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Desigualdades se refletem em tragédia no Rio Grande do Sul

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22 Mai 2024

Catástrofe afetou todas as classes sociais, porém, impactos tendem a ser maiores entre a população mais pobre.

A reportagem é de Valentina Gindri, publicada por DW Brasil, 21-05-2024.

A tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul afetou cerca de 90% das cidades do estado em diferentes níveis e não poupou nenhuma classe social. No entanto, regiões atingidas mais pobres devem enfrentar desafios maiores para se reerguer da crise, refletindo as desigualdades regionais.

Algumas das regiões mais gravemente afetadas pelas chuvas figuram entre os maiores índices de desenvolvimento humano e socioeconômico do estado (IDESE), entre elas, a Serra Gaúcha e o Vale do Taquari. Já uma pesquisa de 2014 baseada no índice de Gini da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que oito das dez cidades mais igualitárias do Brasil estavam na Serra Gaúcha, e nos vales do Caí e dos Sinos.

Essa relativa prosperidade pode indicar que a população destas regiões teria mais recursos para se recuperar da tragédia. Já nas zonas rurais afetadas, boa parte da organização territorial ocorre em pequenas propriedades de base familiar, que possibilitam aos habitantes locais, mesmo os com renda mais baixa, uma maior estabilidade. "Não são pessoas abonadas, mas também não é uma pobreza da periferia como temos aqui em Porto Alegre", afirma o geógrafo Dilermando Cattaneo, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O Observatório das Metrópoles, que analisa os desafios metropolitanos para o desenvolvimento nacional, mapeou junto ao núcleo sediado na UFRGS, a relação entre renda e inundação na região de Porto Alegre. A pesquisa mostra que a população mais pobre foi a mais diretamente atingida.

Foto: André Augustin/Núcleo de Porto Alegre do Observatório das Metrópoles

Na capital, por exemplo, os bairros Humaitá e Farrapos, onde boa parte da população ganha apenas um salário-mínimo, foram os mais alagados. Já bairros mais ricos como Moinhos de Vento e Bela Vista lidaram apenas com o desabastecimento de água ou falta de energia elétrica por alguns dias.

"Historicamente as classes mais abastadas sempre ocuparam os lugares mais altos da cidade. Quando a cidade começou, no século 19, a rua mais rica era a Duque de Caxias, que é a rua mais alta do centro. Depois, essa população foi migrando em direção ao Moinhos de Vento, para a Avenida Independência, que é uma das regiões mais altas da área central", explica André Augustin, economista e integrante do Observatório das Metrópoles.

Bairros mais pobre submersos

Enchentes não são novidade na história de Porto Alegre. Inclusive, antes de o sistema de proteção de cheias ser construído, era comum que várias partes da cidade alagassem com eventos muito menores que o atual. "É o motivo pelo qual áreas mais próximas do Guaíba sempre sobraram para a população de mais baixa renda ou foram ocupadas para outros usos, como uso industrial", diz Augustin.

Foto: André Augustin/Núcleo de Porto Alegre do Observatório das Metrópoles

O pesquisador aponta que, quando melhorias de infraestrutura contra eventos climáticos são implementadas, também ocorrem processos de gentrificação. "A Cidade Baixa até o início do século 20 era um bairro pobre, de população principalmente negra. Essa população foi sendo expulsa, ao mesmo tempo em que eram feitas obras de drenagem e o desvio do arroio do Dilúvio, e acabou virando um bairro de classe média".

Na inundação deste ano, bairros como Cidade Baixa e Menino Deus também alagaram – o que não ocorria há muitas décadas. "Dessa vez atingiu alguns bairros com melhor estrutura porque o sistema de proteção contra enchentes falhou", acrescenta Augustin.

Grandes centros urbanos x pequenos municípios

Cattaneo aponta ainda o predomínio de minifúndios, ou seja, pequenas propriedades rurais de origem familiar, como uma diferença significativa entre as áreas rurais das regiões da Serra, Vale do Taquari, Vale do Caí e Vale dos Sinos, e os centros urbanos. "No vale dos vinhedos, por exemplo, a produção gera um excedente de renda que permite a essas famílias, mesmo sendo minifundiárias, ter um padrão de vida que quem mora nas periferias de cidades maiores muitas vezes não tem", aponta.

Essas áreas são resultado de uma expansão colonial desenvolvida ao longo dos séculos 19 e 20 que atribuiu propriedades de 25 hectares a colonos alemães e italianos. Não são áreas ricas, mas cuja renda está vinculada à lógica de uma agricultura de base familiar que permite certa prosperidade. "Tem outras regiões do estado que são bem mais precarizadas", destaca Cattaneo.

Já os grandes centros urbanos, independente da região onde estão localizados, contam com zonas periféricas com populações mais empobrecidas. Populações que foram justamente as mais impactadas pelas chuvas.

"A Serra, cujo polo é a cidade de Caxias do Sul, tem junto a Bento Gonçalves, Farroupilha, Carlos Barbosa um sentido de indústria muito forte, ou seja, um PIB muito elevado. Mas exatamente por não serem cidades pequenas, também têm periferias com população precarizada. Isso ocorre também em Lajeado e Encantado, outros dois pontos com indústria forte no Vale do Taquari. Não é só riqueza", destaca Cattaneo.

O geógrafo acrescenta que – por ser uma metrópole de cerca de 1,5 milhão de habitantes– quantitativamente a população vulnerabilizada na região metropolitana de Porto Alegre é muito maior.

Além disso, o especialista aponta que tais municípios menores contam com um senso de comunidade maior, o que pode facilitar a tarefa de reestruturação. "Muitos têm uma organização comunitária, baseada na lógica da igreja, bem a lógica de colônia mesmo. Então, por mais que essas pessoas tenham perdido muito, e muitas vezes perdido solo e plantações, contam com outros mecanismos que talvez tornem menos penosa sua recuperação", indica o geógrafo.

As ilhas e os deslocados climáticos

Uma região especialmente vulnerável do Rio Grande do Sul é o bairro Arquipélago, composto por 16 ilhas no lago Guaíba, que formam o delta do rio Jacuí. Ocupadas desde os primórdios da existência de Porto Alegre, atualmente contam com três principais perfis de habitantes: pescadores, que são a população mais tradicional da região, catadores e separadores de lixo, que passaram a habitar as áreas mais próximas às rodovias a partir da construção do complexo de pontes na década de 1950, e casas de alto padrão usadas majoritariamente como moradia de férias.

"Os moradores das ilhas vivem a realidade de estar perto do rio, muitos tem um barquinho e levam numa boa que o rio sobe, estão acostumados com enchentes. Mas dessa vez foi diferente, não sei se vão conseguir voltar", afirma Amanda Bahi de Souza, geógrafa que pesquisa a região. O arquipélago foi totalmente engolido pelas águas, deixando seus cerca de 8 mil habitantes desalojados ou desabrigados.

As ilhas formam uma unidade de conservação mista: parte é Parque Estadual, portanto a habitação é em tese proibida, e parte é considerada Área de Proteção Ambiental (APA), onde a moradia é autorizada. "As ilhas têm esse histórico de serem abandonadas porque, realmente, ninguém queria abraçar aquela bronca ali. Teve um jogo de empurra-empurra por muitos anos para definir o que era de responsabilidade dos municípios, do estado, e da União", destaca a geógrafa.

A pesquisadora lembra que as ilhas também têm uma população de classe média que exerce atividades variadas, principalmente deslocando-se para a área central de Porto Alegre diariamente. Parte da população mais vulnerável do arquipélago, no entanto, morava em casas de palafitas irregulares.

Atualmente, um dos maiores abrigos da capital é destinado exclusivamente a moradores do arquipélago. Pessoas que já conviviam com profundos desafios, como o difícil acesso a saneamento básico, perderam o pouco que tinham.

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