12 Abril 2023
Quando o Papa João XXIII, o pontífice do Concílio Vaticano II que mudou a Igreja Católica, apresentou a Pacem in terris, sua última e mais conhecida encíclica, ele estava doente. Dali a pouco, iria morrer e sabia disso. Mas a emoção por aquele documento, de certa forma revolucionário, transparecia de suas palavras. Era o dia 11 de abril de 1963.
A reportagem é de Elena Brizzi, Simone Matteis e Paolo Piacenza, publicada por Futura News, 11-04-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Exatamente a 60 anos de distância, pudemos ler a mesma paixão, intacta, nos olhos e na voz do último bispo europeu vivo que participou do Concílio Vaticano II: Dom Luigi Bettazzi, bispo emérito da Diocese de Ivrea, que hoje tem 99 anos (será centenário em novembro) e mora no castelo episcopal de Albiano di Ivrea, onde desde 1989 funciona um centro de acolhida gerido pela Fraternidade do CISV.
O pensamento pacifista e a filosofia da não violência caracterizaram a vida de Bettazzi, que entre muitos cargos também foi presidente italiano e internacional da organização católica pela paz chamada Pax Christi.
O aniversário da Pacem in terris, dirigida pela primeira vez a “todos os homens de boa vontade”, sem distinções de fé ou de fronteiras, permitiu-nos uma viagem do pensamento junto com Dom Bettazzi, que, dos anos 1960, chega até à crise do mundo contemporâneo. Até à guerra que está assolando a Ucrânia, e cujos refugiados, mulheres e crianças, vivem hoje também sob o mesmo teto de Luigi Bettazzi, hóspedes do CISV em Albiano.
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Pacem in terris, Dom Betazzi e os 60 anos de uma revolução. Veja o vídeo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU