"A doutrina católica foi sequestrada pelos que rompem a unidade", afirma dom Robert McElroy

Dom Robert McElroy (Fonte: YouTube)

Mais Lidos

  • Legalidade, solidariedade: justiça. 'Uma cristologia que não é cruzada pelas cruzes da história torna-se retórica'. Discurso de Dom Domenico Battaglia

    LER MAIS
  • Carta aberta à sociedade brasileira. Em defesa do Prof. Dr. Francisco Carlos Teixeira - UFRJ

    LER MAIS
  • Governo Trump alerta que a Europa se expõe ao “desaparecimento da civilização” e coloca o seu foco na América Latina

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

25 Abril 2018

Diante da “divisão, niilismo, hipocrisia e aborrecimento”, que se experimenta tanto na Igreja como na sociedade, é necessário mais do que nunca de uma “formação profunda das consciências”, que é promovida pelo Papa Francisco. Essa é a proposta de um dos bispos mais “franciscanos” da Igreja norte-americana, Robert McElroy, de San Diego, que alertou que “a doutrina católica foi sequestrada por aqueles que romperam a unidade de nossa doutrina social, ao reduzi-la às categorias partidaristas deformadas de nossa época e ao promover ensinamentos que impulsionam sua visão de mundo”.

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 23-04-2018. A tradução é do Cepat.

Na semana passada, na Universidade Loyola de Chicago, o bispo McElroy fez um dos discursos mais importantes de um prelado estadunidense, nos últimos anos. Importante, pois retomou o debate que ele próprio instigou há três anos, quando interveio em uma plenária do episcopado do país e sustentou que a diretriz para a participação política de fiéis, que os bispos elaboraram em 2007, não era suficiente na era Trump e nem era fiel à revolução que o Papa Francisco já havia impulsionado na Igreja.

Naquela plenária, o chamado de McElroy para que os bispos norte-americanos seguissem a pegada de Bergoglio e colocassem a oposição à injustiça social no mesmo patamar que a oposição ao aborto foi desconsiderada, mas, agora – após a nova exortação apostólica Gaudete et exsultate, na qual o Papa sustenta exatamente isso –, McElroy voltou a insistir que os prelados escutem Francisco para superar a polarização eclesial e social.

Não é que a visão do Papa seja uma mera mudança de prioridades, recordou McElroy em seu discurso. O que é pedido por Francisco - em Gaudete et exsultate, em seu discurso ao Congresso estadunidense, em 2015, e em seus outros escritos magisteriais – é uma “formação profunda das consciências”, em que “o bem comum será melhor servido quando líderes e cidadãos operarem a partir de uma ética da virtude política anterior a questões de políticas individuais”.

Somente quando políticos e prelados escutarem o Papa e priorizarem o bem comum ao invés dos bens de grupos de interesse ou de partidos – e evitarem também o “engrandecimento pessoal” – será possível superar o faccionalismo e “evangelizar” de forma autêntica a cultura política dos Estados Unidos.

Cabe recordar que nos Estados Unidos, em apenas vinte anos, o número de democratas e republicanos que possui uma perspectiva “muito desfavorável” do outro partido mais que duplicou, de acordo com os números do Pew Research Center.

Um mal “desalentador” para o bispo McElroy, que não hesitou em responsabilizar políticos e eclesiásticos, ao mesmo tempo em que os animou a adentrar nas “virtudes” que o Papa representa e que mais do que nunca são necessárias na atual conjuntura política e social: “solidariedade, integridade, esperança e construção da paz”.

Leia mais