Por um humanismo bioecocêntrico e libertador. Artigo de Santiago Villamayor, José Arregi et alii

Fonte: Wikimedia Commons

25 Mai 2022

 

“Este documento é apenas um esboço da nova visão humanista bioecocêntrica que está surgindo em muitos lugares do planeta a partir de muitos grupos. Estamos passando de uma cosmovisão religiosa particular para um humanismo planetário, possível fruto de um consenso global sobre nosso lugar e missão no mundo. Talvez assim também se possa supor um futuro transumanista incerto que, sem desprezar a tecnologia, se rege mais por critérios éticos. Somos filhas e filhos da vida que transpira fraternidade, inteligência e criatividade”. A reflexão é de Santiago Villamayor (Espanha), José Arregi (País-Vasco-Espanha), Tony Brun (EUA), Gerardo González (Chile), Emma Martínez Ocaña (Espanha) e Elsa Támez (Colombia), em artigo publicado por Atrio, 16-05-2022. A tradução é do Cepat.

 

Eis o artigo.

 

Introdução

 

Somos filhas e filhos da vida e pertencemos a um mesmo e único mundo em íntima comunhão com todos os seres vivos. Somos seres formados por uma matéria complexa ou matriz criadora que ao longo do processo evolutivo nos constituiu como seres conscientes. E essa capacidade de ler em profundidade e com um longo olhar nos revela o que temos em comum com todo o planeta. Percebemos o que somos e o que nos falta, as conquistas e os riscos do habitat ao qual pertencemos e que queremos cuidar.

 

 

Em um documento anterior, “Por um cristianismo pós-teísta”, expusemos a necessidade de construir uma narrativa e uma práxis do seguimento de Jesus sob um paradigma pós-religioso. Situamo-nos num modelo pós-teísta, sem com isso perder os grandes valores das tradições religiosas e humanistas e unindo-nos a todas as pessoas e movimentos comprometidos com a causa e a casa comum da vida na Terra.

 

 

Por isso, agora, nestas reflexões nos encorajamos a explicitar as características desse modelo e fortalecer a nossa participação nele. Falamos de um modelo humanista centrado na vida e no cuidado da comunidade de todos os viventes e de todos os seres da nossa casa comum. Como projeto universal e como modelo de atitude inspirado na sabedoria de Jesus de Nazaré.

 

 

Essa missão de cuidado abriga um profundo espírito libertador do qual fazem parte inseparavelmente o sentimento, o conhecimento e a práxis. Uma perspectiva que nasceu com a Teologia da Libertação e significava sobretudo o empoderamento das classes populares do ponto de vista político, social e pessoal. Hoje completamos esta defesa da justiça e da coesão social com a proteção de toda a natureza da qual fazemos parte. Não somos os primeiros neste caminho nem representamos uma única voz.

 

Tampouco se trata de inventar outra religião ou de enunciar uma proposta humanista a partir de uma perspectiva meramente científica, nem mesmo de uma ética neutra, embora, sim, em coerência com os dados das ciências e com as exigências éticas mínimas e máximas. E queremos oferecer elementos de esperança nesta renovação cristã ou substituição do paradigma tradicional por outro mais alinhado com o amplo movimento de proteção da vida e da casa comum que chamamos de humanismo bio-eco-cêntrico.

 

Dedicamos um breve preâmbulo à categoria da vida como centro da nossa reflexão. Na sequência, explicamos o modelo humanista bioecocêntrico, nossa visão e missão e a necessidade de uma práxis concreta. Por fim, expõe-se a sabedoria e a inspiração que brota da história de Jesus de Nazaré.

 

1. O ponto de partida: filhas e filhos da vida

 

A espécie humana é um produto evolutivo da vida com uma identidade genômica que nos permite sustentar que somos irmãs/irmãos entre nós e filhas/filhos de uma mesma matriz, partícipes ativos de seu processo criativo e atores relevantes de seu curso futuro.

 

Essa filiação ou fraternidade mostra-se frágil do ponto de vista individual dado o ciclo de vida e morte. Mas os maus-tratos que infligimos aos outros, presentes e futuros, doem em nós e queremos que a casa da mãe seja cada vez melhor cuidada. Defendemos esta casa comum, pela sua centralidade, para elaborar um novo canto da Terra que nos devolva a esperança, uma visão e a uma missão mobilizadora concreta, porque é tempo de agir.

 

 

Trata-se de uma história com suficiente respaldo científico, que explica o surgimento dos organismos vivos como resultado de uma crescente complexidade estrutural e funcional, com novos atributos ou capacidades. Ao longo dessa evolução, que ainda está em aberto, o ser humano adquiriu uma incrível capacidade de autotransformação e sentimos que através do desenvolvimento da cultura é possível abrir imensos espaços de humanização. Esses mesmos seres humanos, constituídos em sociedade, e graças à sua capacidade de gerar, compartilhar e acumular conhecimento, temos demonstrado um crescente poder de intervenção nas próprias sociedades humanas, na biosfera da qual fazem parte e nos ecossistemas que as abrigam.

 

 

No entanto, esse mesmo poder de intervenção também se mostra como dominação de alguns povos sobre outros e de alguns poucos seres humanos sobre muitos deles. Somos responsáveis pela alteração dos ecossistemas que ameaçam a biodiversidade na Terra; por usar a energia para melhorar as condições de vida de todos os seres, mas também por desperdiçá-la e causar o esgotamento dos recursos. Estamos causando um aquecimento global que, se não for controlado, pode ter consequências catastróficas. Temos recursos suficientes para satisfazer as necessidades básicas de toda a população mundial, para construir uma sociedade global pacífica e próspera e, no entanto, por causa da nossa ambição, estamos sob a ameaça do suicídio coletivo e do fim do planeta.

 

2. Outro modelo de humanização

 

No entanto, nesta sociedade urbana cada vez menos religiosa, compartilhamos uma consciência crescente do valor da vida e da insustentabilidade que a ameaça. É tarefa de todos mergulhar em uma narrativa e uma práxis que mobilizem ainda mais pessoas e grupos sociais para que, a partir de suas próprias visões de mundo, científicas e simbólicas, assumam ativamente sua parcela de responsabilidade global.

 

 

a) Como surge e em que consiste o humanismo bioecocêntrico

 

A cosmovisão dominante nas culturas teístas de cerca de 7.000 anos atrás, e especialmente na tradição bíblica de cerca de 3.000 anos atrás, era profundamente teocêntrica e teocrática. Concebia-se a vida humana segundo o mito bíblico como um castigo e um trânsito de redenção à espera de conquistar um mundo mais digno do que este. O mandato do Gênesis, “multipliquem-se, encham e submetam a terra” concedeu ao ser humano uma pequena delegação de poder que logo se tornou domínio sobre a natureza e os outros seres, inclusive os humanos, considerados inferiores, e de modo especial sobre as mulheres. Finalmente, a experiência de progresso acelerado, iniciada com a revolução industrial, culminou na passagem do teocentrismo para o antropocentrismo.

 

No entanto, em meados do século passado, começou-se a questionar o triunfalismo desenvolvimentista sem limites e começou a tomar forma uma perspectiva humanista bio-eco-cêntrica com uma crescente consciência de nossos limites e uma busca por relações harmoniosas e sustentáveis com todos os seres.

 

E assim nasceu a corrente de pensamento do humanismo bioecocêntrico. Uma corrente plural alimentada por múltiplas tradições e novas sensibilidades ecológicas, pacifistas, feministas e também pelo legado de valores de Jesus de Nazaré em que queremos nos inspirar. Um legado que é em si aconfessional e inclusivo e pode coexistir com várias formas de teísmo, o ateísmo e o pós-teísmo.

 

Essa transição para o novo paradigma bioecocêntrico começou na década de 1960. A “Primeira Cúpula da Terra” em Estocolmo (1972), nos colocou em alerta diante do crescimento da população mundial, da industrialização, da poluição e da exploração dos recursos naturais e do aquecimento global. E é a partir da Cúpula do Rio de Janeiro de 1992 que começa a tomar forma o que – em nossa opinião – é a mais clara e eloquente declaração do novo paradigma que estamos chamando de “humanismo bioecocêntrico”: a Carta da Terra, publicada em 2000.

 

 

O Acordo de Paris sobre as Mudanças Climáticas (2015) foi a oportunidade para vários líderes religiosos manifestarem seu apoio ao ecologismo profundo. Eles assumiram o diagnóstico da comunidade científica sobre a crise ecológica e sua ligação com a crise social. Prolongaram a solidariedade intergeracional com a solidariedade intrageracional. Eles denunciaram esse sistema econômico como insustentável. O Papa Francisco o chamou de “assassino” e “ecocida”. E exigiram uma governança global. Apelaram também à mudança dos padrões de consumo e do estilo de vida, e à mobilização com ações concretas.

 

3. Olhando para o futuro: visão e missão

 

a) Um projeto global

 

Acontece que os humanos, atuando em sociedade, são ao mesmo tempo fruto do fenômeno Vida e, em parte, seus controladores. A nossa crescente capacidade de criação e destruição torna-nos protagonistas de um futuro que depende cada vez mais da intervenção humana. Fomos criando em todo o planeta uma cada vez mais densa “tecnosfera”, que, por sua vez, através dos avanços nas tecnologias de informação e comunicação, tem contribuído significativamente para o adensamento da “noosfera”, ambas criadas pelo homem. Estamos definitivamente no Antropoceno.

 

O principal desafio que temos hoje é fazer com que a humanidade renove sua consciência, se una e se mobilize para enfrentar as grandes ameaças à vida, mas sobretudo codirigir a “comunidade da vida” – incluindo a própria humanidade – e seu habitat, o ecossistema global da Terra, rumo a um destino melhor. Esta é uma tremenda responsabilidade que devemos assumir com temperança, sabedoria e maturidade. Isso também faz parte da nossa missão.

 

Para isso, faz-se necessária uma consciência coletiva de que o fenômeno “Vida”, do qual somos parte integrante, é de alguma forma valioso em si mesmo, sagrado e digno de respeito amoroso. Programa suficiente para excitar a consciência e catapultá-la para uma práxis generosa onde caibam todas e todos nós e cujos frutos sejam eficazes para as gerações futuras.

 

As religiões veteranas, os novos movimentos sociais, as ONGs e as instituições democráticas podem contribuir para criar um sistema econômico e social alternativo e uma narrativa libertadora capaz de mobilizar nossas emoções como antes o fazia a dramaturgia religiosa e de interpretar a sinfonia de significados e valores que ressoam na natureza da qual fazemos parte.

 

b) Nossa responsabilidade

 

Persistem ainda enormes bolsões de fome e miséria; as diferenças entre ricos e pobres estão crescendo e o poder econômico está se tornando alarmantemente concentrado. Armas de destruição em massa cada vez mais inteligentes e assustadoras continuam a se acumular e guerras locais sangrentas proliferam, provocando destruição e imensurável sofrimento humano. As migrações e os campos de refugiados nos mostram mais a desumanidade do que o seu oposto. O desafio do aumento da população mundial – que se concentra nos países mais pobres – torna ainda mais difícil fechar as lacunas e enfrentar graves problemas como o desmatamento e a poluição da atmosfera, do solo, dos sistemas aquíferos e dos mares. A produção de alimentos e a manipulação das espécies animais criadas em condições muito dolorosas para elas, a devastação de alguns dos ecossistemas biologicamente mais diversificados e a introdução de espécies exóticas invasoras e dos organismos geneticamente modificados são muitos outros problemas e desafios que temos pela frente. E, além disso, ampliada pela pós-verdade e o negacionismo.

 

 

Onde estão as causas desta situação? Não basta listar os problemas sem apontar as causas. Eis algumas: um sistema neoliberal que coloca o lucro no centro, um sistema econômico que se impõe aos governos, que persegue e pune a dissidência, uma cultura que promove o consumo desenfreado; a manipulação da mídia, a antropologia individualista e patriarcal que destrói nossa verdadeira identidade comunitária. Se silenciamos as causas, fazemos um diagnóstico pela metade.

 

 

Somos os primeiros atores responsáveis perante nós mesmos, perante as gerações futuras e também perante a biosfera da qual fazemos parte. Sabemos algo e podemos fazer alguma coisa para construir uma sociedade global pacífica e próspera, sem fome, sem miséria, com a oportunidade de pleno desenvolvimento pessoal para todas e todos vivendo em harmonia uns com os outros e com a natureza da qual fazemos parte; sobre a “casa comum”, o nosso planeta Terra, com seu ecossistema global restaurado em todo o seu potencial de vida, sem poluição, com uma mudança climática controlada, mas não conseguimos ou não queremos fazê-lo. Essa pode ser, até o final deste século, a visão de mundo que queremos herdar para nossos filhos, netos e bisnetos, um mundo que será sua responsabilidade cuidar para as gerações futuras.

 

A sociedade civil tem um papel importante a desempenhar para uma mudança no estilo de vida que permita exercer uma pressão forte e não violenta sobre aqueles que detêm o poder político, econômico e social. Devemos passar da ganância à solidariedade, da competição ao trabalho colaborativo, do conflito à convergência, do hedonismo (individualista) ao holismo, da maximização à otimização. E não basta a conscientização global; é essencial uma mudança estrutural, uma mudança no modelo econômico, político e cultural. [Para aprofundar: GONZÁLEZ, Gerardo. “Nuestra responsabilidad global. Hacia un humanismo bio-eco-céntrico”].

 

4. O legado de valores e a inspiração de Jesus

 

Nascidos na tradição cristã, podemos encontrar nos seus “relatos fundadores” estímulos vitais ou “inspirações” para responder aos grandes desafios do nosso mundo. Jesus de Nazaré, sem ser a figura única ou perfeita ou superior às demais, pode ser uma referência de grande importância. E nos referimos ao “Jesus dos relatos” elaborados nas primeiras comunidades cristãs e recolhidos principalmente nos Evangelhos (tanto canônicos como “apócrifos”). Fazemos uma leitura inspiradora não literal, que quer ser coerente com os diversos saberes da atualidade.

 

a) A sabedoria e a práxis de Jesus

 

A parábola do Bom Samaritano pode ser uma bela ilustração da sabedoria e da práxis humanista de Jesus. Não é a única. Para Jesus, a chave é sentir-se e tornar-se próximo de cada ser humano necessitado. A práxis samaritana é movida pelo olhar compassivo, e o olhar compassivo se expressa no aproximar-se do ferido, curá-lo com óleo e vinho, cuidar das feridas, colocá-lo na montaria, leva-lo à hospedaria, cuidá-lo e fazê-lo cuidar e pagar na volta.

 

É um amor que, quando se torna cultura, é semente de solidariedade universal. É esta noção ética que foi tomada nas últimas décadas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos como base para sustentar que todos os seres humanos são iguais em dignidade e direitos.

 

Quando Jesus nos ensina sobre o amor ao próximo, ele também nos transmite como seu legado a milenar Regra de Ouro, dizendo-nos: “...o que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles” (Lucas 6, 31). Esse princípio ético, formulado praticamente nos mesmos termos, encontramos em múltiplas tradições religiosas e laicas: hinduísmo, budismo, jainismo, taoísmo, confucionismo, zoroastrismo, judaísmo, islamismo, filosofia grega, Kant, etc. Se essa regra fosse praticada universalmente, estaríamos construindo um mundo mais humano e feliz.

 

 

A benevolência no amor ao próximo não pode ser isolada da justiça, da misericórdia e do perdão. Sua prática da justiça, pautada pela ética do cuidado, vai além da justiça que dá a cada um o que merece. E o mesmo podemos dizer sobre o perdão. Jesus convidou a perdoar setenta vezes sete, ou seja, sempre. O perdão não significa a absolvição de uma culpa e a isenção de punição. O perdão significa confiar novamente em si mesmo e naqueles que nos feriram, libertar-se do ressentimento e da vingança, considerar mais no vitimizador o sofrimento do que a culpa, e desejar sua cura.

 

b) As inspirações de Jesus

 

Jesus manifestou seus valores não apenas por meio de seus ensinamentos orais, mas também através de suas atitudes, comportamentos e modos de ser. Essa ética narrativa dos relatos de Jesus é para nós fonte de inspiração e motivação para a ação. Aqui estão algumas dessas inspirações:

 

• Sua liberdade interior e pública frente ao poder político-religioso. Livre da busca do poder, do dinheiro, do prestígio, dos seus próprios medos e ansiedades; diante da sua família, dos seus discípulos e dos seus adversários; diante do modo de viver e entender a religião e diante da sua própria religião. Livre para amar com amor de cuidado e compaixão, sem exclusivismos. Livre para se comprometer com uma causa que o realiza e transcende.

 

• A radical “revolução de valores” que realizou: atribui aos pobres e aos últimos os valores que eram típicos da aristocracia (magnanimidade, paz, generosidade, filiação divina, sabedoria...), e revaloriza os valores dos pobres (hospitalidade, economia familiar da reciprocidade…).

 

• Sua coerência até o fim nesta mudança de valor.

 

• Sua profunda confiança na profundidade da realidade que, de acordo com a cultura religiosa de seu tempo, chamou e chama “Deus” e se imagina como Criador, Senhor onipotente e Pai (Abba).

 

• A ousadia de mudar a imagem tradicional de Deus. Jesus liberta Deus do sistema religioso-sacrificial e sacerdotal do templo e das “tradições humanas”.

 

• Sua espiritualidade profética e subversiva. Rompe barreiras e preconceitos culturais, religiosos e familiares: atende judeus e gentios, acolhe em seu grupo mulheres e homens, critica o olhar possessivo dos homens sobre as mulheres, come com pessoas consideradas “pecadoras e indesejáveis”, etc.

 

 

O Jesus histórico não era, e não poderia ser, um ambientalista. No entanto, no Jesus do relato evangélico encontramos traços que podem contribuir para inspirar uma sabedoria e uma práxis ecocêntricas. Por exemplo, seu ser profundamente integrado na natureza, como os pobres do campo na Antiguidade; seu olhar e admiração pela natureza como manifestação ou sacramento de Deus ou da profundeza fontal do que ela é: o sol que brilha sobre bons e maus (na natureza não há seres “bons e maus”), a chuva que rega os campos dos justos e dos injustos, a levedura que fermenta e dá sabor à massa, etc. O cuidado poderia ser uma bela imagem da realidade mais real e criativa, e uma chave fundamental para um modo de vida e de uma ética bioecocêntrica.

 

Conclusão: construir um relato e uma ortopráxis universal de sentido

 

Precisamos de uma poética e de uma práxis para um mundo diferente daquele de meio século atrás, um mundo que abandonou a religião e outras referências de sentido e continua atormentado por graves problemas sociais e ambientais. Este documento é apenas um esboço da nova visão humanista bioecocêntrica que está surgindo em muitos lugares do planeta a partir de muitos grupos. Estamos passando de uma cosmovisão religiosa particular para um humanismo planetário, possível fruto de um consenso global sobre nosso lugar e missão no mundo. Talvez assim também se possa supor um futuro transumanista incerto que, sem desprezar a tecnologia, se rege mais por critérios éticos. Somos filhas e filhos da vida que transpira fraternidade, inteligência e criatividade. Cuidemos dela e a orientemos.

 

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