07 Dezembro 2023
O secretário de Estado Blinken: as restrições atingirão aqueles que colocarem em risco a segurança e a estabilidade da região. A decisão após a visita nos Territórios do procurador do Tribunal Criminal Internacional. Dois palestinos vítimas de confrontos ontem, feridos dois ativistas contrários à ocupação.
A reportagem é de Nello Scavo, publicada por Avvenire, 06-12-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Sanções financeiras e de viagens para colonos israelenses com passaporte EUA. Além do risco de serem investigados nos EUA por crimes cometidos num país estrangeiro. Depois de 260 palestinos mortos e 3.200 feridos na Cisjordânia ocupada a partir de 7 de outubro, Washington está passando para as vias de fato.
“O Departamento de Estado está implementando uma nova política de restrição dos vistos para indivíduos considerados envolvidos em minar a paz, a segurança ou a estabilidade na Cisjordânia, inclusive por meio de atos de violência ou outras ações que limitam indevidamente o acesso dos civis aos serviços essenciais e aos bens de primeira necessidade", lê-se numa nota do secretário de Estado Antony Blinken.
As limitações não dirão respeito apenas a colonos pessoalmente, mas “também familiares próximos dessas pessoas poderão estar sujeitos a tais restrições”, acrescentou Blinken.
Muitas das vítimas na Cisjordânia, de fato, foram atingidas durante emboscadas organizadas pelos colonos israelenses que, violando acordos internacionais, ocupam ilegalmente partes do território palestino graças aos incentivos econômicos e às coberturas militares fornecidas pelo governo israelense. A notícia chega depois da visita do procurador do Tribunal Penal Internacional a Israel e aos Territórios palestinos, onde existem mais de 120 assentamentos de ocupação. Um porta-voz do Departamento de Estado também declarou que os Estados Unidos consideram que o governo israelense deveria processar os colonos israelenses que se envolvem em atividades violentas contra os palestinos.
As medidas poderão ser impostas tanto a israelenses como a palestinos responsáveis por ataques na Cisjordânia. A decisão expressa a decepção dos EUA pelas políticas do governo Netanyahu, que incentivam os crimes dos colonos que podem contar com a substancial impunidade.
O último a pagar por isso foi Sasha Povolotsky, que sofreu um ferimento na cabeça, enquanto outro homem foi atingido por spray de pimenta. Povolotsky é um ativista israelense contrário aos assentamentos em território palestino, onde vivem mais de 700 mil pessoas. Os dois ativistas foram atacados na aldeia palestina de al-Farisiya, perto do assentamento israelense de Rotem, no nordeste da Cisjordânia. A polícia israelense não encontrou suspeitos. “Os ataques dos colonos contra os palestinos estão aumentando" e estão tentando "arrastar Israel para uma guerra na Cisjordânia", é a denúncia do jornal israelense Haaretz. Os ativistas israelenses foram atacados enquanto dormiam nas casas dos seus amigos palestinos. Nas mesmas horas dois palestinos foram mortos. Num vídeo filmado por câmaras de um circuito fechado vários colonos podem ser vistos, alguns com os rostos cobertos, aproximando-se junto com soldados israelenses perto de uma propriedade incendiada em um vilarejo na Cisjordânia.
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Cisjordânia, sanções dos EUA contra os colonos israelenses - Instituto Humanitas Unisinos - IHU