13 Setembro 2021
Migrantes, religiosidade popular, a Amazônia e seus povos, elementos que estiveram presentes na celebração eucarística que se realizou na Catedral de Manaus no domingo 12 de setembro, presidida pelo arcebispo Dom Leonardo Steiner. Foi um momento de recordação dos sete anos de caminhada da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), que, segundo o arcebispo, "deseja ser uma presença maior da Igreja que está na Pan-Amazônia".
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Também a entronização de Nossa Senhora do Valle, padroeira do Oriente venezuelano, uma invocação presente na vida do povo daquele país e dos migrantes que, tendo chegado a Manaus, podem encontrar na imagem uma força para "lamentar sua dor, sua distância de sua nação e de suas famílias", disse Dom Leonardo.
Celebração dos sete anos da REPAM (Foto: Luis Miguel Modino)
Ao entronizar a imagem na Igreja de Manaus, "desejamos assim expressar a nossa acolhida, o nosso amor, ajudar a enxugar as lágrimas, acalentar a saudade, é a manifestação do nosso amor para com nossos irmãos venezuelanos", segundo o arcebispo. Ele disse que "nela encontrarão forças para trilhar o caminho do sofrimento, da separação familiar, da saudade da pátria, do ter que pedir esmola. Um pequeno gesto da nossa parte que, talvez, na fé, ajude a cobrir a nudez e matar a fome”.
Trata-se de "resgatar a finitude humana", algo que a REPAM também tem feito em seus sete anos de existência. Nas palavras de seu presidente, o Cardeal Pedro Barreto, em mensagem lida pelo secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica, Irmão João Gutemberg Sampaio, "estamos neste caminho sinodal que nos leva a todos a viver uma Igreja em saída missionária".
O cardeal peruano recordou o que aconteceu em Brasília há sete anos, em uma reunião convocada pelo Departamento de Justiça e Solidariedade (Dejusol) do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), "para pensar na possibilidade de uma organização, de um espaço para coordenar nosso trabalho como Igreja Católica na Amazônia". O que parecia ser um sonho tornou-se realidade, e isso foi "por causa do impulso que o Papa Francisco nos ofereceu", no qual ele nos encorajou a buscar juntos esta Rede Eclesial Pan-Amazônica.
Celebração dos sete anos da REPAM (Foto: Luis Miguel Modino)
Em suas palavras, ele lembrou uma frase que disse na época, que ele mesmo afirmou não ter entendido. Nela, ele destacou que "a Rede Eclesial Pan-Amazônica é a resposta de Deus às necessidades profundamente sentidas da presença da Igreja na Amazônia".
Isto tem sido capaz de motivar "um trabalho de resposta que Deus nos dá através desta Rede Eclesial Pan-Amazônica". Naquela época, salientou o Cardeal Barreto, "ninguém imaginava que em 2019 teríamos a experiência de um Sínodo sobre a Amazônia", nem o trabalho realizado pela REPAM no processo sinodal, que o presidente da REPAM define como "uma experiência única e sem precedentes".
Celebração dos sete anos da REPAM (Foto: Luis Miguel Modino)
O Arcebispo de Huancayo afirmou que "estamos agora trabalhando muito próximo desde Manaus, no coração da Amazônia, e isto definitivamente abre a possibilidade de olhar com esperança para o futuro próximo, tanto da REPAM como da CEAMA (Conferência Eclesial da Amazônia), para a Assembleia Eclesial de Aparecida, e em breve, para todos os preparativos para o Sínodo sobre a Sinodalidade em 2023".
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Catedral de Manaus celebra sete anos da REPAM e entroniza Nossa Senhora do Valle - Instituto Humanitas Unisinos - IHU