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“Para os evangélicos, o feminismo é hostil ao cristianismo e aos planos de Deus”. Entrevista com Kristin Kobes Du Mez

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23 Fevereiro 2023

O binômio Jesus e John Wayne é, para os evangélicos conservadores (a maioria dentro deste credo), uma identificação bela, precisa, verdadeira e contundente. Não tanto como um santo duas pistolas, mas como o mesmíssimo Cristo um revólver. Sem ironia. A historiadora e professora de Estudos de Gênero da Calvin University em Grand Rapids, Michigan, Kristin Kobes Du Mez, acaba de publicar seu ensaio Jesus e John Wayne: como o Evangelho foi cooptado por movimentos culturais e políticos (Editora Thomas Nelson Brasil, 2022), em que analisa como os evangélicos influenciam não apenas a política norte-americana, mas a de outras partes do mundo como Brasil ou México, a estratégia que utilizam para combater o feminismo e a luta pelos direitos LGBTQIA+ e seu incrível mercado de produtos religiosos que penetram em uma rede social que muitas vezes nem tem conhecimento da mensagem que recebe.

A entrevista é de Esther Peñas, publicada por Ctxt, 19-02-2023. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Como é possível que, em pleno século XXI, os evangélicos influenciem – às vezes de forma decisiva – os diferentes governos democráticos, não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil, no México...?

Nos Estados Unidos, os evangélicos brancos representam cerca de 14% da população, embora algumas pesquisas falem em 25%, dependendo dos parâmetros usados para o cálculo (sentir-se evangélico, frequentar serviços religiosos, identificar-se com seus postulados etc.). De qualquer modo, é um número populacional relevante. Mas se formos ao Partido Republicano, quase 40% de seus filiados e simpatizantes são evangélicos, o que nos faz pensar que eles detêm um poder significativo dentro do partido. Isso obriga os diferentes candidatos republicanos a contar com eles, a contemplá-los, se quiserem que suas carreiras prosperem.

No entanto, não podemos olhar apenas para os dados, uma vez que os evangélicos, como eleitores, se mobilizam muito e são extremamente bem organizados. Desde o surgimento da Direita Cristã na década de 1970, os pastores e igrejas evangélicas, por meio de sua mídia e da colaboração com as organizações políticas conservadoras, têm trabalhado juntos para dizer aos cristãos como devem votar e para garantir que vão às urnas. Cada eleição é apresentada como uma luta do bem contra o mal, e é encarada como se o destino da nação, e até mesmo do próprio cristianismo, estivesse em jogo. É uma forma muito eficaz de mobilizar as bases. Esse padrão se repete no cenário internacional, nos países que você mencionou, muitas vezes influenciados diretamente pelos evangélicos estadunidenses por meio de seu trabalho missionário, seus organismos internacionais (que estabelecem conexões e alianças explicitamente políticas) e as publicações e a mídia evangélicas.

O que se passa na cabeça de quem aceita como próprios valores religiosos profundos e, no entanto, é a favor da pena de morte, da guerra preventiva, da tortura?

A Guerra Fria foi um momento que os evangélicos conservadores souberam aproveitar, colocando a tensão internacional como uma necessidade de proteger a “América cristã” dos comunistas ímpios. Eles não estavam sozinhos, pois muitos outros estadunidenses compartilhavam desses valores, fossem eles evangélicos ou não.

Na década de 1960, os evangélicos passaram a se identificar e abraçaram os valores tradicionais (autoridade patriarcal, submissão feminina e militarismo) em oposição a muitos outros estadunidenses – Kristin Kobes Du Mez

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No entanto, na década de 1960, muitos cidadãos começaram a questionar a suposta bondade e grandeza dos Estados Unidos, após a Guerra do Vietnã, coincidindo com o fato de que o feminismo e o movimento pelos direitos civis quebraram o status quo de muitos evangélicos brancos. Foi nessa época que os evangélicos passaram a se identificar e abraçaram os valores tradicionais (autoridade patriarcal, submissão feminina e militarismo) em oposição a muitos outros estadunidenses. Foram considerados, a partir de então, como o reduto da pureza que deveria proteger a nação não só das ameaças externas, mas também das internas. A adesão à autoridade patriarcal branca foi a solução que encontraram.

Podemos dizer, então, que uma militância de guerra cultural definiu o evangelicalismo conservador. Em vez de se concentrarem no amor ao próximo, escolheram lutar pela verdade e pela ordem que sua ideia de Deus implica, e começaram a ver inimigos em todos os lugares. Ao fabricar uma fonte constante de ameaça, poderiam legitimar e justificar a violência. O mesmo que a guerra preventiva: por que esperar ser atacado se você pode atacar antes? No caso da pena de morte, os evangélicos consideram necessário fazer cumprir a “lei e a ordem”. A tortura, em sua opinião, é um instrumento a mais para que o Estado possa impor a estabilidade social. Eles têm uma visão maniqueísta e simplista do mundo, dividido para eles em “mocinhos” e “bandidos”. Acreditando que Deus está do seu lado, qualquer opção que façam eles consideram justa e necessária.

O catolicismo serve, em todo caso, como contrapeso a essa atitude retrógrada dos evangélicos?

Não, de forma alguma, pelo menos de forma significativa. Existem católicos progressistas nos Estados Unidos, muitos democratas, mas muitos católicos conservadores se juntaram aos evangélicos em sua agenda social e política. Na década de 1970, foram os evangélicos que se juntaram aos católicos em sua luta contra o direito ao aborto. Desde então, os conservadores evangélicos e católicos encontraram uma causa comum para proteger os “valores morais” (os seus próprios, é claro). Recentemente, de fato, eles se uniram para reivindicar sua “liberdade religiosa” para atacar a legislação LGBTQIA+. Os católicos, em particular, desempenham um papel fundamental na formulação legal das grandes questões políticas, já que seis dos nove juízes da Suprema Corte são católicos e cinco dos seis foram nomeados por presidentes republicanos.

Não separo os “verdadeiros evangélicos” dos “politizados”, porque os verdadeiros evangélicos são politizados – Kristin Kobes Du Mez

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Pode-se falar de evangélicos digamos sensatos ou verdadeiros versus evangélicos politizados, ou a maioria responde ao padrão que você apresenta no livro?

Não separo os “verdadeiros evangélicos” dos “politizados”, porque os verdadeiros evangélicos são politizados. Dede as orações que fazem em suas igrejas aos sermões que ouvem aos domingos, passando pelas opiniões que ouvem nas rádios cristãs, os evangélicos praticam uma fé profundamente entrelaçada com a política. Às vezes os próprios evangélicos vão falar sobre o “sequestro” do evangelicalismo pela política, e de certa forma é verdade, ou pelo menos faz sentido.

A política passou a definir o que significa ser evangélico, mais do que a teologia em muitos casos. Seus próprios pastores, líderes e leigos criaram a Direita Cristã, excluindo aqueles que discordavam de sua agenda política de suas igrejas e comunidades, independentemente dos compromissos teológicos compartilhados. Por isso me parece artificial tentar separar o político do religioso, já que no evangelicalismo não há essa distinção.

De que maneira o progresso feminista obstaculiza ou dificulta a atitude e as ações dos evangélicos?

Muitos evangélicos são decididamente antifeministas. Na década de 1970, as evangélicas conservadoras se organizaram em oposição à libertação das mulheres. Suas visões teológicas (e seus pastores) apoiavam a autoridade patriarcal e insistiam que o lugar apropriado das mulheres era em casa, como esposas e mães. No entanto, é preciso dizer que existe um movimento feminista evangélico sério e progressista, mas é uma minoria. Os evangélicos veem o feminismo como hostil ao cristianismo e ao plano de Deus para as mulheres. Eles se opõem à igualdade de direitos, ao direito ao aborto e aos direitos do coletivo LGBTQIA+.

E a luta contra as mudanças climáticas?

Existem ativistas climáticos evangélicos, mas a maioria dos evangélicos é cética em relação à ciência do clima. Vários fatores o explicam, por exemplo, a questão do tribalismo político ou a fidelidade partidária: os republicanos tendem a negar que a mudança climática seja um problema e se opõem às intervenções do governo. Acrescente-se a isso o fato de terem uma longa tradição de ceticismo em relação à ciência moderna, que remonta à sua oposição à teoria da evolução. Há também razões teológicas. Embora alguns cristãos acreditem que Deus ordenou aos homens que cuidassem da terra, o que significaria preservar o planeta, outros acreditam que ele a deu ao homem para usá-la e que o momento de sua destruição coincidirá com a vinda de Cristo.

Existe um fascínio entre os evangélicos pela figura de John Wayne e outros heróis de Hollywood – Kristin Kobes Du Mez

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O fato de que os evangélicos se identifiquem com a aparência de John Wayne (sua imagem cinematográfica) e dissociem seu próprio ser (digamos que o ator não aspirou, em sua vida pessoal, ser santo), é uma perversão que se repetiu com Trump?

Sim, certamente existe um fascínio entre os evangélicos pela figura de John Wayne e outros heróis de Hollywood. Quando eu estava pesquisando para este ensaio, fiquei surpreso que nos livros sobre “masculinidade cristã” que os evangélicos usavam, eles mal incluíam exemplos bíblicos; usavam, ao contrário, guerreiros e cowboys míticos como os já mencionados John Wayne, Mel Gibson (em seu papel no filme Coração Valente) ou outros casos de homens sem escrúpulos em usar a violência para proteger a ordem e a justiça. Quando ficou claro que os evangélicos continuaram firmes apoiadores de Trump à luz de suas falhas morais, mesmo depois que ele se gabou de agredir mulheres em um vídeo, muitos analistas se perguntaram como os evangélicos poderiam trair seus valores a tal ponto, mas para entendê-lo, você tem que conhecer aquela visão guerreira da “masculinidade cristã” que John Wayne personifica para eles.

O Islã é o principal inimigo dos evangélicos?

Bem, talvez após o 11 de setembro, quando o Islã substituiu o comunismo como ameaça máxima. Hoje, apesar de ter um forte componente de islamofobia, os evangélicos conservadores estão mais preocupados com os liberais, as feministas, os democratas, os progressistas e os ativistas LGBTQIA+. Para eles, o Islã é mais um aliado do que um inimigo extra.

Eles têm toda uma gama de marketing religioso à sua disposição. Como essa influência pode ser neutralizada?

Esta é uma pergunta importante e realmente difícil de responder. Durante mais de meio século, os evangélicos trabalharam para divulgar sua versão do cristianismo através da cultura popular: livros, música (tocada não apenas nas igrejas, mas também no rádio), conferências, reuniões e todo tipo de produtos (camisetas, canecas, etc.). Os evangélicos são ávidos consumidores de produtos cristãos.

O complexo industrial evangélico é enorme e lucrativo, e existem regras expressas e tácitas que a regem – Kristin Kobes Du Mez

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A indústria evangélica é enorme e lucrativa, e existem regras expressas e tácitas que a regem. É muito difícil para um cantor cristão, por exemplo, conseguir que suas canções sejam tocadas em rádios cristãs se ele for muito progressista ou engajado social ou politicamente. Evidentemente, se você apoiar os direitos LGBTQIA+, será banido de todos os canais de transmissão. Isso acontece não só com os evangélicos norte-americanos, mas em qualquer parte do mundo.

Como neutralizar essa influência? É um desafio, porque exigirá não apenas escritores, pastores e músicos corajosos para oferecer uma visão diferente do cristianismo e da vida pública, mas também exigirá novas plataformas e redes de distribuição. Hoje, porém, é difícil competir com o “complexo industrial evangélico”.

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