: "A salvaguarda dessa área é de vital importância porque afeta nosso planeta de maneira abrangente”, enfatiza o padre Vincenzo: “A bacia amazônica, de fato, representa uma das maiores reservas de biodiversidade da Terra (de 30 a 50% da flora e fauna), de água doce (20% da água doce não congelada de todo o planeta); além disso, possui mais de um terço das florestas primárias".

"Hoje, esse enorme patrimônio - explica o padre comboniano - está ameaçada pelos grandes interesses econômicos que se concentram em diferentes pontos do território: o crescimento desmedido das atividades agrícolas, de mineração e de desmatamento prejudicaram não apenas a riqueza ecológica da região, mas também empobreceram a realidade social e cultural". "A isso - ressalta – se soma o narcotráfico que põe em risco a sobrevivência dos povos que dependem dos recursos animais e vegetais desses territórios".

Portanto, não é apenas uma questão ambiental que está em jogo, mas também a proteção de 390 povos indígenas que ali vivem: "Os povos amazônicos - explica o padre Balasso - nunca foram tão ameaçados como agora: ainda há vestígios residuais de um passado colonizador que gerou representações de inferioridade e demonização das culturas indígenas". "Cada uma delas - ele continua - representa uma identidade cultural específica, um patrimônio histórico distinto e uma maneira peculiar de encarar a realidade e o que os cerca: essas populações têm uma visão que pode enriquecer a todos e nos fazer redescobrir a essencialidade de vida”, acrescenta. "A realidade específica da Amazônia - afirma ele em conclusão - desafia a consciência de todo crente e de toda pessoa de boa vontade hoje em dia, para que seja preservada a sua identidade, sua harmonia vital, com o compromisso de proteger a 'casa comum', como afirma o Papa Francisco na Laudato Si'

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