30 Novembro 2020
O trabalho da Igreja na Pan-Amazônia nesta época de pandemia pode ser considerado como algo de fundamental importância. Entre as muitas tarefas realizadas, está o serviço de coletar informações sobre o número de infecções e mortes como resultado da COVID-19 nas Jurisdições Eclesiásticas da Pan-Amazônia de cada um dos países da região (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela).
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Esta tem sido uma tarefa realizada pela Rede Eclesial Pan-Amazônica, a única instituição que tem realizado este trabalho, o que tem permitido uma visão clara da situação, que, se já é grave em áreas urbanas mais povoadas e com maior acesso à informação, alguns serviços de saúde e insumos de higiene para proteção, é ainda mais crítica em áreas rurais da Amazônia que são geralmente territórios que vivem em abandono institucional, escassez de serviços básicos e saneamento, com acesso limitado aos cuidados de saúde.
A saúde tem sido sempre uma das principais preocupações na região. Por esta razão, é de grande importância ter informações precisas sobre o grau de afetação dos territórios pela pandemia, o que permite chamar a atenção das autoridades, organizar iniciativas de ajuda humanitária e outros processos a médio e longo prazo por diversos atores, que vão às áreas mais afetadas para aliviar a situação até certo ponto.
A partir dos dados coletados, com base em informações oficiais das autoridades sanitárias de cada país, a REPAM preparou um dossiê apresentando os dados acumulados sobre infecções e mortes em cada um dos países acima mencionados para o período de março a outubro de 2020, bem como gráficos e indicadores sobre o estado da crise sanitária, de forma comparativa e em nível regional. Durante os primeiros 100 dias, era um relatório diário, nos dois meses seguintes o relatório era emitido 3 vezes por semana, e atualmente duas vezes por semana.
Os dados, baseados nos relatórios oficiais das autoridades sanitárias, nem sempre correspondem à realidade, já que em alguns lugares os relatórios foram descontinuados ou mudaram sua frequência. Isto é agravado pela falta de testes para determinar a causa da morte de muitas pessoas suspeitas de terem sido vítimas da pandemia.
Levando isso em conta, o relatório reúne informações sobre o número de infecções e mortes na Pan-Amazônia e nos diferentes países, entre os povos indígenas, a comparação da região amazônica em termos dos números globais de cada país, o fator de crescimento e a taxa de mortalidade, informações que também são detalhadas em cada mês e por 100 mil habitantes.
Como foi dito nas conclusões do dossiê, "as informações apresentadas permitiram avaliar inicialmente a relevância dos efeitos da pandemia Covid-19 no território da Pan-Amazônia". Não podemos esquecer que esta crise é apenas mais um episódio nos muitos conflitos sociais, políticos e ambientais de grande relevância na região. Este cenário complexo continua a ameaçar e aniquilar sistematicamente a população. Para mudar a realidade, o decisivo será "exigir e empreender ações conjuntas de longo prazo que abordem de forma abrangente todas as ameaças que estão presentes no território pan-amazônico".
Veja o dossiê na íntegra:
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REPAM lança relatório sobre o impacto da Covid-19 na Pan-Amazônia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU