06 Dezembro 2019
O National Catholic Reporter está compartilhando as reflexões sobre o Advento inspiradas em Laudato Si’ – Sobre o Cuidado da Casa Comum, do seu ex-editor Arthur Jones. Estas reflexões foram originalmente publicadas em 2015 pela Comunidade Paroquial St. Vincent de Paul, em Baltimore, no estado americano de Maryland. Jones deseja reconhecer a inspiração das invocações celtas da obra Carmina Gadelica, de Alexander Carmichael.
Publicaremos as suas reflexões para as Semanas 2, 3 e 4, nos dias 8, 15 e 22 de dezembro.
A reflexão do dia 06 de dezembro é publicada por National Catholic Reporter, 01-12-2019. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Francisco escreve com particular ênfase neste momento a respeito do ar, da água e das florestas:
“O cuidado dos ecossistemas requer uma perspectiva que se estenda para além do imediato, porque, quando se busca apenas um ganho econômico rápido e fácil, já ninguém se importa realmente com a sua preservação. (…) Alguns países fizeram progressos na conservação eficaz de certos lugares e áreas – na terra e nos oceanos –, proibindo aí toda a intervenção humana (…).
E:
O clima é um bem comum, um bem de todos e para todos. (…) As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, econômicas, distributivas e políticas, constituindo atualmente um dos principais desafios para a humanidade.
Por sua vez, o aquecimento influi sobre o ciclo do carbono. (…) mas numerosos estudos científicos indicam que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas é devida à alta concentração de gases com efeito de estufa (dióxido de carbono, metano, óxido de azoto, e outros) emitidos sobretudo por causa da atividade humana. (…) A poluição produzida pelo dióxido de carbono aumenta a acidez dos oceanos e compromete a cadeia alimentar marinha. (…) Por exemplo, a subida do nível do mar pode criar situações de extrema gravidade, se se considera que um quarto da população mundial vive à beira-mar ou muito perto dele, e a maior parte das megacidades estão situadas em áreas costeiras.
As mudanças [representam] um dos principais desafios para a humanidade. (…) Muitos pobres vivem em lugares particularmente afetados por fenômenos relacionados com o aquecimento, e os seus meios de subsistência dependem fortemente das reservas naturais e dos chamados serviços do ecossistema como a agricultura, a pesca e os recursos florestais. (…) Mencionemos [também], por exemplo, os pulmões do planeta repletos de biodiversidade que são a Amazônia e a bacia fluvial do Congo (…) A importância destes lugares para o conjunto do planeta e para o futuro da humanidade não se pode ignorar. Os ecossistemas das florestas tropicais possuem uma biodiversidade de enorme complexidade, quase impossível de conhecer completamente (…)”.
Enquanto reflito sobre estas coisas e, então, tento meditar – a fim de permitir que toda uma compreensão e apreciação brotem dentro de mim, mesmo sem nenhuma especificidade –, percebo que vivo, no Ocidente, em um casulo, em um casulo pintado de ouro. No entanto, devo abandonar o meu casulo, para ajudar os que são, ou podem ser, explorados, para auxiliar aqueles elementos da Mãe Terra que podem ser explorados, enquanto cuido das pessoas e dos elementos que não têm chances sem mim.
Eu realmente preciso ajudar o meio ambiente, pois ele, em última análise, é quem nos ajuda a dar a vida. Preparar-me, ao avaliar o meu lugar na criação, é preparar-me para ser a vossa voz, meu Deus, em nome de retificar a degradação que Francisco aponta. Fazendo mais pelo meio ambiente e pelos povos ameaçados do mundo, posso pedir-vos que olheis por mim. Ainda assim, tenho medo. “Não temas” (João 12,15).
Ó Deus, permita-me cultivar virtudes ecológicas.
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Primeira Semana do Advento: meditações diárias com Laudato Si’. Dia 6 de dezembro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU